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Evangélicos e católicos apontam erro do papa Francisco no universalismo

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A Reforma Protestante, iniciada em 1517 por Martinho Lutero, trouxe como uma de suas principais bandeiras a defesa da autoridade bíblica acima de doutrinas humanas, como a infalibilidade papal, tema que volta a ser debatido diante das recentes declarações do papa Francisco.

O líder da Igreja Católica tem enfrentado críticas de líderes evangélicos e apologistas católicos, particularmente devido ao que foi interpretado como uma defesa do universalismo.

O que é universalismo?

O universalismo ensina que todas as religiões levam a Deus, negando a exclusividade de Jesus Cristo como único caminho, conforme João 14:6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Esse conceito contradiz fundamentos da fé cristã, que apontam para a Salvação apenas através de Cristo.

Em setembro deste ano, durante um evento inter-religioso no Catholic Junior College, em Singapura, o papa Francisco reforçou sua visão universalista ao afirmar:

“Todas as religiões são um caminho para chegar a Deus […] são como línguas diferentes, diversos idiomas, para chegarmos lá. Mas Deus é Deus para todos”

A fala incluiu a ideia de que muçulmanos, hindus e cristãos, entre outros, trilham caminhos diferentes, mas válidos, para chegar a Deus.

Reação evangélica

O pastor Teófilo Hayashi, líder evangélico com grande alcance nas redes sociais, criticou a declaração. Ele apontou que o universalismo defendido pelo papa não apenas distorce o ensino bíblico, mas rompe com o diálogo inter-religioso saudável, que respeita as diferenças sem comprometer as doutrinas centrais de cada fé.

Hayashi citou João 3:16 como base para refutar a visão universalista, afirmando:

“Segundo o Papa Francisco, Jesus Cristo não é o único caminho que leva a Deus. Se ele quer seguir a doutrina universalista, tudo bem, mas ele não pode representar a fé cristã”

O pastor destacou ainda a diferença entre ser criatura e filho de Deus, explicando que, segundo a Bíblia, somente quem crê em Cristo é reconhecido como filho de Deus, um conceito central no cristianismo.

Reação católica

Entre os próprios católicos, houve rejeição às declarações. O apologista Trent Horn classificou as falas do papa como a “heresia do pluralismo ou indiferentismo religioso”, que, segundo ele, desvaloriza o sacrifício dos mártires cristãos, os quais morreram pela fé em Cristo como única verdade.

Segundo o GospelMais, o padre Calvin Robinson, de Michigan (EUA), também criticou a posição de Francisco, afirmando que ela contradiz diretamente a Escritura:

“As Escrituras nos ensinam o oposto. O portão para o Céu é estreito.”

Contexto histórico e bíblico

As críticas ao papa Francisco remetem à herança da Reforma Protestante, que enfatizou o princípio do sola scriptura, ou seja, a Bíblia como única fonte de autoridade na fé e prática cristã. Textos como Atos 4:12 reafirmam essa exclusividade: “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”.

Essa controvérsia expõe um debate teológico profundo sobre a identidade de Cristo e a natureza da salvação, temas centrais tanto para evangélicos quanto para católicos.

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