estudos bíblicos
O processo da salvação
Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 10 do trimestre sobre “A obra da salvação”
A palavra processo hoje em dia está carregada de uma carga negativa. Ouvimos esta palavra todo dia nos telejornais: “a polícia federal abriu um processo de investigação contra o empresário fulano de tal, envolvido na Lava Jato…”, ou “o ministério público abriu uma investigação contra o político fulano de tal para descobrir o destino do dinheiro público…”. É quase impossível hoje passar um dia em que não se ouça ou se leia nos portais de notícia a palavra processo. No arraial evangélico, esta palavra também já está impregnada no nosso “evangeliquês”. Quem nunca disse uma frase assim: “Estou passando um processo que só Jesus na causa!”, ou quem nunca ouviu uma frase assim: “Fulano está passando um processo terrível!”. Enquanto que no ambiente jurídico processo significa uma série de procedimentos de investigação sobre uma pessoa ou fato, em nosso linguajar evangélico processo significa uma série de situações adversas, difíceis e amargas. Definitivamente é uma palavra bem desgastada.
Todavia, para o estudo de nossa Lição, a palavra processo nem tem a ver com procedimentos de investigação, muito menos com uma série de situações adversas. E também é preciso deixar claro que a palavra processo, como a tomamos no estudo da salvação, “não consiste numa série complicada de ritos, ou numa série de passos místicos”(1). Não são passos que temos que cumprir um a um para podermos então nos considerar salvos, pois “pela graça sois salvos, por meio da fé, isto não vem de vós, é dom de Deus, não das obras para que ninguém se glorie” (Ef 2.8). Tomamos processo nesta Lição para falar de uma série de obras espirituais simultâneas realizadas por Deus na vida daquele que crê em Cristo Jesus. A “tão grande salvação” (Hb 2.3), engloba muitas mudanças e transformações positivas no espírito, na alma e no corpo, e na relação do homem com Deus, que são expressas nalguns termos bíblicos como JUSTIFICAÇÃO, REGENERAÇÃO e SANTIFICAÇÃO, objetos de estudo da presente Lição. Como Antônio Gilberto pontua muito bem, salvação “não se trata apenas de livramento da condenação do inferno; a salvação abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte de Deus para com o ser humano e o mundo (isto é, a criação), através de Jesus Cristo, nesta vida e na outra”(2). O processo de salvação se resume na seguinte frase: “fomos salvos, somos salvos e seremos salvos”.
Vejamos os três aspectos simultâneos da salvação.
I. JUSTIFICAÇÃO
- O que é justificação?
Justificação não é o mesmo que perdão. É muito mais que isso! Como Pai bondoso, Deus nos perdoa, mas como justo Juiz, Deus nos justifica! Os teólogos wesleyanos Orton Wiley e Paul Culberston, definem assim a justificação: “A justificação é aquele ato judicial ou declarativo de Deus pelo qual considera os que, com fé, aceitam a oferta propiciatória de Jesus Cristo, como absolvidos dos pecados, libertados da pena e aceitos como justos diante de Deus” (3). A Declaração de Fé das Assembleias de Deus traz uma boa definição também: “Justificação é o ato da graça de Deus, o Supremo Juiz, pelo qual a justiça de Cristo é imputada a todo aquele que crê em Jesus declarando-o justo” (4). Portanto, vê-se assim dois aspectos importantes da Justificação: DECLARAR e IMPUTAR. Na verdade, na ordem inversa: Deus imputa a justiça de Cristo sobre nós, e, por causa da justiça de Cristo, Deus nos declara justos, cancelando a nossa dívida e aceitando-nos em Sua presença.
– DECLARADOS JUSTOS, EMBORA SENDO PECADORES
Walter Brunelli lembra-nos que “Justificar é ‘declarar justo’ e não ‘tornar justo’. O ‘tornar-se justo’ demanda um processo gradual que está a cargo da santificação” (5). Isso precisa ficar bem entendido, pois quando Deus nos declara em sua Suprema Corte como justificados ou justo, isso não significa que ele nos tornou “sem pecado”, procedendo uma mudança moral absoluta em nós; mas que nos declarou justificados por causa da justiça de Cristo, manifesta no Calvário, que foi imputada sobre nós, pecadores. Em seu sermão Justificação pela fé, John Wesley, no século 18, tratou esta questão nos seguintes termos: “Que é ser justificado? Que é a justificação? É evidente, das observações já feitas, que a justificação não consiste em tomar o indivíduo realmente justo ou reto. Isto é a santificação; que é, na verdade, o fruto imediato da justificação mas, não obstante, é um dom distinto de Deus e de natureza totalmente diferente. A primeira implica no que Deus faz por nós através do Filho; a outra indica o que Deus faz em nós pelo Espírito. Assim, embora o termo justificado ou justificação apareça algumas raras vezes com o sentido tão amplo que inclui também a santificação, no entanto, no uso geral, distingue-se um do outro, tanto em Paulo como nos demais escritores” (grifos meus).
