Missões evangélicas mostram que há saída para usuários de crack

No final do ano passado uma pesquisa revelou que 70% das cidades brasileiras sofrem com o consumo de crack. O resultado é fruto de um estudo realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) que pesquisou 3.950 municípios e 98% deles, que corresponde a 3.871, tem problemas com a droga.

Isso prova que o crack não é um problema exclusivo das grandes cidades, uma vez que é um produto barato- pode-se conseguir uma dose por um ou dois reais –, e fácil de ser fabricado, pois o crack é feito de sobras do refino da cocaína misturadas com outras substâncias químicas como bicarbonato de sódio e amônia.

Essa droga chegou ao Brasil no final da década de 1980 e nos últimos cinco anos tem feito um verdadeiro arrastão pelo país. O Ministério da Saúde já o considera problema de saúde pública. De acordo com dados do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), quase 200 mil brasileiros estão viciados. A maioria deles começou a consumir “a pedra”, como é chamado o crack, entre os 13 e 26 anos.

No centro da cidade de São Paulo, mas precisamente no bairro da Santa Ifigênia,  há uma região que ficou conhecida como Cracolândia, por abrigar centenas de usuários que consomem a droga o tempo todo, tanto sob a luz do dia como a noite. Pessoas que vivem nas ruas e que para sustentar o vicio chegam a vender tudo o que possuem, ou então, passam a cometer furtos.

Para tentar recuperar essas vidas, algumas igrejas evangélicas decidiram fazer trabalhos evangelísticos no local a fim de levar a palavra de Deus para os usuários de drogas, além de travestis e moradores de rua que circulam pela região.

Um desses ministérios é chamado de Cristolândia, um projeto que começou  na Primeira Igreja Batista, e que acabou se mudando para mais próximo do problema, abrindo um salão na Rua Barão de Piracicaba que oferece três cultos todos os dias para levar a palavra de Deus aos perdidos.

Sustentado pelas Igrejas Batistas, o projeto Cristolândia distribui cerca de 300 refeições diárias – café, almoço e janta, além de oferecer um espaço para banho, lavanderia, doação de roupas e calçados.

Outro ministério que faz um trabalho parecido na região é o Projeto Retorno. Distribuindo lanches duas noites por semana e oferecendo, além de auxílios básicos, carinho. Esse projeto é liderado pela pastora Nildes Nery, do Ministério Quadrangular, que conquistou o afeto e confiança dos moradores de rua, prostitutas e viciados da Cracolândia.

Pioneira na região, a Comunidade Evangélica Nova Aurora (Missão Cena) compartilha o amor de Deus com os excluídos desde 1987, onde o pastor Nivaldo Nassif fazia cultos às sexta-feiras. Em 1991, a missão foi fundada oficialmente, contando com uma sede na Avenida General Osório, a conhecida Casa Amarela, e um terreno em Juquitiba, onde funciona o centro de reabilitação Fazenda Nova Aurora.

Na Casa Amarela, prostitutas, travestis, meninos de rua e viciados recebem atendimento médico e odontológico, assistência jurídica, comida, banho e roupa. E também ouvem a palavra transformadora do Evangelho. Os dependentes químicos têm a oportunidade de serem encaminhados para atendimento especializado e, se assim desejarem, receber a Cristo como Senhor e Salvador. À noite, os missionários saem pelas ruas para conversar com os usuários de crack e lembrar-lhes que é possível mudar.

É por esses e tantos outros ministérios que investem na recuperação de viciados que as instituições evangélicas têm ganhado respeito por parte dos órgãos públicos e mostram que é possível recuperar uma pessoa através da Palavra de Deus.

Para saber mais sobre o trabalho evangélico na Cracolândia, você pode entrar no site da Missão Cena (www.missaocena.com.br), acompanhar o twitter do projeto Retorno (@projetoretorno) e visitar a Cristolândia (Alameda Barão de Piracicaba, 509, Luz; aberta todos os dias das 9h às 21h).

Há campanhas muito interessantes contra o crack encabeçadas pela Secretária da Saúde (www.nuncaexperimenteocrack.com.br) e pelo Grupo RBS (www.cracknempensar.com.br) também.

Fonte: Gospel Prime

Com informações Cristianismo Hoje e Uol