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Cristãos ex-LGBT unidos pela liberdade de deixar antiga vida

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Na quinta-feira, 13 de junho, um grupo de cristãos que afirmam ter abandonado comportamentos homossexuais ou transgêneros reuniu-se nas escadarias do Capitólio estadual da Califórnia, em Sacramento, com o objetivo de testemunhar publicamente sua experiência de mudança e denunciar a resistência cultural e legislativa contra aqueles que optam por deixar a identidade LGBT.

A manifestação fez parte do evento “Speak Out”, promovido pelo CHANGED Movement em parceria com o Conselho Familiar da Califórnia, realizado nos dias 12 e 13 de junho. Os participantes relataram como encontraram transformação espiritual ao entregar suas vidas a Jesus Cristo, rejeitando a ideia de que a mudança de identidade sexual seria impossível.

“Espero que este evento consiga combater a crença de que as pessoas não mudam”, declarou Elizabeth Woning, diretora executiva de advocacia do CHANGED Movement, ao The Christian Post.

Testemunhos de vida transformada

Ao longo do encontro, diversos participantes compartilharam testemunhos sobre como encontraram libertação espiritual após anos de sofrimento e confusão relacionados à sua sexualidade.

Ivan Santos relatou que sua trajetória incluiu experiências traumáticas na infância, envolvimento com drogas e prostituição, até encontrar consolo em Deus. “Eu achava que estava vivendo uma vida plena, mas ainda estava muito quebrada e muito deprimida”, disse. Ele contou que, em um momento de desespero, orou a Deus e recebeu uma resposta que, segundo ele, mudou sua vida: “Estou pronto para te mostrar como a vida pode ser boa se você me seguir.”

Santos afirmou que ao oferecer sua sexualidade a Deus, passou a entender que a identidade que sustentava era fruto de feridas e desejos desordenados. “À medida que O segui, as coisas que pareciam concretas… mudaram”, afirmou.

Cecil Jackman, outro participante, relatou ter sido abusado na infância e crescido dividido entre sua fé cristã e as atrações que sentia por outros homens. Ele afirmou ter acreditado que Deus o odiava, até compreender o amor redentor de Cristo, mencionando Hebreus 12:2, que fala sobre Jesus suportar a cruz em troca da alegria proposta. Hoje, Jackman é casado e pai de três filhos. “Quando descobri que podia confiar em Deus, minha cura acelerou drasticamente”, disse.

Histórico de mobilização contra censura

O evento também marcou os sete anos desde que o grupo se posicionou contra o projeto de lei AB 2943, apresentado em 2018 pelo Caucus Legislativo LGBTQ da Califórnia. A proposta classificava como fraude ao consumidor os esforços para mudar comportamentos sexuais ou de gênero, incluindo aconselhamento voluntário.

A medida foi criticada por entidades religiosas e jurídicas, como a Liberty Counsel, que alertou que a redação da proposta poderia abranger desde aconselhamento pastoral até a venda de livros que se opusessem à ideologia LGBT — inclusive a Bíblia, em certos casos.

Após intensa mobilização, o projeto foi retirado no último dia da sessão legislativa daquele ano. “O evento deste ano foi uma forma de lembrar os esforços da Califórnia contra a censura”, afirmou Woning. “Queremos lembrar aos legisladores que não queremos nenhuma lei futura que censure a liberdade de expressão.”

Woning, que abandonou o lesbianismo e hoje é casada com um homem, fundou a CHANGED em 2018 junto com o pastor Ken Williams, da Igreja Bethel, em Redding. Williams é autor do livro The Journey Out: How I Followed Jesus Away from Gay (2021) e também compartilhou seu testemunho durante o encontro.

“Naquela época, era legal para mim obter ajuda que se alinhasse às minhas convicções religiosas”, disse Williams. “Agora é ilegal.” Ele enfatizou que a dor de sua adolescência foi usada por Deus para atraí-lo de maneira profunda. “Eu não trocaria isso”, acrescentou. “Sou grato pelo que o Senhor fez.”

Controvérsia e legislação

A chamada “terapia de conversão” é atualmente proibida para menores em 23 estados dos EUA, incluindo a Califórnia, além do Distrito de Columbia. No Canadá, conselheiros podem ser condenados a até cinco anos de prisão se prestarem atendimento que não afirme a identidade homossexual ou transgênero. Em 2020, o Especialista Independente da ONU sobre Orientação Sexual e Identidade de Gênero, Victor Madrigal-Borloz, pediu a proibição global da prática, e a ONU a comparou à tortura.

Os participantes do evento, no entanto, destacaram que sua experiência não envolveu imposição, mas escolhas pessoais motivadas por fé e arrependimento. “Jesus oferece uma nova vida às pessoas”, concluiu Williams.

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