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Pastor tem ordenação revogada após acusações de má conduta
O Conselho de Anciãos da Igreja Batista de Nairóbi, uma das maiores congregações batistas do Quênia, anunciou oficialmente a revogação da ordenação de seu ex-pastor sênior, Munengi Mulandi, após “sérias alegações de má conduta”. A decisão foi tornada pública em uma declaração lida no culto do dia 3 de agosto e também divulgada oficialmente à imprensa.
Segundo o comunicado, desde 1º de junho, Mulandi não exerce mais o cargo de pastor sênior na sede da igreja, localizada na Ngong Road, em Nairóbi. “Consequentemente, após consideração fervorosa e plena consciência do peso de tal ação, o Conselho de Anciãos tomou a decisão de revogar sua ordenação”, declarou o colegiado. “Isso significa que, como igreja, infelizmente não podemos mais afirmar que ele está qualificado para ser um ministro do evangelho de Jesus Cristo”.
Oportunidade de defesa
A nota ressalta que o pastor foi convidado a responder às alegações, mas não apresentou resposta ao conselho. O conteúdo das acusações não foi detalhado, mas os anciãos confirmaram que uma investigação independente foi aberta para apurar o caso com rigor.
“Estamos totalmente comprometidos com o devido processo legal, buscando a verdade com integridade e abordando este assunto com a seriedade que ele exige”, declarou o Conselho, que reiterou o compromisso de tratar o episódio com “coragem, cuidado e responsabilidade”, reconhecendo tratar-se de um “período difícil e doloroso” para a igreja.
Declaração
Durante o culto dominical, o presidente do Conselho de Anciãos fez a leitura pública da nota, classificando o anúncio como “difícil” e dizendo que a decisão não foi tomada de forma leviana. “Como Corpo de Cristo, somos chamados a ser santos e a defender a justiça em consonância com a Palavra de Deus”, declarou o líder, referindo-se a princípios bíblicos como os expressos em 1 Pedro 1:16 – “Sede santos, porque Eu sou santo”.
“Portanto, compartilhamos esta declaração com humildade, compaixão e um compromisso sincero com a verdade, a justiça e a transparência”, concluiu.
Carta revela detalhes
Em um documento anterior, assinado pela secretária honorária da igreja, Judy Nyaga, e compartilhado em plataformas digitais, foi informado que Mulandi renunciou voluntariamente em 1º de junho, após ser confrontado com alegações de má conduta grave contra um membro da equipe. Segundo o documento, Mulandi admitiu ter ocorrido um encontro com a pessoa envolvida, mas negou qualquer irregularidade.
A ata de uma reunião interna realizada em 7 de junho indicou que, após a suspensão formal de Mulandi em 31 de maio, novos relatos semelhantes surgiram, o que motivou o aprofundamento das investigações.
Apoio pastoral
O Conselho de Anciãos destacou que canais confidenciais de denúncia foram abertos para permitir que membros da comunidade compartilhem informações relevantes. Foram disponibilizados um portal anônimo, endereço de e-mail e número de telefone. Além disso, serviços de aconselhamento pastoral e psicológico estão sendo oferecidos “aos necessitados”, segundo o comunicado.
Para assegurar a continuidade das atividades da igreja, o Conselho nomeou o pastor Pinto Kali como pastor sênior interino e o pastor Evans Mutambi como pastor principal interino, segundo informações do portal The Christian Post.
Em sua nota, o Conselho convidou a igreja a um período de oração, humildade e unidade: “Este é um momento de reflexão, graça e oração. Sejamos uma comunidade marcada pela verdade, pelo amor e pela cura”, escreveram os anciãos, pedindo orações específicas por Mulandi e sua família, pelas possíveis vítimas e por toda a congregação.