estudos bíblicos
Pedro e o alcance do perdão divino
Antes de crucificar Pedro em sua mente, lembre-se de que todos nós não estamos longe daquela capacidade, não.

“Então, começou ele a praguejar e a jurar: Não conheço esse homem! E imediatamente cantou o galo. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que o galo cante, tu me negarás três vezes. E, saindo dali, chorou amargamente”, Mateus 26:74-75.
Perdão é algo difícil. A palavra em si presume que houve um trauma ou ruptura, que pode ter sido uma expressão mal colocada, uma ação maligna ou interpretada assim, ou uma maledicência, traição, ou ainda algo de que se necessite perdão. É interessante notarmos que na língua inglesa, por exemplo, a expressão para “perdoe-me” (“forgive me”) tem mesma raiz do verbo “esquecer” (“forgot”).
Está se pedindo, literalmente, que se passe uma borracha no ato; não como uma amnésia, mas que se extinga o próprio motivo do mal, que causara a ruptura. E, como sabemos, reconstruir é sempre difícil.
O texto bíblico acima é parte de uma das histórias mais surpreendentes da Bíblia. Jesus alegara a Pedro que este o trairia, antes que o galo cantasse. Por ocasião do julgamento de Jesus, à noite, tudo muito rápido e tumultuado, muitas incertezas, e sendo ele mandado de uma autoridade para outra em Jerusalém, todos muito confusos, creio ter sido relativamente fácil para um homem como Pedro, impulsivo, sanguíneo, ansioso, esquecer-se das palavras que o Mestre lhe dissera.
Acusado por várias pessoas como um dos seguidores de Jesus, o relato bíblico nos revela que Pedro sequer pensou antes de afirmar, categoricamente: “Não conheço este homem”! E perceba, prezado(a) leitor(a), que “praguejando e jurando”, conforme a Bíblia.
Há muitas injúrias que causam marcas profundas. A maledicência, a traição, a inveja são exemplos de ações e sentimentos que podem destruir relacionamentos, irremediavelmente. Sei de casos de pessoas que, sentindo-se atingidas por conversas esdrúxulas, romperam laços definitivamente. O abandono é uma das formas mais covardes de traição. Sentirmo-nos abandonados por amigos, e próximos, pode ser a causa de sentimentos de amargura, cujas raízes se revelam profundas demais e, muitas vezes, pensamos que tal agravo só deve ser tratado pelo mais frio e absoluto desprezo. Quase como se o congelamento da distância tivesse de ser tão profundo e irreversível quanto a injúria sofrida.
Todavia, voltando-nos novamente para o texto sagrado, percebemos na narrativa evangélica qual a dimensão do perdão divino: Simão Pedro, apóstolo, fora um dos mais chegados discípulos de Jesus. Esteve presente em momentos ímpares do ministério de Cristo, que o próprio Mateus, autor deste Evangelho, não estivera. Pedro esteve com Jesus na sua transfiguração, quando apareceram Moisés e Elias com Jesus, no monte (Mt. 17:1-2).
Um momento tão ímpar no ministério de Cristo, que este pedira a Pedro, a Tiago e a João, os que presenciaram o evento sobrenatural, que não dissessem nada, muito provavelmente para que não houvesse disputas entre os discípulos. Aquele, portanto, é um exemplo, dentre outros, no qual podemos colocar o apóstolo Pedro como um dos participaram. E apesar disto tudo, de tudo o que foi visto e vivenciado pelo discípulo, na hora em que Jesus mais precisou de seus amigos, além de ninguém estar com o Mestre, o ansioso Pedro não somente não esteve, como jurou e praguejou, afirmando categoricamente que jamais vira aquele homem.
Antes de crucificar Pedro em sua mente, lembre-se de que todos nós não estamos longe daquela capacidade, não. Acerca de estarmos todos indistintamente perdidos em nossos pecados, diz-nos a Bíblia: “Que se conclui? Temos nós qualquer vantagem? Não, de forma nenhuma; pois já temos demonstrado que todos, tanto judeus como gregos, estão debaixo do pecado; como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus”, Romanos 3:9-11. Todos somos potencialmente traidores e inimigos de Deus, e isto se atualiza em cada ato pecaminoso que cometemos, em cada ação com palavras ou pensamentos, que aumente nossa separação com Deus. E se dependesse de nós, estaríamos todos infinitamente condenados.
Mas, o infinito contém coisas extraordinárias. Na infinitude do ser de Deus, seus próprios atributos revelam a singularidade do bem e do amor – porque “Deus é amor” (1 Jo. 4:8,16). A infinitude divina, que não nos serve apenas para vislumbre, mas principalmente como exemplo, ensina-nos que somente um amor infinito pode atingir o abismo da inclinação pecaminosa do Homem, que o faz rejeitar Deus, desobedecê-lo e até traí-lo, tal qual o apóstolo Pedro.
Nem todo o choro de amargura do mundo inteiro seria suficiente para trazer Pedro à justificação que ele necessitava; pois sua atitude pode, inclusive, ser vista como a consciência mesma da covardia: por que Pedro não se confessou como discípulo de Jesus, depois que o galo cantara? Não se lembrava ele das palavras do Mestre? Por que, ainda que corroído pela dor, não tentou dirimir um pouco aquela escandalosa atitude? Parece-me que infinitas também são as misérias humanas.
Deus seja louvado pela infinitude do seu amor! É nele que reside a capacidade de perdoar. Não apenas a injúria de um ato impensado, mas, inclusive, a maior sordidez que o ser humano desenvolva, pois quanto mais enfermo estiver o Homem, mais zeloso vem aquele que é suficiente para salvar, em quaisquer aspectos, este mesmo Homem. É através do seu amor que experimentamos o perdão dos nossos pecados.
O doce, suave, sublime perdão para nossas almas cansadas e sobrecarregadas. Foi este amor que orientou o anjo, que apareceu às mulheres que procuravam por Jesus ao terceiro dia de sua morte, a dizer àquelas discípulas o seguinte: “Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; lá o vereis, como ele vos disse”, Marcos 16:7.
E, sobre esta palavra que lhes foi dada – e a mim, e a você, Deus seja louvado! – já não preciso dizer mais nada.

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