O teólogo J. Rodman Williams explica o que ocorre na justificação do pecador: “O traço marcante da palavra ‘justificação’ (…) é o seu aspecto declaratório: ela não significa tornar íntegro ou justo, mas (…), declarar ou pronunciar justo. Portanto, aquele que está justificado é declarado justo por Deus. não é a justificação do íntegro, mas do ímpio!” (6). De fato, escrevendo aos romanos, Paulo diz que Deus “justifica o ímpio” (Rm 4.5). Raimundo de Oliveira, recorrendo aos termos originais tanto no hebraico (hidsdik ou tsiddek) quanto no grego (dikaio), corrobora com as definições acima apresentadas: “esses termos, exceto em algumas passagens, não indicam uma mudança moral operada por Deus no homem, mas regularmente designam uma declaração divina a respeito do homem. (…) Entende-se, pois que o termo ‘justificar’ não significa fazer mas declarar justo” (7). Ou seja, não é alguém que se torna moralmente justo e depois é declarado justo, mas alguém que ainda trazendo pecados, por causa da fé em Cristo Jesus, é declarado por Deus como justo, visto que “sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.5). A partir daí ele será um justo crescendo em justiça, sendo aperfeiçoado a cada dia, enquanto se aproxima cada vez mais de Deus e se despoja das velhas práticas mundanas, até que alcance o ponto final e máximo da salvação, que é a santificação final, a glorificação! “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18).
– UMA MARAVILHOSA OBRA DA GRAÇA
Tão importante é a doutrina da justificação, que Martinho Lutero classificou-a como “o teste de permanência ou queda da igreja”. Segundo J. Rodman Williams, “no seu comentário de Gálatas 3.13, Lutero escreveu: ‘Conforme eu, com frequência, advirto […] a doutrina da justificação deve ser aprendida diligentemente. Pois nela estão incluídas todas as outras doutrinas da nossa fé; e, se ela for sólida, todas as outras também serão” (8). Em seguida, Williams diz ainda que a justificação foi a doutrina que mais profundamente separou o protestantismo do catolicismo romano na época da Reforma. Ressaltando a maravilhosa graça de Deus na nossa justificação, este teólogo apropriadamente afirma: “não precisamos lutar para atingir algo que seja aceitável para Deus. Ao contrário, ele declara que somos íntegros. Nele somos íntegros – não nós, os sem-pecado, mas nós que somos pecadores; não nós que escalamos os cumes dos montes da vida justa, mas nós que estamos lutando nas planícies, às vezes na sujeira e na lama da vida injusta” (9).
Que grande dádiva esta a da justificação! Cristo se põe entre nós e o Pai, e então o Pai olha para nós pelo prisma de Cristo, vendo a justiça do Filho amado sobre nós. Por isto, é inútil, como o fariseu no templo, ficarmos contando vantagem diante de Deus, e apresentando obras para fazer-nos melhor que os demais homens. Os que assim procedem, pensam estar justificados, quando estão condenados no tribunal de Deus! Mas os que vão humildemente à Cristo, e batem no peito enquanto sobem o Calvário clamando: “tem misericórdia de mim, ó Deus” (Lc 18.13), estes receberão, por causa de Cristo e por meio da fé, justificação no tribunal do céu!
Quais as bênçãos da justificação?
