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O ensino bíblico na igreja e na internet

O ensino bíblico é essencial para capacitar a igreja para a realização de suas atividades missionais.

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Bíblia. (Foto: Ben White / Unsplash)

O ensino da Bíblia é um meio de santificação

Os cristãos são santificados, separados do mundo e consagrados a viver para Deus, quando se unem a Cristo pela fé. O Espírito Santo, através da sua obra no interior do cristão, o conduz a uma vida de santificação progressiva. O terceiro meio de santificação é a Palavra de Deus.

Jesus declarou, em sua oração sacerdotal, que o cristão é santificado pela Palavra de Deus (Jo 17.17; 15.3). A Bíblia é a “água” que lava o homem de suas impurezas (Ef 5.26). O salmista afirma, no Salmo 199, que guardou a Palavra de Deus em seu coração para evitar o pecado (Sl 119.11).

Horton (in GUNDRY, 2006, p. 131) explica que este instrumento não está desvinculado da obra do Espírito Santo nem é adicional a ela, mas que “a Palavra é a sua principal ferramenta e ele a usa para cumprir a obra na vida e no coração das pessoas”.

A Bíblia foi escrita por homens chamados de santos, que foram santificados por Deus, enquanto Ele os inspirava e guiava, por intermédio do Espírito Santo (2Pe 1.21). Ela ensina, principalmente, o que as pessoas precisam saber sobre a pessoa e o caráter de Deus e quais os deveres que Ele exige daqueles que querem ser seus filhos.

A Bíblia revela os princípios pelos quais Ele julgará a humanidade e demonstra o supremo padrão pelo qual devem ser averiguados todos os comportamentos, credos e opiniões dos homens.

Para o homem ser santo, que é uma exigência de Deus para seus filhos, conforme afirma o apóstolo Pedro (1Pe 1.16), é preciso conhecer a Deus e este conhecimento é revelado ao homem nas páginas do sagrado livro. Assim, entende-se que a Bíblia é necessária para a santificação.

O ensino da Bíblia é um meio de edificação

A Bíblia é o principal instrumento pelo qual Deus fala aos homens. Enquanto eles leem a Bíblia, Deus os abençoa e os fortalece com tudo que eles necessitam para seu viver diário. O apóstolo Paulo, durante a sua segunda viagem missionária, estando na cidade de Mileto, dirige-se aos anciãos da igreja de Éfeso e afirma que Deus, por Sua Palavra, pode edifica-los e dar-lhes herança entre todos os santificados (At 20.32).

A Bíblia é necessária para a manutenção da vida do crente, para sua nutrição espiritual (Mt 4.4). A Palavra de Deus é verdadeiro alimento (Jó 23.12). Moisés, o grande líder dos judeus no êxodo do Egito para a terra de Canaã afirma ao povo de Deus que a Palavra lhes daria vida (Dt 32.47). A Bíblia é o “leite” que alimenta o crente no princípio de sua vida espiritual (1Pe 2.2; 1Co 3.2; Hb 5.12,13) e o alimento sólido para o que está mais amadurecido (Ef 4.14; Hb 5.14). As palavras que transmitem graça são úteis para edificação dos cristãos (Ef 4.29).

Além disto, a Palavra de Deus é útil para “o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça” (2Tm 3.16), para nos dar esperança (Rm 15.4) e para dar sabedoria (Sl 19.7) aos que se dedicam a ouvir a proclamação das suas verdades.

O estudo das Escrituras é fundamental para que se possa estabelecer uma cosmovisão bíblica. Cosmovisão é o conjunto de “pressupostos fundamentais cognitivos, afetivos e avaliadores que um grupo de pessoas adota sobre a natureza das coisas e que utiliza para organizar a vida”, segundo a define Hiebert (2016, p.19). Ele também define cosmovisão bíblica como “a compreensão humana dos pressupostos básicos das Escrituras” (Op. Cit. p. 291). A Bíblia, portanto, fornece os pressupostos básicos para organizar a vida humana de acordo com a Sua vontade.

