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opinião

A política da perversão sexual está dando as cartas nesta eleição

Eros e Thanatos versus Cristo e a vida

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Aqui está mais uma coisa que me impressionou muito enquanto eu observava a vida humana debaixo do sol:  Havia uma pequena cidade, com poucos habitantes. Essa cidade foi cercada por um rei, que tinha um grande exército e muitas armas. Naquela cidadezinha havia um homem sábio, mas muito pobre. Com a sua sabedoria ele salvou a cidade. Mas depois disso, todos se esqueceram dele. Foi aí que pensei: Embora a sabedoria valha mais do que a força, a sabedoria do pobre é desprezada, e logo a sua opinião é esquecida. Ec 9.13-16

O trecho acima é do sábio Salomão, essa é uma conclusão tirada da observação que ele fez de uma certa cidade. O sábio percebeu que sempre surgem heróis em momentos de perigo de uma terra. No caso, este era um senhor mais velho, mas, heróis podem ser dos mais variados tipos, jovens, crianças e até mulheres. Um homem que humildemente decidiu se importar com a sua cidade e com o seu povo e usou de muita sabedoria. Heróis são assim, eles se importam e lutam por aquilo que acreditam, mesmo que depois sejam esquecidos na história.

Mas, também existem os anti-heróis. Perceba que o anti-herói é um pouco diferente do vilão. Ele tem carisma, ele parece ser justo, mas, nada do que faz é lícito, porque é suficientemente malandro para tirar proveito daqueles que o admiram e respeitam. Um anti-herói pode se tornar, definitivamente, em um vilão, esta é sempre uma possibilidade.

Os gregos tinham seus heróis e anti-heróis que também chamavam de Mitos, e eles entendiam bastante deste negócio de construção de histórias mitológicas. Eros é um destes mitos construídos. Eros era o deus do amor e do erotismo, filho de Afrodite, filho de Caos. Eros foi o mito mais utilizado na psicanálise e na psicologia. O conhecido Freud foi o dos que mais se utilizou desta figura mitológica para fundamentar suas teorias de libido e desejos sexuais, e os teóricos que o precederam se utilizaram dele também.

Estamos mais uma vez com a eleição mais importante do país às portas. Muita coisa aconteceu depois do último pleito eleitoral. Tivemos uma presidente “impitimada” e de lá para cá o povo não saiu mais do modo protesto nas redes sociais, estamos acuados, temendo um rei poderoso que quer tomar o país. O que virá agora?

Mas, ainda temos o poder do voto em mãos, e antes de se dirigir às urnas, gostaria de lhe oferecer mais um ponto a ser analisado e acrescentado à sua escolha definitiva. Nós, cristãos não votamos por votar, de maneira irresponsável. Não, nós cogitamos muitas coisas, pesamos tudo na balança das Escrituras, medimos todos pela régua do Evangelho, antes de bater o martelo. Haverá candidato perfeito? Não, não haverá, mas devemos escolher o que mais se aproximar dos valores cristãos. E conhecer dados e fatos históricos é uma boa forma de escolher bem o candidato.

Por isso desejo voltar um pouco na história recente deste país para entender os heróis que se apresentam no pleito eleitoral e identificar também os anti-heróis que nos ameaçam.

O ano é o de 2011. A “presidenta” eleita, Dilma Rousseff está no seu primeiro mandato, e dentre as suas primeiras resoluções presidenciais se encontra uma que é desconhecida do grande público, mas que foi revelada em um vídeo que assisti recentemente, por um Subprocurador da República, Dr. Guilherme Schelb, em uma entrevista que concedeu a um programa na TV.

Nesta entrevista ele revela que, logo que chegou ao Palácio da Alvorada, a senhora Rousseff assinou um decreto em forma de Resolução Presidencial onde autorizou, a saber: que crianças tenham direito de escolha a um nome social e que este nome seja usado nas escolas: que à criança caberá escolher o tipo de uniforme que deseja usar, masculino ou feminino, como achar melhor; que a criança tenha o direito na escolho de qual o banheiro utilizará, de menina ou de menina, de acordo com sua orientação, não mais biológica, mas de sentimento.

Esta resolução da Dilma seguiu, tão somente o direcionamento do Plano de Governo do seu partido que, dentre outras coisas, defende a sexualização infantil, entendendo que a criança possui o direito ao prazer sexual. O heroico PT deseja “ajudar” esta criança a fazer uma ruptura em sua mente, entre o que é o seu sexo biológico e o que é seu comportamento sexual, seus desejos. Este plano ainda almeja estimular nas crianças a prática da diversidade sexual como: sexo com animais, com defuntos e com parentes.

É preciso notar que este mesmo plano de governo da era Dilma ainda está em voga na era Haddad, caso ele se eleja. E, é bom lembrar também que este argumento encontrado no plano de governo petista é o mesmo utilizado e defendido pelo movimento de apoio à pedofilia em todo o mundo, também é o mesmo direcionamento da ONU, através da UNICEF, basta olhar a Agenda 2030 para se certificar.

Obviamente, que esta Resolução Presidencial foi apenas um ensaio e não teve nenhuma validade constitucional, por ser unilateral e por ferir a Carta Magna. Mas, sem dúvida nenhuma, esta foi um primeiro ensaio, uma primeira tentativa que acenou para o que vem a seguir, no futuro que virá com força de lei e de uma nova Constituição já alardeada pelo candidato do PT.

