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Por que a mídia esconde demonstrações de fé?

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Etimologicamente fobia do grego phobos significa “medo, aversão ou falta de tolerância” a algo ou alguma coisa. Esse é um termo empregado nos campos das ciências psicológica e psiquiátrica em referência a um medo persistente e irracional de um determinado objeto, animal, atividade ou situação que represente pouco ou nenhum perigo real, mas que, mesmo assim, provoca ansiedade extrema.

Percebe-se que fobia nem sempre se refere a uma doença em si. No entanto, o medo sentido é totalmente diferente daquele mecanismo de defesa natural do ser humano, que o leva a ter reações psicológicas e fisiológicas a uma possível ameaça ou situação de perigo. O medo fóbico desencadeia uma ansiedade incoerente com o perigo real que aquilo representa, provocando um sofrimento que pode comprometer seriamente a qualidade de vida do indivíduo.

Tendo definido o conceito de fobia, discorreremos sobre o assunto central desse artigo. A cristofobia significa uma aversão, repugnância, medo, ódio ou preconceito nutrido por grupos contra um grupo sócio religioso denominado cristãos. Muitas são as aparentes razões que poderiam ser levantadas aqui a fim de “justificar” tal alcunha. No entanto, as mais fortes parecem ser as de cunho cultural. Os princípios ideológicos de tal grupo parecem ameaçador para a preservação e sobrevivência do multiculturalismo nacional.

A constituição brasileira, em seu Art. 5º, defende a multiplicidade de manifestações de pensamento possibilitando, assim como também, para outras formas, a exteriorização da crença religiosa de indivíduos o que, noutros tempos, era proibida a exteriorização do seu pensar e do divulgar a fé.

Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos […] (grifo nosso).

Logo, fica evidente o princípio de igualdade (tanto a brasileiros, quanto a estrangeiros) a liberdade de consciência e fé.

A pessoa é livre para manifestar sua fé (ou não) em Deus (ou deuses) segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, artigo 18:

Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar a religião, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos (grifo nosso).

Toda essa explanação acima foi introdutória ao assunto em questão: por que então a mídia televisiva brasileira nessas olimpíadas tem procurado ignorar manifestações de fé de atletas olímpicos, enquanto não se inibe em mostrar manifestações culturais e afetivas diversas?

Mostrar toda e qualquer manifestação religiosa é “apologia à um pensamento retrógrado” que deve ser evitado a todo custo. Mas, e a multiplicidade cultural? Não é definida como a diversidade em suas várias facetas: linguagem, as tradições, a culinária, a religião, os costumes, o modelo de organização familiar, a política, entre outras características próprias de um grupo de seres humanos que habitam um determinado território? Não é esse conjunto de coisas que definem a multiplicidade cultural? E nesse contexto não está implícito a manifestação de pensamento e fé?

Porque então é a televisão não dá, igualmente, destaque às manifestações religiosas como se pôde perceber nessa olimpíada. Poucos foram os meios de comunicação que deram algum destaque (muito aquém em relação a outros tipos) às manifestações de fé de atletas como Usain Bolt que, logo após vencer sua primeira final nos 100 metros, demonstrou sua fé que, conforme um próprio post desse portal, “foram ignoradas – e até ocultadas – pela maior parte da mídia”.

E ainda pode-se citar Brianna Rollins, Nia Ali e Kristi Castlin atletas dos 100 metros com barreiras que, antes da corrida afirmaram orar à Deus. As atletas conquistaram as medalhas de ouro, prata e bronze, respectivamente e, após o feito, Rollins disse à NBC que colocou Deus em primeiro lugar e deixou que Ele a guiasse. Afirmou que tudo que precisava “foi de fé como “um grão de mostarda” (demais testemunhos nesse portal em matéria de Jarbas Aragão).

Até a providencial queda (o que lhe deu o primeiro lugar na disputa) de Shaunae Miller ganhou mais destaque na imprensa mundial do que a cena do momento em que ela, ainda no chão, levantava a mão para o céu em agradecimento à Deus e, após o pódio afirmou: “Eu não poderia ter feito isso sem ele. Estou muito feliz e muito grata”.

Mas não só de estrangeiros tivemos manifestações religiosas. Thiago Braz, ouro e recorde no salto com vara masculino ainda no calor da conquista agradeceu à Deus pela conquista e até a presença de seu pastor que, juntamente com amigos e familiares, estavam presentes nesse momento sublime. E ainda, em um ato de contestação ante as afirmações resultantes de interpretações feitas pelo repórter da BBC, Le Monde Anthony Hernandez que dizia que Thiago tinha sido beneficiado por forças místicas do candomblé. Assim rebateu o atleta: “Ele não sabe quem eu sou e com quem eu ando. […] não reconheceu […] que eu tinha um pai que se chama Deus […] eu tenho um cuidado de Deus […] Deus me honrou naquele dia”.

Essa manifestação livre deve ser respeitada como o deve todas as outras. Cada pessoa deve expressar e manifestar suas convicções e crenças, inclusive os cristãos. “[…], mas nós faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus” (Sl 20.7).

Tornar público um testemunho para o cristão é um ato de fé: “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação (Rm 10:9,10). A Bíblia valoriza a confissão pública de fé, não como algo que pode nos salvar, mas como parte da vida do cristão e evidência da salvação.

Será que não está acontecendo nos meios de comunicação em massa uma cristofobia sob o pretexto de se preservar valores multiculturais?

O medo dos princípios deste não têm levado a imprensa a desenvolver um medo persistente e irracional de um perigo irreal (tendo em vista que a essência dos princípios cristãos não atemoriza, mas, sim, liberta).

Mostrar ou dar destaque às manifestações multiculturais não implica em ignorar ou excluir as cristãs, quando não o fazem, por exemplo com as manifestações de religiões afros (nada contra a manifestação desta).

Esse comportamento faz parecer que o cristão é alguém na contramão da história. Não se pode esquecer o princípio da imparcialidade e equidade usando a equivalência para se tornarem iguais.

REFERÊNCIAS:
http://agenciabrasil.ebc.com.br
http://www.minhavida.com.br
http://www.significados.com.br/
veja.abril.com.br

Bacharel em Teologia pela FAETEL - Faculdade Teológica de Ciências Humanas e Sociais Logos, São Paulo e; graduando em Psicologia (2017) e Pós-graduando em Didática do Ensino Superior (2017), FACIMED - Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal, RO.

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