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Abortista é condenada por atacar centros de apoio à gravidez
A abortista Gabriella Oropesa, residente de Cooper City, Flórida, foi condenada na última quinta-feira, 19 de dezembro, por sua participação em uma conspiração que visava intimidar funcionários de centros de gravidez pró-vida, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
A condenação está vinculada a uma série de ataques e ameaças contra esses centros ocorridos em 2022, em um período de intensa polarização em torno do tema do aborto nos Estados Unidos.
Oropesa foi acusada junto a outros três conspiradores: Caleb Freestone, Amber Stewart-Smith e Annarella Rivera, que já haviam se declarado culpados anteriormente.
Todos foram processados sob a Lei de Liberdade de Acesso às Entradas de Clínicas (FACE Act), legislação federal sancionada em 1994 para proteger o acesso a clínicas de saúde reprodutiva.
De acordo com Kristen Clarke, procuradora-geral assistente da Divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça, “a Lei FACE é clara: ninguém deveria enfrentar ameaças e intimidações apenas por fazer seu trabalho”. Ela também reiterou o compromisso do Departamento de Justiça em proteger o acesso a serviços de saúde reprodutiva, sejam eles relacionados ao aborto ou ao aconselhamento de alternativas.
A audiência de sentença de Oropesa está marcada para 19 de março de 2025. Ela pode enfrentar até 10 anos de prisão pela acusação de conspiração.
Ataques e Contexto
Os ataques aos centros pró-vida ocorreram em meio a uma onda de violência desencadeada pelo vazamento da decisão da Suprema Corte dos EUA, que indicava a anulação de Roe v. Wade, decisão de 1973 que reconhecia o aborto como direito constitucional.
Em 26 de junho de 2022, mensagens ameaçadoras foram grafitadas em um centro de gravidez em Winter Haven, incluindo frases como “SEU TEMPO ACABOU!!” e “NÓS VAMOS ATRÁS DE VOCÊ”.
Poucos dias depois, em 3 de julho, Freestone e Smith-Stewart vandalizaram a Heartbeat of Miami Pregnancy Medical Help Clinic, em Hialeah. As pichações continham mensagens como “Se os abortos não são seguros, [então] você também não está” e “Nossa raiva não vai parar”.
Debate Político
A Lei FACE foi sancionada pelo presidente Bill Clinton em 1994 como resposta ao aumento de violência contra provedores de aborto. À época, Clinton declarou que “nenhuma pessoa que busca atendimento médico, nenhum médico que fornece esse atendimento, deveria ter que suportar assédios, ameaças ou intimidações”.
No entanto, críticos, incluindo republicanos e ativistas pró-vida, argumentam que a lei tem sido usada de forma seletiva para processar protestos pacíficos contra o aborto. Em 2023, o deputado Chip Roy, do Texas, apresentou um projeto de lei para revogar a FACE Act, alegando que a legislação é um instrumento de “guerra jurídica” contra opositores ao aborto.
Roy afirmou: “O Departamento de Justiça de Biden descaradamente usou a Lei FACE como arma contra americanos comuns simplesmente porque eles são pró-vida”.
Investigação
O caso foi investigado pelo Gabinete de Campo de Tampa do FBI, em colaboração com agências locais, incluindo o Gabinete do Xerife do Condado de Polk e os Departamentos de Polícia de Winter Haven, Hialeah e Hollywood.
A condenação de Gabriella Oropesa marca mais um desdobramento em um debate acirrado nos Estados Unidos sobre direitos reprodutivos e liberdade de expressão, que continua a dividir opiniões em todo o país, segundo informações do portal The Christian Post.