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Quem sabe discernir os sinais dos Tempos?

Rabinos judeus têm analisado os acontecimentos a partir das Escrituras.

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Bandeira de Israel
Bandeira de Israel (Foto: Reprodução/Pixabay)

Desde o início da pandemia em 2020 vivemos um cenário de constantes tentativas de leituras dos tempos, e como se não bastasse, ainda temos sido testemunhas de acontecimentos no mundo inteiro, que fomentam, de forma rotineira, essa tentativa de leitura dos tempos junto às visões escatológicas de teólogos e “curiosos” do mundo religioso.

Como se não bastasse o conflito  entre o grupo terrorista Hamas e Israel, que durou quase um mês, agitando estes tipos de interpretações escatológicas, ainda tivemos um eclipse solar na manhã do dia 10 de junho, comparado aos dias de Josué pela tradição do mundo judaico, descrita em uma matéria no Israel 365 News, publicada por Adam Eliyahu Berkowitz.

O entrevistado, o Rabino Yosef Berger, (rabino da Tumba do Rei David no Monte Sião) citou uma mensagem recente que ele recebeu pessoalmente pelo Rabino David Abuchatzeira (um dos místicos mais proeminentes em Israel e que está entre os principais cabalistas desta geração.) “Ele disse: que já estamos nos dias da redenção final. Isso fica claro pelo que está acontecendo ao redor do mundo, disse o cabalista”. E pela tradição talmúdica, que considera os eclipses como presságios, sejam eles: lunares, ou solares, com certeza alteram alguns ânimos entre os judeus.

A razão pela qual essas análises e leituras estão sendo feitas neste período por estes rabinos judeus, ocorrem, simplesmente pelo calendário judaico e o seu mês vigente.

O eclipse solar ocorreu na lua nova do mês hebraico chamado Tamuz. Os cabalistas consideram Tamuz um dos três meses perigosos por causa de suas energias desfavoráveis, isso por causa de um histórico apresentado pela contagem dos meses judaico. Dizem os sábios que as tragédias que ocorreram no dia 17 de Tamuz trazem uma visão pessimista sobre o mês. Isso porque ele foi declarado um dia de luto e do jejum público. Primeiramente, pelo pecado do bezerro de ouro, que resultou na quebra das tábuas. Nesse dia, no dia 17 de Tamuz, começa o período de três semanas (até o dia 9 de Av), que lembra eventos relacionados ao Templo Sagrado de Jerusalém.

A tradição organiza as datas da seguinte forma:

1 – Ao testemunhar o povo adorando o bezerro de ouro, Moisés quebrou as Tábuas inscritas com os Dez Mandamentos que estava trazendo do Monte Sinai (1313 AEC). 2 – As oferendas de sacrifícios diários no Templo Sagrado foram interrompidas três semanas antes da destruição do Primeiro Templo pelos babilônicos em (423 AEC). Os seguintes eventos estão conectados com a conquista de Jerusalém pelos Romanos e a destruição do Segundo Templo em (69 EC).

3 – As muralhas da cidade de Jerusalém sitiada foram rompidas.

No entanto, em uma perspectiva positiva, foi em um eclipse solar no mês de Tamuz que Israel teria prevalecido na batalha com Josué. Na teoria bíblica, o milagre onde Deus ‘parou o sol’ durante a batalha dos israelitas foi na verdade um eclipse solar anular. Ou seja, o “anel de fogo” que foi observado na manhã de 10 de junho em partes da Rússia, Groenlândia, norte do Canadá e nordeste dos Estados Unidos. E parcialmente no norte da Ásia, Europa e leste dos Estados Unidos. Na batalha de Josué pelo calendário hebraico, o mesmo eclipse solar teria ocorrido no dia 3 de Tamuz, que neste ano de 2021, seria o dia 13 de junho no calendário ocidental (Gregoriano) dois dias após o eclipse do dia 10 de junho.

Levando em conta que Israel passará a ter um novo governo depois de doze anos com Benjamin Netanyahu no poder, já teríamos vários tipos de leituras por grupos religiosos no mundo, sejam de judeus, ou cristãos.

O mesmo Israel 365 News publicou, neste dia 13 de junho, que Netanyahu tuitou uma previsão feita pelo rabino Menachem Mendel Schneerson, um grande líder espiritual há mais de 30 anos do movimento chamado chabad (movimento chassidico fundado por Rabi Yisrael Ben Eliezer, o Baal ShemTov).

No tweet, Netanyahu observa que domingo não é apenas o dia em que o novo governo entra em funções, mas também é o dia em que comemora o falecimento do Rebe, como seus seguidores o chamavam. O rabino Menachem Mendel Schneerson faleceu em 12 de junho de 1994 ou dia 3 de Tamuz de 5754. O movimento chassidico comemora este dia como um dia de reflexão, aprendizado, oração, compromisso e ação positiva.

No tweet, Netanyahu citou o Rebe dizendo: “Você terá que lutar com 119 pessoas, certamente não ficará impressionado porque Deus está do seu lado. Bênção e sucesso, dando a Deus bênção e sucesso.”

Onde quero chegar? Ou que reflexão quero propor?

Podemos tomar as palavras do sábio Salomão: “não há nada novo debaixo do sol…” (Ec.1:9). Basta lembrarmos de episódios como descritos no Evangelho de Mateus: “Os fariseus e os saduceus aproximaram-se de Jesus e o puseram à prova, pedindo-lhe que lhes mostrasse um sinal do céu. Ele respondeu: Quando a tarde vem, vocês dizem: ‘Vai fazer bom tempo, porque o céu está vermelho’, e de manhã: ‘Hoje haverá tempestade, porque o céu está vermelho e nublado’. Vocês sabem interpretar o aspecto do céu, mas não sabem interpretar os sinais dos tempos! Uma geração perversa e adúltera pede um sinal miraculoso, mas nenhum sinal lhe será dado,  a não ser o sinal de Jonas”.  Então Jesus os deixou e retirou-se. “(Mt 16.1-4)

Eclipses, guerras, pandemias, governos em transição são apenas sinais nos céus, que só se tornam relevantes em leituras escatológicas, se vierem acompanhadas do discernimento dos sinais dos tempos.

Enquanto isso, seguimos diante do quadro de um Israel, que ainda aguarda seu Messias, e dos cristãos que aguardam sua volta, sem ainda compreender em totalidade os eventos que se deram a sua primeira vinda.

Os magos viram sua estrela no céu e discerniram sua chegada na Terra. Os sacerdotes nem mesmo sabiam da sua chegada, somente o que os profetas haviam dito. Mera coincidência?

“Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”. Quando o rei Herodes ouviu isso, ficou perturbado, e com ele toda a Jerusalém. Tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes do povo e os mestres da lei, perguntou-lhes onde deveria nascer o Cristo. E eles responderam: “Em Belém da Judéia; pois assim escreveu o profeta..”( Mt 2.2-5)

Participe do nosso grupo sobre cultura judaica, onde você poderá tirar várias dúvidas.

Alexandre Kaman é pastor, escritor, ministro de adoração e palestrante. Cursou a Escola Ministerial do Projeto Vida Nova de Irajá e o Instituto Metodista de Formação Missionária. Além de Bacharelado em Teologia e Pós-graduado em História de Israel. Lider da Escola Mavid (Manifestando a Vida de Deus), dedicado ao propósito da Restauração.

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