igreja perseguida
Cristãos condenados na China por distribuir Bíblias sem permissão do governo

Nove cristãos foram condenados na Região Autônoma da Mongólia Interior, no norte da China, sob a acusação de distribuírem Bíblias fora dos canais autorizados pelo governo. As penas, proferidas pelo Tribunal Distrital de Hohhot Huimin, variam entre um e quase cinco anos de prisão, com multas que somam até 1 milhão de yuans (cerca de US$ 137 mil).
O julgamento concluiu um processo que vinha sendo acompanhado desde as prisões ocorridas em abril de 2021. Segundo o portal Bitter Winter, que monitora violações à liberdade religiosa na Ásia, os réus foram sentenciados por “operações comerciais ilegais”.
O grupo distribuía Bíblias legalmente impressas em Nanquim, mas sem a mediação das igrejas “permitidas” pelo Estado, operando por meio de uma igreja doméstica não registrada.
Detalhamento das sentenças
A pena mais severa foi aplicada a Wang Honglan, condenada a quatro anos e dez meses de prisão, além de multa de 1 milhão de yuans. Wang Jiale e Liu Minna receberam quatro anos e seis meses de reclusão cada, e multas de 200 mil yuans (aproximadamente US$ 27.500). Já Yang Zhijun foi sentenciado a quatro anos e três meses de prisão, com multa de 150 mil yuans (cerca de US$ 20.500).
Outros cinco membros — Ji Heying, Ji Guolong, Zhang Wang, Liu Wei e Li Chao — também foram condenados. Os quatro primeiros receberam penas de três anos de prisão e multas de 20 mil yuans (cerca de US$ 2.700), enquanto Li Chao foi sentenciado a um ano de prisão e multa de 5 mil yuans (aproximadamente US$ 685).
Lideranças visadas
Ban Yanhong, identificada pelas autoridades como uma das líderes do grupo, foi julgada separadamente e condenada em abril de 2024 a cinco anos de prisão. Segundo documentos do processo, tanto ela quanto Wang Honglan já possuíam histórico de detenções por atividades religiosas não autorizadas. Wang teria cumprido anteriormente cinco anos de prisão e um ano em um campo de trabalho forçado.
Motivação evangelística
Durante o julgamento, os réus afirmaram que sua intenção não era comercial. Relataram que adquiriam as Bíblias por 95% do valor de capa e as revendiam por 75%, com o propósito de facilitar o acesso à Palavra de Deus como parte de sua missão evangelística.
A organização International Christian Concern (ICC), que acompanha casos de perseguição religiosa ao redor do mundo, destacou que os envolvidos haviam se recusado a se submeter ao Movimento Patriótico das Três Autonomias, órgão oficial que representa as igrejas protestantes sob supervisão do Partido Comunista Chinês. Essa recusa, segundo a ICC, teria contribuído para a repressão ao grupo.
Cinco dos condenados — Ji Heying, Ji Guolong, Zhang Wang, Liu Wei e Li Chao — já haviam cumprido parte ou a totalidade das penas em regime de prisão preventiva. A sentença foi formalmente datada de 20 de novembro de 2024, mas só comunicada às famílias no início de abril de 2025.
Novo marco regulatório para atividades religiosas
O caso se insere em um contexto mais amplo de endurecimento das políticas religiosas na China. A partir de 1º de maio de 2025, entram em vigor novas regulamentações que proíbem missionários estrangeiros de atuarem no país sem autorização do governo. As regras foram anunciadas como parte de uma política de proteção à segurança nacional.
Segundo a Mission News Network, as novas medidas vetam estrangeiros de produzirem, distribuírem ou arrecadarem doações com fins religiosos. Pregações públicas só serão permitidas mediante convite oficial de instituições previamente autorizadas e passarão por controle de conteúdo.
As medidas fazem parte do esforço de “sinicização” da religião, termo usado pelas autoridades chinesas para descrever o alinhamento das expressões de fé aos valores e à liderança do Partido Comunista. Essa diretriz afeta especialmente igrejas não registradas e comunidades que se recusam a submeter sua doutrina e prática ao controle estatal.
Contexto bíblico e atual
A liberdade de proclamar a fé cristã tem sido, historicamente, limitada em regimes onde o Estado busca centralizar a autoridade sobre a sociedade civil. O apóstolo Paulo, ao escrever aos tessalonicenses, já advertia sobre tempos em que a verdade seria restringida: “Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que agora resiste até que do meio seja tirado” (2 Tessalonicenses 2:7).
Nos dias atuais, muitos cristãos na China continuam reunindo-se em casas e ambientes privados, mesmo sob vigilância, demonstrando disposição em “obedecer a Deus antes que aos homens” (Atos 5:29). O caso dos nove cristãos condenados evidencia os desafios enfrentados por igrejas que se mantêm fora do sistema oficial, especialmente diante de uma estrutura legal cada vez mais restritiva.

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