Hiebert (2016, p. 311) destaca a importância da proclamação das verdades do evangelho para todos, quando afirma que “o evangelismo é central na vida da igreja, não só para os que são salvos por meio dele, como também para manter a vitalidade da igreja”.

O conhecimento sobre Cristo e sobre a maneira que o cristão deve viver é importante tanto para a salvação como para o crescimento na fé, como afirma Hiebert:

Conversão, então, é um ponto – uma mudança de rumo. Essa mudança pode envolver uma quantidade mínima de informações a respeito de Cristo, mas ela realmente implica uma transformação no relacionamento com Ele – um compromisso de segui-lo, embora o conheçamos pouco, de conhecê-lo mais e obedecer-lhe à medida que ouvimos sua voz. Mas a conversão também é um processo – uma série de decisões que se originam dessa mudança inicial. Pensando assim, Papayya [um camponês indiano analfabeto] pode se tornar cristão depois de ouvir o evangelho uma vez, mas os que o conduzem a cristo têm uma grande responsabilidade em discipulá-lo, estabelecendo-o de maneira firme em sua nova fé. Sem discipulado, ele pode se tornar um cristão natimorto, por assim dizer. Ao longo de sua vida, ele pode crescer na fé; também pode ‘apostatar’. (HIEBERT, 2016, p. 339-340).

Nascimento (2016, p. 192) afirma a importância do conhecimento bíblico para a defesa da fé cristã, quando afirma que “o ponto de partida para uma apologética sadia é o estudo sistemático das Escrituras”, e ampara esta afirmação no fato de que “nela estão arraigados os fundamentos da nossa crença e os motivos da esperança que temos em Cristo Jesus”.

O ensino da Bíblia é um meio de avivamento

O avivamento é uma obra da graça de Deus, agindo de maneira surpreendente entre os cristãos. Stephen Olford (apud Shedd, 2004, p. 11) descreve o avivamento como “aquela estranha e soberana obra de Deus na qual ele visita o seu próprio povo, restaurando-o, reanimando-o e libertando-o para receber a plenitude de suas bênçãos”.

Tanto no surgimento quanto na manutenção dos resultados destes momentos de avivamento, é fundamental o genuíno ensino bíblico, pois “a teologia que nega as verdades centrais da Bíblia não tem o poder de transformar vidas, muito menos de provocar um avivamento” (SHEDD, 2004, p. 15). Observa-se que este ensino bíblico está intimamente relacionado aos avivamentos, desde o Pentecostes.

R. O. Roberts (apud SHEDD, 2004, p. 66-68) lista entre as características de igrejas e indivíduos que necessitam de um avivamento:

  • a) Quando a busca pela verdade bíblica fica estagnada e os cristãos se acomodam, pacificamente, com as verdades adquiridas há muito tempo.
  • b) Quando o conhecimento bíblico é tratado como fato externo e falta uma aplicação ao coração e à vida.

Entre os resultados de um avivamento observa-se que muitos têm o seu surgimento fomentado pelo estudo da Palavra de Deus. Vida sem doutrina gera misticismo e experiencialismo subjetivista. Avivamento sem doutrina é fogo de palha, é movimento emocionalista, é experiencialismo personalista e antropocentrista.

Deus tem compromisso com a verdade e a sua Palavra é a verdade e todo avivamento precisa estar fundamentado na Palavra. O avivamento precisa estar norteado pelas Escrituras e não por sonhos e visões. Precisa estar dentro das balizas da Bíblia e não dentro dos muros de revelações subjetivistas, muitas vezes surgidas apenas da imaginação humana.

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Pastor assembleiano, casado com Dione e pai de Álvaro e Diana. Especialista em Teologia do Novo Testamento Aplicada pela Faculdade Teológica Batista do Paraná e Mestre em Teologia pelas Faculdades Batista do Paraná, com ênfase em Estudo e Ensino da Bíblia. Exerce o ministério pastoral desde 1999. É autor dos livros Doutrina Prática, A Bíblia e o Trabalho e Depravação Total, além de diversos artigos publicados em jornais e revistas.

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