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Impeachment de Moraes já conta com apoio de 39 senadores
Na tarde desta quarta-feira, 06 de agosto, o número de senadores que declararam apoio ao pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou a 39 parlamentares, conforme levantamento divulgado pelo site Votos Senadores. Segundo os dados, 24 senadores permanecem indecisos, enquanto 19 se manifestaram contra o processo.
O movimento é liderado majoritariamente por senadores do Partido Liberal (PL), principal sigla de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Parlamentares de outras legendas de centro-direita, como Republicanos, União Brasil, Podemos e Progressistas (PP), também compõem o grupo favorável ao afastamento do ministro.
Entre os indecisos, há nomes de partidos tradicionalmente associados ao Centrão, como MDB, PSD e PP. Já os senadores contrários ao impeachment são, em sua maioria, filiados a partidos da base do governo, como PT, PDT e PSB.
Pressão pública sobre os indecisos
Mesmo dentro do PL, dois senadores ainda não definiram seu posicionamento: Romário (RJ) e Dra. Eudócia Caldas (AL). O senador Romário, campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1994, foi cobrado publicamente pelo vereador Jair Renan Bolsonaro (PL–SC), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em postagem nas redes sociais, Jair Renan escreveu:
“E aí, Romário? Vai continuar vivendo do gol de 94 ou vai mostrar que também sabe jogar pelo povo? O impeachment do Moraes é sua chance de brilhar de novo.”
Quórum necessário
Para que o processo de impeachment seja admitido no Senado, são necessários 42 votos favoráveis. Com 39 senadores declarando apoio, faltam três votos para que o pedido avance à fase seguinte. No entanto, para que o ministro seja de fato afastado do cargo, o número de votos favoráveis deve chegar a 54, o equivalente a dois terços da composição da Casa.
O atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD–MG), figura entre os senadores contrários ao pedido. Como presidente da Casa, é ele quem decide sobre o recebimento inicial do processo.
Senadores favoráveis ao impeachment
Segundo o site Votos Senadores, os seguintes parlamentares apoiam o processo:
- Alan Rick (União Brasil–AC)
- Alessandro Vieira (MDB–SE)
- Astronauta Marcos Pontes (PL–SP)
- Carlos Portinho (PL–RJ)
- Carlos Viana (Podemos–MG)
- Cleitinho (Republicanos–MG)
- Damares Alves (Republicanos–DF)
- Dr. Hiran (PP–RR)
- Eduardo Girão (Novo–CE)
- Eduardo Gomes (PL–TO)
- Efraim Filho (União Brasil–PB)
- Esperidião Amin (PP–SC)
- Flávio Bolsonaro (PL–RJ)
- Hamilton Mourão (Republicanos–RS)
- Ivete da Silveira (MDB–SC)
- Izalci Lucas (PL–DF)
- Jaime Bagattoli (PL–RO)
- Jayme Campos (União Brasil–MT)
- Jorge Kajuru (PSB–GO)
- Jorge Seif (PL–SC)
- Lucas Barreto (PSD–AP)
- Luis Carlos Heinze (PP–RS)
- Magno Malta (PL–ES)
- Marcio Bittar (União Brasil–AC)
- Margareth Buzetti (PSD–MT)
- Marcos Rogério (PL–RO)
- Marcos do Val (Podemos–ES)
- Nelsinho Trad (PSD–MS)
- Oriovisto Guimarães (Podemos–PR)
- Plínio Valério (PSDB–AM)
- Professora Dorinha Seabra (União Brasil–TO)
- Rogério Marinho (PL–RN)
- Sergio Moro (União Brasil–PR)
- Styvenson Valentim (Podemos–RN)
- Tereza Cristina (PP–MS)
- Vanderlan Cardoso (PSD–GO)
- Wellington Fagundes (PL–MT)
- Wilder Morais (PL–GO)
- Zequinha Marinho (Podemos–PA)
Senadores indecisos
Ainda não declararam posição:
- Ângelo Coronel (PSD–BA)
- Ciro Nogueira (PP–PI)
- Confúcio Moura (MDB–RO)
- Daniella Ribeiro (PSD–PB)
- Davi Alcolumbre (União Brasil–AP)
- Dra. Eudócia Caldas (PL–AL)
- Eduardo Braga (MDB–AM)
- Eliziane Gama (PSD–MA)
- Fernando Dueire (MDB–PE)
- Flávio Arns (PSB–PR)
- Giordano (MDB–SP)
- Jader Barbalho (MDB–PA)
- Jussara Lima (PSD–PI)
- Laércio Oliveira (PP–SE)
- Mara Gabrilli (PSD–SP)
- Marcelo Castro (MDB–PI)
- Mecias de Jesus (Republicanos–RR)
- Renan Calheiros (MDB–AL)
- Romário (PL–RJ)
- Soraya Thronicke (Podemos–MS)
- Sérgio Petecão (PSD–AC)
- Veneziano Vital do Rêgo (MDB–PB)
- Zenaide Maia (PSD–RN)
Senadores contrários ao impeachment
Manifestaram-se contra a proposta:
- Ana Paula Lobato (PDT–MA)
- Augusta Brito (PT–CE)
- Beto Faro (PT–PA)
- Chico Rodrigues (PSB–RR)
- Cid Gomes (PSB–CE)
- Fabiano Contarato (PT–ES)
- Fernando Farias (MDB–AL)
- Humberto Costa (PT–PE)
- Irajá (PSD–TO)
- Jaques Wagner (PT–BA)
- Leila Barros (PDT–DF)
- Omar Aziz (PSD–AM)
- Otto Alencar (PSD–BA)
- Paulo Paim (PT–RS)
- Randolfe Rodrigues (PT–AP)
- Rodrigo Pacheco (PSD–MG)
- Rogério Carvalho (PT–SE)
- Teresa Leitão (PT–PE)
- Weverton (PDT–MA)
Contexto
O pedido de impeachment de um ministro do STF é um procedimento previsto na Constituição Federal, em seu artigo 52, inciso II, atribuindo ao Senado processar e julgar os ministros do Supremo por crimes de responsabilidade. Para que o processo tenha andamento, é necessária autorização da maioria dos senadores, e para a destituição, o quórum de dois terços (54 votos).