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Evangélicos seguem crescendo e católicos caindo, aponta Censo 2022

Após três anos desde a coleta de dados, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 2025, os números consolidados sobre religião no Brasil, demonstrando transformações profundas no perfil religioso da população. O levantamento, realizado durante o Censo Demográfico de 2022, evidenciou a contínua queda da proporção de católicos e o crescimento expressivo dos evangélicos no país.
Segundo o levantamento, o catolicismo apostólico romano, que em 2010 representava 65,1% da população com 10 anos ou mais (105,4 milhões de pessoas), passou a representar 56,7% (100,2 milhões) em 2022 — uma redução de 8,4 pontos percentuais em doze anos.
Em contrapartida, a proporção de evangélicos cresceu de 21,6% (35 milhões) em 2010 para 26,9% (47,4 milhões) em 2022, um avanço de 5,2 pontos percentuais. O grupo inclui diferentes denominações, como igrejas pentecostais, neopentecostais, históricas e não denominacionais.
Crescimento de outras religiões
O Censo também indicou um crescimento das pessoas que se declararam sem religião, que passaram de 7,9% para 9,3% no período. Já religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, aumentaram de 0,3% para 1,0%, e outras religiosidades somaram 4,0%, ante 2,7% em 2010. A religião espírita teve leve queda, de 2,2% para 1,8%, enquanto as tradições indígenas representaram 0,1% das declarações.
A analista responsável pelo tema no IBGE, Maria Goreth Santos, comentou que “em 150 anos de recenseamento de religião, muita coisa mudou no país e na sociedade como um todo”. Segundo ela, no primeiro Censo, realizado em 1872, o recenseador registrava os moradores como “cathólico” ou “acathólico”, conforme a grafia da época, sem outras opções.
Ela também explicou que, naquela época, as pessoas escravizadas eram registradas como católicas, de acordo com a declaração do senhor da casa. Hoje, o Censo permite maior liberdade de autodeclaração, com a inclusão de novos códigos e classificações para abranger a diversidade religiosa do país.
“As transformações sociais têm resultado em modificações na metodologia do Censo ao longo de todas essas décadas. […] A incorporação de novas declarações religiosas foi sendo necessária para retratar a diversidade religiosa no Brasil da forma mais fidedigna possível”, afirmou Maria Goreth.
Perfil regional e etário
O catolicismo ainda é a religião predominante em todas as grandes regiões, com maior concentração no Nordeste (63,9%) e no Sul (62,4%), e menor presença no Norte (50,5%). Os evangélicos são mais numerosos na Região Norte (36,8%), seguidos pelo Centro-Oeste (30,5%) e Sudeste (26,2%).
O Sudeste concentra a maior proporção dos espíritas (2,7%) e das pessoas sem religião (10,5%). Já as religiões afro-brasileiras têm maior representação no Sul (1,6%) e Sudeste (1,4%).
A distribuição por faixa etária também revela mudanças geracionais. Os católicos são maioria em todos os grupos, mas com variação significativa: de 52,0% entre os jovens de 10 a 14 anos até 72,0% entre os idosos com 80 anos ou mais.
Entre os evangélicos, ocorre o inverso: a maior proporção está entre os mais jovens (31,6% dos que têm entre 10 e 14 anos), e a menor nos mais idosos (19,0%). A proporção dos sem religião atinge o pico entre 20 e 24 anos (14,3%) e o menor índice entre os maiores de 80 anos (4,1%).
Perspectivas e contexto
Os dados reforçam uma tendência já apontada por pesquisas anteriores e refletem transformações sociais, culturais e espirituais em curso no país. No meio evangélico, pastores e líderes frequentemente associam o crescimento à intensificação da evangelização e à atuação social das igrejas locais. Em textos bíblicos como Atos 2:47, observa-se que “o Senhor acrescentava todos os dias à igreja aqueles que iam sendo salvos”, o que muitos interpretam como encorajamento à expansão do evangelho.
Embora o levantamento não avalie motivações pessoais ou teológicas para a mudança de religião, os números indicam um processo contínuo de diversificação religiosa no Brasil e o surgimento de novos espaços de fé em meio às transformações contemporâneas. A pluralidade, antes limitada por imposições históricas, hoje se expressa de forma mais visível, com implicações diretas na cultura, na política e na vida cotidiana.
O relatório completo do IBGE está disponível no site oficial da instituição.

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