Algumas das bênçãos que podemos destacar como consequentes da justificação são estas:
- redenção dos pecados / cancelamento da dívida
- restauração do favor divino
- imputação da retidão de Cristo
- libertação do pecado
- paz com Deus (Rm 5.1)
- esperança e herança nas promessas de Deus (Tt 3.7)
II. REGENERAÇÃO
Ainda falando sobre o processo da salvação, chegamos a uma outra ação espiritual realizada por Deus no coração daquele que creu em Cristo. Apenas precisamos deixar claro que, “mesmo que não haja uma ordem cronológica nos eventos que cercam a salvação, há uma sequência lógica” (10). Teologicamente, essa ordem lógica dos eventos na salvação é chamada de ordo salutis, em latim, ou seja, “ordem da salvação”. Há pequenas, mas significativas diferenças na compreensão da ordo salutis nas linhas calvinista e arminiana. Para sermos objetivos, vamos aqui apenas apresentar a sequência lógica (embora muito dela ocorra simultaneamente) conforme a nossa compreensão arminiana:
Eleição em Cristo, conforme a presciência -> Chamado ao arrependimento seguido pela fé-> Conversão para Cristo -> Justificação dos pecados -> Regeneração para uma nova vida -> Santificação para formação do caráter de Deus -> Glorificação para adequação ao reino celestial.
Apenas perceba que na ordem da salvação, conforme a compreensão arminiana, a justificação vem antes da regeneração (assim também está em nossa Lição e na maioria absoluta dos compêndios de doutrina e teologia sistemática de linha arminiana). Enquanto calvinistas tendem a colocar a regeneração à frente – até mesmo da fé! – nós arminianos estamos convencidos pelas Escrituras de que somente recebem uma nova vida em Cristo, aqueles que foram inocentados no tribunal de Deus e aceitos pelo Pai através da fé em Cristo. Na compreensão arminiana, a fé antecede a justificação e a regeneração, só podendo tomar parte nesse processo da salvação aqueles que primeiro crerem no Filho de Deus. O encontro de Jesus com Nicodemos, conforme terceiro capítulo de João, deixa-nos muito claro a preponderância da fé para o novo nascimento.
- O que é regeneração?
Segundo Menzies e Horton, a regeneração “é a conceção de vida espiritual (Jo 3.5; 10.10; 1Jo 5.11,12). A regeneração significa nascer de novo, ‘nascer do alto’ (Jo 3.3). É a concessão de uma nova natureza (Jr 24.7; 2Pe 1.4). a regeneração é um ato criativo de Deus (…). Em lugar da depravação que nos escravizava, temos hoje nova natureza, somos da família de Deus (Ef 2.19)” (11). A Declaração de Fé das Assembleias de Deus acrescenta: “Regeneração é a transformação do pecador numa nova criatura pelo poder de Deus, como resultado do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. Essa obra também é conhecida como novo nascimento, ou nascer de novo e nascer do Espírito” (12).
Antônio Gilberto destaca uma distinção importante entre justificação e regeneração: “Justificação tem a ver com o pecado do pecador; regeneração tem a ver com a natureza do pecador. Justificação é imputada por Deus; regeneração é comunicada por Deus” (13). Orton Wiley e Paul Culberstone corroboram com essa distinção: “A necessidade de justificação repousa no facto da culpabilidade e da pena, ao passo que a da regeneração está na depravação moral da natureza humana depois da queda. Aquela cancela a culpa e tira a pena, esta renova a natureza moral e restabelece os privilégios da filiação divina” (14).
Se na conversão nós nos voltamos para Deus, e se na justificação Deus nos recebe amistosamente declarando-nos justos e creditando em nossa conta a justiça de Cristo, pela regeneração, Deus se volta para nós e nos dá uma nova natureza, a natureza do Espírito, pela qual somos vivificados e capacitados para uma nova vida. Com esta natureza podemos pensar corretamente, falar corretamente e agir corretamente, cumprindo a vontade de Deus para nós. Como dizia Paulo, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co 5.17). Sem esta nova vida é impossível ao homem tomar parte no reino de Deus! (Jo 3.5). Isto porque o reino de Deus é marcado pela purificação, pela humildade, pela mansidão, pela paz, pela justiça e outros valores singulares (Mt 5.1-11; Rm 14.17; Gl 5.22,23); mas o homem que não foi regenerado não tem estas qualidades morais no modo e na medida que Deus deseja, não podendo ser, portanto, um cidadão deste reino espiritual.
