arqueologia bíblica

Mitos confirmam relatos bíblicos, afirma historiadora

História do dilúvio já foi contada por diversos povos da Antiguidade

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Após dissertar sobre diversos mitos acerca do dilúvio, a historiadora da Universidade de São Paulo (USP), Dra. Christie G. Chadwick, disse que seus achados arqueológicos colaboram para os relatos bíblicos de um dos eventos mais intrigantes das Escrituras.

A história do dilúvio já foi contada por diversos povos da Antiguidade, entre eles os mesopotâmios. “Embora essas histórias sejam ‘falsificadas’ de certa forma, daí são compreendidas como sendo mitológicas, elas possuem uma semente de verdade”, observa.

A doutora em Arqueologia Bíblica e História do Antigo Oriente, pela Andrews University (EUA), já pesquisou diversas histórias antigas através de achados arqueológicos e fez tabelas comparativas com os detalhes narrados na Bíblia.

Entre os exemplos estão “O Dilúvio de Utnapishtim” que narra sobre uma tempestade que matou todas as pessoas da Terra, menos um pequeno grupo selecionado. “No sétimo dia essa tempestade se acalmou, mas Utnapishtim e seus tripulantes permaneceram no barco por mais sete dias. O barco encalhou no monte Nimush, na região montanhosa de Zagros”, conta.

Essa história diz que uma pomba foi solta pelo personagem e que voltou para ele por não encontrar onde pousar. O acontecimento se baseia na ira dos “deuses” que decidiram destruir o mundo e protegeu Utnapishtim, seus familiares, seus bens, alguns artesãos e alguns animais.

O que não bate com os relatos bíblicos são alguns detalhes: o barco tinha sete andares, era construído como um grande zigurate e tinha 70 metros de altura. E com a fúria da tempestade, até mesmo os deuses ficaram assustados.

Esse foi um dos mitos abordados por Chadwick, entre outros que ela apresentou em sua palestra durante a segunda edição do Congresso Internacional de Arqueologia, que está acontecendo na UNASP, desde quinta-feira (15).

Todo mito tem um fundo de verdade

Em entrevista exclusiva ao Gospel Prime, a historiadora e arqueóloga revelou que todas essas descobertas são posteriores aos escritos de Moisés. “Os fragmentos mostram que a história é a mesma. É na verdade uma cópia, como se fosse a 20ª edição de um original que está perdido”, disse.

Semelhantemente aos manuscritos do mar Morto “eles não são os originais da Bíblia, mas mostram que desde aquela época a mensagem vem sendo transmitida. O conteúdo é mais antigo do que o papel que traz a mensagem”, explicou.

A questão das inúmeras diferenças nos relatos está na forma como as pessoas interpretavam aquele texto, naquela época. “É uma cosmovisão e isso depende também da cultura”, acrescentou.

“No fundo, todas as lendas e todos os mitos são baseados numa verdade. Todas essas histórias contadas sobre o dilúvio possuem pontos de conexão. Então nesse caso, a semente é maior”, revela. É uma “memória coletiva” que explica uma verdade.

De todos os seus achados arqueológicos, que são pedaços de tabletes cuneiformes, somente um está completo – Épico de Gilgamesh. “Nele conseguimos ler todo o texto em detalhes. Nos outros mais antigos não”, esclareceu.

A arqueóloga finalizou apresentando a “Lista Real Sumeriana” e o “Dilúvio Grego”, incluindo-os como parte das histórias paralelas da memória coletiva de um evento histórico mundial.

Seu trabalho é uma colaboração para todos aqueles que buscam evidências de que a Bíblia é um livro “escrito por Deus” e que os fatos contidos nela ajudam a montar o quebra-cabeça da história da humanidade.

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