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Dólar abre o dia a R$ 6,31 e real é a moeda mais desvalorizada de 2024

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Dólar abre o dia a R$ 6,31 e real já é a moeda mais desvalorizada de 2024

O real  lidera o ranking das moedas mais desvalorizadas frente ao dólar americano em 2024, com uma perda de 21% no valor desde o início do ano. De acordo com dados atualizados na quarta-feira, 18, o dólar começou o ano cotado a R$ 4,85, abriu o dia anterior a R$ 6,12 e atingiu R$ 6,27 ao longo da quarta-feira. Nesta quinta, abriu cotado a R$ 6,31.

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Além do real, outras moedas importantes também enfrentaram desvalorização significativa em 2024. O peso mexicano e a lira turca registraram uma queda de 16%, seguidos pelo rublo russo (15%) e o won sul-coreano (10%). As demais moedas da lista de 20 países mais negociados tiveram desvalorização inferior a 10%.

No entanto, três moedas conseguiram se valorizar ou manter estabilidade frente ao dólar. O dólar de Hong Kong subiu 0,6%, o rand sul-africano teve alta de 1%, e a libra esterlina encerra o ano praticamente estável. Esses números refletem a força do dólar em 2024, impulsionada por fatores econômicos e geopolíticos.

Inflação e desvalorização

A inflação elevada no Brasil é um dos principais fatores que explicam a desvalorização do real. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumulado em 12 meses até novembro, foi de 4,87%, superando o teto da meta oficial de 4,5%. Essa alta inflacionária é resultado de uma combinação de fatores, incluindo:

  • Crescimento econômico acelerado.
  • Baixo índice de desemprego.
  • Incertezas fiscais relacionadas à dívida pública e à eficácia do pacote fiscal do governo.

O aumento dos juros no Brasil, decidido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, reflete esses desafios. Na última reunião, a taxa Selic foi elevada de 11,25% para 12,25% ao ano, com o Copom destacando preocupações sobre a persistência da inflação elevada:

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“A inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes”, afirmou o comunicado oficial.

Contexto político e econômico

O presidente Lula, em discurso no domingo, 15 de dezembro, defendeu o pacote fiscal proposto por sua administração, afirmando: “Ninguém neste país, no mercado, tem mais responsabilidade fiscal do que eu”.

Apesar disso, críticos apontam que os aumentos nos gastos públicos durante seu mandato têm gerado incertezas no mercado, elevando o déficit fiscal. Lula também reiterou sua crítica à política de juros altos no Brasil:“A única coisa errada neste país é a taxa de juros estar acima de 12%”.

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Cenário internacional

A valorização do dólar em 2024 reflete, em parte, o aumento dos juros nos Estados Unidos, que tem atraído investidores devido aos bons rendimentos oferecidos por títulos do Tesouro americano, considerados de baixo risco.

Esse movimento de capital intensifica a pressão sobre moedas de economias emergentes, como o real, e contribui para a disparidade no desempenho das moedas globais.

Segundo a revista Oeste, o contexto sublinha a complexidade dos desafios econômicos enfrentados pelo Brasil, incluindo a necessidade de equilibrar inflação, juros, crescimento econômico e estabilidade fiscal diante de um cenário global adverso.

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