Jesus disse a Nicodemos: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Necessário vos é nascer de novo” (Jo 3.3,7). Myer Pearlman faz uma paráfrase interessante do diálogo de Jesus com aquele rabino de Israel e que ressalta a necessidade da regeneração para que os homens possam se fazer “parceiros de Cristo”. Pearlman parafraseia assim as palavras de Jesus: “Nicodemos, tu não podes unir-te à minha companhia como se te unisses a uma organização. Pertencer à minha companhia não depende da qualidade de tua vida; minha causa não é outra senão aquela do Reino de Deus, e tu não podes entrar nesse reino sem experimentar uma transformação espiritual. O Reino de Deus é muito diferente do que estás pensando, e o método de estabelece-lo e de juntar seus súditos é muito diferente do que estás cogitando” (15). Não há amigos do Evangelho que não sejam aqueles que obedecem ao Evangelho! Não há amigos de Deus que não sejam aqueles que nasceram de novo pelo Espírito de Deus! Sem novo nascimento, nenhum homem é “filho”, mas apenas criatura de Deus. Filhos são aqueles que partilham da natureza divina por meio da fé em Jesus Cristo!
- Quais as bênçãos da regeneração?
- O regenerado passou da morte para a vida (Jo 5.24)
- O regenerado recebeu ingresso na família de Deus (Jo 1.12)
- O regenerado fez-se morada e templo do Espírito de Deus (1Co 6.19)
- O regenerado agora possui sobrenaturalmente capacidade para vencer o pecado (Cl 3.1,2; 1Jo 5.4)
III. SANTIFICAÇÃO
- O que é santificação?
Tudo o que o homem tem que fazer para ser justificado e regenerado é crer em Jesus Cristo como seu Salvador pessoal e a ele entregar-se arrependido. Nem a justificação, nem a regeneração são graduais ou progressivas. São pontuais e ocorrem apenas uma vez na vida do salvo. A santificação, porém, difere dos aspectos anteriores pelo seu caráter progressivo. Outro fator que também distingue santificação de justificação e regeneração, é que há aqui agora algo ligado à vida diária do cristão, sendo, portanto, um assunto de ordem prática, e que muito nos diz respeito. A santificação é posicional (fomos santificados no sangue de Cristo, na conversão), é progressiva (estamos nos santificando a cada dia pela Palavra), e é definitiva ou final (alcançaremos o grau mais elevado de santidade preparado para nós, por ocasião da vinda de Cristo, onde o mortal dará lugar à imortalidade, e o corruptível dará lugar a incorruptibilidade).
O conceito que o pastor Claiton Pommerening nos traz na Lição é suficiente ao nosso estudo: “A santificação é o processo pelo qual o crente se afasta (separa) do pecado para viver uma vida inteiramente consagrada a Deus, desenvolvendo nele a imagem de Cristo (Rm 8.29)”. Destaquemos estes dois aspectos da santificação: SEPARAR E CONSAGRAR:
– SEPARAÇÃO
Na conversão, Deus nos separa do mundo. Não no sentido físico, óbvio, mas no sentido espiritual e moral. Ou seja, já não estamos mais do lado dos inimigos de Deus, nem vivemos mais segundo as inclinações carnais dominantes no mundo. Como disse Jesus, nós estamos no mundo, mas não somos do mundo (Jo 17.14). As palavras de Paulo expressam com clareza este rompimento moral com o mundo: “O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Cl 1.13). Duffield e Van Cleave ressaltam que “o termo popular grego para ‘igreja’ é ecclesia, com o sentido de ‘os chamados para fora’. Cada membro da igreja é especialmente separado para dar glória a Deus” (16).
– CONSAGRAÇÃO
Não só deixamos de comungar com as obras infrutuosas da carne (Ef 5.11), como passamos agora a viver uma nova vida, com novos valores e novas práticas, que estão em conformidade com o caráter de Deus, visto que por Ele e para Ele fomos consagrados. Ao mesmo tempo em que fala do rompimento de velhas relações marcadas pelo pecado, Paulo apresenta-nos também a necessidade de fazermos novas relações que sejam marcadas pelas virtudes, o que deve ser comum na vida de um santo: “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor” (2Tm 2.22). Como no Antigo Testamento, quando os objetos consagrados ao Senhor para uso no culto judaico não podiam ser usados para quaisquer outros fins que não fosse o da adoração a Deus, assim também o crente consagrado ao Senhor, não pode “se embaraçar com os negócios desta vida” (2Tm 2.4).
Piadas imorais, vestes indecentes, pensamentos impuros, palavrões, consumo desregrado de comida ou bebida, amor ao dinheiro, mau uso do dinheiro, programações televisas saturadas de apelações sexuais ou violência, programas que ridicularizam dos valores e da fé cristão… nada disso mais deve ser atrativo aos olhos e ao coração do crente santificado, pois ele agora está separado destas coisas e foi dedicado para uso do Senhor Jesus, em “toda boa obra” (2Tm 2.21).
