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vida cristã

Professor israelense quer que Bíblia seja reescrita

Escritor diz que Bíblia precisa ser “reescrita”.

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Yuval Noah Harari (Foto: Reprodução/YouTube)

O historiador e autor israelense Yuval Noah Harari, conhecido por obras como Sapiens e Homo Deus, gerou polêmica ao sugerir que a Bíblia precisa ser “reescrita”. Em seu novo livro Nexus, Harari questiona o processo de canonização bíblica, levantando dúvidas sobre a origem e a seleção dos textos bíblicos. Harari alega que o cânone bíblico, especialmente o Novo Testamento, só foi consolidado oficialmente no século IV, e que essa seleção histórica foi influenciada por fatores culturais e sociais da época, impactando a visão cristã sobre temas como o papel da mulher e questões morais.

No entanto, teólogos renomados, como Bruce M. Metzger e Erwin Lutzer, argumentam que os concílios do século IV apenas confirmaram o que já era amplamente aceito como Escritura, sem adicionar ou excluir livros da lista original reconhecida pela igreja primitiva. Eles defendem que a autoridade dos livros do Novo Testamento foi reconhecida intuitivamente por gerações de cristãos, baseando-se em sua qualidade e autenticidade espirituais.

Harari também critica o que ele percebe como “erros morais” nas Escrituras, mencionando o Décimo Mandamento, que proíbe cobiçar a propriedade do próximo, incluindo seus escravos. Para ele, essa passagem sugere uma aceitação implícita da escravidão por parte de Deus. Em resposta, estudiosos do Antigo Testamento como Walter Kaiser e Joe Sprinkle explicam que as leis bíblicas foram estabelecidas num contexto cultural específico, frequentemente com o objetivo de reduzir o abuso e promover a justiça. Kaiser argumenta que passagens bíblicas não promovem a escravidão, mas estabelecem normas para proteger os vulneráveis.

Harari expressou, em outras ocasiões, que o avanço da inteligência artificial poderá trazer “novas Bíblias” e alternativas religiosas “corretas” num futuro próximo, e argumenta que muitos aspectos das Escrituras devem ser vistos como “apenas histórias”. Em textos como uma coluna de 2022 para o The Guardian, ele defendeu que é necessário entender a criação e propagação dessas narrativas para enxergá-las de forma crítica.

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