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Maníaco do Parque planeja mudar de nome ao deixar a prisão

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Preso desde o final da década de 1990 por uma série de crimes que chocaram o país, Francisco de Assis Pereira, conhecido como o Maníaco do Parque, declarou intenção de mudar de nome ao deixar a prisão em 2028. Condenado por estuprar e matar nove mulheres, ele cumpre pena há quase 30 anos na Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo.

Em entrevista concedida em 2024 à psicóloga forense Simone Lopes Bravo, Francisco afirmou que se converteu ao evangelho em 1999, quando ainda estava detido na Penitenciária de Itaí, também no interior paulista. “Sou um novo homem. Aquele Francisco não existe mais”, disse o condenado, ao relatar que desde então vive em oração e que os pensamentos violentos “nunca mais voltaram”.

Francisco foi batizado por evangélicos ainda no presídio anterior e afirma manter uma rotina de leitura bíblica e oração. “Deus já me perdoou”, declarou, ao ser questionado sobre um possível pedido de perdão às famílias das vítimas. A resposta, segundo a psicóloga, foi dada sem hesitação. Apesar da profissão de fé, ele afirmou não ver necessidade de procurar os parentes das vítimas para pedir perdão diretamente.

Hoje com 56 anos, o detento está na cela 59 do Pavilhão 3, dividindo espaço com outros seis homens, todos condenados por crimes sexuais. Ao longo da conversa com a psicóloga, Francisco forneceu detalhes dos crimes cometidos no Parque Ibirapuera, em São Paulo, onde abordava mulheres com promessas falsas de emprego como modelo fotográfico. Segundo os autos do processo, parte das vítimas foi violentada sexualmente antes de ser morta. Algumas, afirmou o próprio condenado, foram poupadas.

Em determinado momento da entrevista, Francisco confessou que retornava aos locais dos crimes para se masturbar diante dos corpos. “Ficava com muitos pensamentos. Não conseguia parar de pensar. Aqueles pensamentos me excitavam”, relatou. Também declarou que os impulsos surgiram na infância e estavam ligados à atração pelo corpo feminino. “Não matava homens porque me sentia atraído pelo corpo das mulheres”, afirmou. Em alguns casos, disse que não houve contato físico com as vítimas: “Nem um beijo”.

De acordo com a legislação vigente à época da condenação, Francisco de Assis Pereira não será submetido a exame psicológico ou psiquiátrico ao deixar a prisão. Cumprida integralmente a pena, ele será libertado diretamente, sem passar por avaliações clínicas adicionais, conforme previsto pela lei anterior à reforma de 2007.

A intenção de mudar de nome, segundo ele, seria para “recomeçar a vida”. Não há, até o momento, confirmação oficial sobre o novo nome que pretende adotar, nem detalhes sobre a documentação ou processo que será utilizado. O Ministério Público e a Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo ainda não se manifestaram sobre o caso.

A história do “Maníaco do Parque” ganhou notoriedade nacional no final dos anos 1990. Os crimes ocorreram entre maio e julho de 1998, tendo como cenário o entorno do Parque Ibirapuera, na capital paulista. A brutalidade das ações e o perfil das vítimas — em sua maioria jovens atraídas por promessas de trabalho — causaram forte comoção pública. Francisco foi preso em 04 de agosto de 1998 no estado do Paraná, após dias de buscas e ampla divulgação do caso pela imprensa.

Francisco deverá deixar a prisão no decorrer de 2028. Até lá, permanece detido sob regime fechado, com possibilidade de exercer atividades internas, mas sem direito a saídas temporárias, de acordo com O Globo.

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