Na santificação há um aspecto cooperativo, ou seja, um sinergismo entre o Espírito Santo, que é o santificador, e o crente, que é santificado. Embora seja uma obra da graça, como diz o pastor Raimundo de Oliveira (17), o crente, que foi capacitado pela graça, é chamado a corresponder com o Espírito Santo, não dando ouvido ao conselho dos ímpios, não se detendo no caminho dos pecadores, nem se assentando em volta dos escarnecedores, antes deve dedicar à Palavra do Senhor todo seu coração para que em tudo possa prosperar! (Sl 1.1-3). Se na conversão, é o sangue de Cristo que nos santifica, mudando-nos de posição de imundos para santos, na vida diária é o Espírito Santo que nos santifica por meio da Palavra (Jo 17.17). Mas é necessário que prestemos atenção a essa Palavra, e a ela obedeçamos livremente, para que então ela produza efeitos positivos em nós!
É neste sentido de cooperação que a Palavra ordena: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14). O termo grego aqui para segui é diokete, que literalmente significa “perseguir”, “correr atrás”, “buscar desejosamente”. Santificação não é uma dádiva que se recebe passivamente, mas ativamente! O crente deve esforçar-se a cada dia, pelo poder que nele opera, para despojar-se do velho homem e revestir-se do caráter de Cristo, e experimentar o crescimento diário do fruto do Espírito em seu ser. Deus não remove todo orgulho, vaidade, avareza, dúvida, ansiedade, medo, pensamentos impuros de uma vez só, nem nos impede de sofrer tentações diárias. O fruto do Espírito (Gl 5.22), cresce a cada dia, conforme oramos mais, lemos mais a Bíblia, participamos mais da comunhão com a igreja e deixamos o Espírito agir em nossa vida. Fato é que somente os limpos de coração verão a Deus! (Mt 5.8) Ppor esta razão somos advertidos a ser santos em toda a nossa maneira de viver (2Pe 1.15), e termos o nosso espírito, alma e corpo santificados integralmente para sermos achados irrepreensíveis na vinda de Cristo (1Ts 5.23).
“Sem santificação ninguém verá a Deus”! Se nós crentes levássemos a sério esta palavra não viveríamos em práticas continuadas de pecado ou em negligência na obra do Senhor! Persiga a santificação! Deseje-a de todo coração! Como um caçador em busca da caça, como um predador em busca da presa, assim a Bíblia ordena-nos perseguir a santificação.
- Quais as bênçãos da santificação?
- o caráter de Cristo modelado em nós
- maior comunhão diária com Deus
- mais produção de frutos para glória de Deus
- maior sensibilidade para o Espírito Santo
- certeza de poder entrar nas mansões celestes que Cristo nos foi preparar
Irmãos, sede santos!
Boa aula!
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
(1) William Menzies e Stanley Horton. Doutrinas bíblicas, CPAD, p. 85
(2) Antônio Gilberto. Teologia Sistemática Pentecostal, CPAD, p. 334
(3) Orton Wiley e Paul Culberstone. Introdução à teologia cristã, CNP, p. 315
(4) Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p. 111
(5) Walter Brunelli. Teologia para Pentecostais, vol. 3, Central Gospel, p. 344
(6) J. Rodman Williams. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal, Vida, p. 406
(7) Raimundo de Oliveira. As grandes doutrinas da Bíblia, CPAD, p. 225
(8) J. Rodman Williams, op. cit., p. 404
(9) J. Rodman Williams, op. cit., p. 406
(10) William Menzies e Stanley Horton, op. cit., p. 85
(11) William Menzies e Stanley Horton, op. cit., p. 89
(12) Declaração de Fé das Assembleias de Deus, CPAD, p. 112
(13) Antônio Gilberto. Teologia Sistemática Pentecostal, CPAD, p. 361
(14) Orton Wiley e Paul Culberstone, op. cit., pp. 321,2
(15) Myer Pearlman. Conhecendo as doutrinas da Bíblia, Vida, p. 245
(16) Guy Duffield e Nathaniel Van Cleave. Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol. 1, p. 327
(17) Raimundo de Oliveira. Op. cit., p. 235