Percebe algo de anti-heroísmo aí? Não? Então vamos seguir um pouco mais.

Mas, você como cristão pode dizer: Ah, isso foi feito por uma “presidenta desmiolada”, e não será levado a termo. No entanto, é preciso ver o quê, e quem está por trás de uma resolução como esta. Uma pergunta importante é: O que embasa essa visão de mundo explicitada naquela resolução presidencial?

Temos um nome, Fernando Haddad. Ele foi ministro da Educação de 2005 e 2012, nos governos petistas de Lula e Dilma. É o ministro do Kit gay e ele é um dos teóricos desta resolução. Digo, teórico, porque, segundo sua biografia, Haddad se especializou, dentre outros nomes da Escola de Frankfurt, em Herbert Marcuse. Quem é Marcuse?

Herbert Marcuse foi um sociólogo e filósofo alemão naturalizado norte-americano, pertencente à Escola de Frankfurt. O seu livro, Eros e Civilização, incentivou a revolução sexual da década de 60. Fui dar uma olhada neste livro e eis alguns dos pontos que encontrei por lá.

Marcuse buscou revisitar os escritos de Freud que afirma ser o Eros, conhecido também como libido e desejo sexual, a principal engrenagem de toda a civilização, seguido pelo Thanatos, a pulsão de morte, que é a tendência de um retorno ao estado original na libido. Eros e Thanatos, duas forças no homem de Freud.

O homem de Freud é, para Marcuse, a maior acusação à civilização ocidental. Marcuse acusa esta civilização de usar a repressão sexual como objeto de controle, extraindo o prazer sexual do homem de forma traumática. E como a civilização faz isto? Usando a figura do Pai Primordial, que monopoliza o poder e o prazer e nega à criança esse direito natural, o direito à satisfação sexual. Para ele, a repressão da libido é a verdadeira história da civilização humana e tudo parte daí. Como Freud, Marcuse acredita que o Eros é mesmo a necessidade basilar do homem, mas, acrescenta ainda que o motivo da sociedade reprimir o desejo sexual é puramente econômico.

A explicação simples é que, como não há meios de ter comida para todos sem a força de trabalho, cabe ao sistema desviar a energia sexual para a fabricação de alimentos, tirando da raça humana o lugar do sexo. O argumento até parece ser um pouco infantil, mas se você ler todo o livro verá que ele vai construindo uma cosmovisão até chegar ao liberalismo total da perversão sexual. O momento mais dramático é quando ele afirma que essa repressão ao prazer, tão nociva, começa na infância. E para combater essa verdadeira repressão, Marcuse, então elaborou um tratado com o objetivo de resgatar este prazer que foi adiado e restrito, para fazer nascer um novo homem.

Entre outras afirmações, ele diz que a criança teria que se conhecer e ser liberada para seus melhores instintos sexuais, longe do poder parental. Marcuse discorda de Freud quando este diz que a perversão sexual é algo ruim, e não é. Para ele, a perversão sexual não é ruim é boa porque age contra o domínio parental e evita o reaparecimento do poder do pai na influência da criança. A perversão, para Marcuse, reativa no homem os estágios anteriores da libido e pode libertar o homem do sistema patriarcal. Isto é uma vitória na luta da existência humana que deve ser redirecionada a uma consciência madura e guiada por uma nova racionalidade.

Ele diz, “Se a culpa acumulada na dominação do homem pelo homem pode ser redimida pela liberdade sexual, então é preciso que o pecado original seja cometido novamente. Devemos comer de novo da árvore do conhecimento, para retornarmos ao estado de inocência”[1]. E por último, ele defende a recriação do Paraíso Perdido mediante um redirecionamento para uma liberação sexual total.

Temos um especialista em Marcuse pleiteando o cargo público de maior importância. É tudo o que precisamos saber. Precisa dizer algo mais?

Então, crianças com autonomia, crianças erotizadas, e crianças sem o poder parental limitando, é a criança dos sonhos de Haddad. É aqui que o anti-herói se tornou vilão, em definitivo. Porque, sem dúvida nenhuma, essa criança se tornará realidade em um provável governo petista. E nós como cristãos, o que faremos frente a esta nefasta realidade de ataque moral às nossas crianças?

Para terminar, desejo trazer de volta à nossa memória aquilo pode nos trazer esperança, a lembrança daquele que vencerá o Eros e o Thanatos: Cristo, o desejado das nações. E mesmo que estas nações, hoje não o reconheçam, Ele por fim se levantará, defenderá o seu povo, nos arrancará do poder do inimigo e do poder das trevas e nos levará a salvo. Até lá, desejo que você vote considerando tudo isso.

À Cristo, a glória.

[1] MARCUSE, Herbert. Eros e Civilização: Uma interpretação filosófica do pensamento de Freud. Rio de Janeiro: ZAHAR, 1975, p. 243

Jornalista e escritora, com um livro publicado "Feminilidade Bíblica - Repensando o papel da mulher à luz de cantares", e também escritora de livro didático. Casada com Nelson Ferreira, pastor da IPB, mãe da Acsa e avó da Clarisse. Em breve publicará seu primeiro romance .

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