estudos bíblicos
O Senhor de Betânia
Jesus tem soluções certeiras para os problemas humanos.
Quando lemos todo o capítulo 11 de João, verificamos que o pano de fundo da aplicação teológica da história é a confiança na Pessoa de Jesus Cristo. No texto em tela aparecem vários momentos de incertezas.
Todavia, estes são solucionados pela visão, pelas atitudes e pelo poder do Senhor. A seguir, vejamos quatro problemas que Jesus teve que lidar quando da sua ida a Betânia.
O primeiro problema que o texto de João 11.1-45 apresenta é a notícia da enfermidade de Lázaro, amigo de Jesus (v. 1-3). No entanto, diferente do que Marta e Maria esperavam, Jesus permaneceu onde estava (v. 6), em outro lugar também chamado de Betânia, onde João Batista costumava batizar os arrependidos (Jo 1.28; 10.40).
Além disso, o Médico dos médicos respondeu aos mensageiros enviados da seguinte forma: “Esta enfermidade não é para a morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela” (v. 4). Com isso Jesus procurou acalmar as irmãs com uma palavra alvissareira.
Mais adiante no texto surge mais um problema, que é a volta de Jesus para a Judeia, mais precisamente Jerusalém, onde pouco tempo antes Ele havia quase sido assassinado a pedradas pelos judeus (Jo 10.31).
A decisão de retorna à Jerusalém foi do próprio Jesus (v. 7), o que despertou medo nos seus discípulos: “Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá?”
Ao que o Senhor respondeu: “Não há doze horas no dia? Se alguém, andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz” (v. 9-10). Em outras palavras, Jesus estava dizendo aos seus seguidores: “Eu sei o que estou fazendo”.
Após ter permanecido dois dias dalém do Jordão, na outra Betânia, e de estar de caminho para Jerusalém, Jesus revelou aos discípulos que Lázaro havia morrido (v. 11-14). Ou seja, o terceiro problema eclodiu naquele momento. E o que fazer diante de um fato terrível como esse? O Senhor responde: “folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis. Mas vamos ter com ele” (v. 15).
Observemos a forma como Jesus lidou com a morte naquela ocasião, tratando-a como um sono. Para nós a morte é terrível, mas para Deus é um sono. A visão do Criador é bem diferente da nossa!
Ao chegar em Betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta, o Senhor verificou que já haviam passado quatro dias. Mas por que Jesus chegou no quarto dia? Porque, entre os judeus, havia a crença de que, após a morte, a alma da pessoa falecida pairava próximo ao corpo, querendo retornar[1]. Daí Jesus ter planejado chegar exatamente no quarto dia, quando todas as esperanças de que o corpo de Lázaro voltasse a vida haviam se esgotado.
Depois que as esperanças dos aldeões de Betânia haviam acabado plenamente, o Mestre depara-se com o quarto problema em dois aspectos, isto é, na falta de confiança plena nele pelas irmãs e na incredulidade dos judeus. O primeiro aspecto por parte de Marta (v. 21, 24, 27-28, 39-40) e de Maria.
A primeira, apesar de crer que Lázaro poderia ser ressuscitado no “último Dia”, não cria, naquele momento, que Jesus pudesse ressuscitar o seu irmão (v. 39-40). A segunda, Maria, que, à semelhança de Marta, disse: “Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido” (v. 32). O choro efusivo de Maria a impedia de enxergar que o Criador estava ali bem pertinho dela (Jo 1.1-3).
E o segundo aspecto foi a incredulidade dos judeus que estavam presentes diante do túmulo de Lázaro (v. 42).
No entanto, frente a frente com os presentes, o Senhor Jesus revela:
- a Marta que Ele é a “ressurreição e a vida” (v. 25) e que ela deveria crer, para que pudesse ver a glória de Deus (v. 40);
- a Maria, Ele chora junto com ela (v. 35), demonstrando empatia e plena condição de realizar o milagre, quando foi até o sepulcro (v. 38);
- e diante dos judeus, quando faz uma petição e um agradecimento a Deus diante da caverna e dos incrédulos (v.41-42).
Aqui vemos Jesus ampliando a fé de Marta, fortalecendo a de Maria e corrigindo a dos judeus, demonstrando claramente que Ele era o Senhor de Betânia.
Concluímos, pois, que Deus tem soluções certeiras para os problemas humanos, e que, no caso de Betânia, a solução foi alcançada por meio de um milagre que, como consequência, produziu muitas conversões (v. 45). Portanto, confiemos plenamente no Senhor de Betânia.
[1] CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento interpretado: Versículo por Versículo, Volume 2: Lucas, João. São Paulo: Hagnos, 2014, p. 605.
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