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Novo primeiro-ministro do Sri Lanka é ameaça a cristãos

Com apoio de budistas o presidente e o primeiro ministro, que são irmãos, tentarão aprovar leis e medidas que restrinjam a liberdade religiosa no país

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Mahinda e o irmão Gotabaya querem trabalhar para restringir a liberdade religiosa e aumentar a perseguição a cristãos (Reuters)

O novo primeiro-ministro do Sri Lanka, Mahinda Rajapaksa, foi empossado hoje por seu irmão, o presidente Gotabaya Rajapaksa. A grande vitória de seu partido budista Sinhala nas eleições da semana passada gerou temores entre os cristãos e outras minorias.

O partido da Frente Popular do Sri Lanka obteve uma maioria de quase dois terços no parlamento com 145 das 225 cadeiras disponíveis, além de mais cinco de aliados, sob a liderança de Mahinda Rajapaksa.

Mahinda, um ex-presidente com dois mandatos, foi nomeado primeiro-ministro por seu irmão Gotabaya depois que Gotabaya ganhou as eleições presidenciais em novembro do ano passado. Com uma maioria parlamentar e o apoio de nacionalistas budistas cingaleses, é altamente provável que os dois irmãos consolidem ainda mais seu poder e que emendas constitucionais estejam em jogo.

Desde novembro, houve uma diminuição na liberdade de religião e expressão e os militares tornaram-se mais influentes. Existem também preocupações com os direitos humanos. Durante sua presidência, o governo de Mahinda foi caracterizado pelo autoritarismo e domínio militar, enquanto Gotabaya, como ex-ministro da Defesa, teria sido responsável por abusos aos direitos humanos durante a guerra com os separatistas tamil.

No mês passado, seu irmão mais novo, Basil, que lidera outro partido político, teria dito: “Aprendemos com muitos partidos políticos do mundo. Os dois melhores são o BJP (na Índia) e o CCP (na China)”.

Vale ressaltar que os dois partidos citados por Basil são os que mais oprimem cristãos no mundo. Inclusive, o primeiro-ministro da Índia já prometeu fazer com que o país se torne 100% hindu até 2022, expulsando e perseguindo cristãos ex-hinduístas.

Após sua cerimônia de juramento em um antigo templo budista no ano passado, Gotabaya disse que “protegeria a cultura e a herança cingalesa e forneceria patrocínio estatal para salvaguardar a moral e os costumes tradicionais”.

“É revelador que, assim como seu irmão presidente, o novo primeiro-ministro decidiu tomar posse em um templo budista hoje”, afirmou um analista de perseguição da unidade de Pesquisa Mundial da Portas Abertas.

“Isso envia um sinal claro de nacionalismo e do que esperar nos próximos anos”, conclui.

Ser cingalês significa ser budista e, embora a minoria cristã seja parcialmente tolerada, os cristãos ex-budistas não são, de acordo com o perfil do Portas Abertas no país.

“A situação permanece incerta e os cristãos se encontram em meio a uma crise religiosa e são amplamente ignorados em seus direitos”, disse o analista.

Ataques de multidões contra igrejas e pastores continuam a ser relatados, e podemos ver mais isso novamente quando os nacionalistas budistas são encorajados, principalmente pelo governo.

Os líderes religiosos budistas usam ações sociais promovidas pela igreja ou ações de evangelismo para incitar a população contra os cristãos, alegando que eles querem mudar a cultura do Sri Lanka. Segundo eles, apenas sob um governo cingalês budista o país estaria protegido do extremismo de outras religiões.

O Sri Lanka ocupa a 30ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2020 e tem como nacionalismo religioso uma de suas principais fontes de perseguição.

Uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos por sua fé em Jesus

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