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Relatório diz que Fulanis matam mais cristãos do que Boko Haram e Estado Islâmico

O relatório do Observatório de Liberdade Religiosa na África (ORFA) apontou que dos 30.880 civis mortos nos últimos quatro anos, 16.769 eram cristãos.

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Exército da Nigéria (Foto: Nicolas Pinault/Wikimedia Commons)

Os ataques de radicais Fulani na Nigéria têm superado em números de mortes os grupos terroristas Boko Haram e a Província da África Ocidental do Estado Islâmico (ISWAP), conforme mostra um recente relatório do Observatório de Liberdade Religiosa na África (ORFA). Entre outubro de 2019 e setembro de 2023, 12.039 pessoas foram mortas pelos “bandidos Fulani”, enquanto 11.948 foram vítimas de “pastores Fulani armados”. Em comparação, o Boko Haram e o ISWAP juntos somaram 3.079 mortes no mesmo período.

Segundo Morning Star News, o relatório enfatiza que a maior parte das vítimas são cristãos, que sofrem perseguições e ataques em suas comunidades. Dos 30.880 civis mortos nos últimos quatro anos, 16.769 eram cristãos, destacando que a violência Fulani tem uma motivação clara de destruir o cristianismo e impor a lei islâmica (sharia) em regiões-chave do país. Além disso, o fenômeno dos sequestros também é alarmante: 21.532 pessoas foram sequestradas, sendo 11.185 cristãos e 7.899 muçulmanos.

De acordo com o reverendo Yusufu Turaki, ex-vice-presidente da Associação Cristã da Nigéria (CAN), o objetivo dos radicais Fulani vai além de disputas econômicas. Ele afirma que a intenção é erradicar o cristianismo e estabelecer um estado islâmico. A falta de oposição às ações da Milícia Étnica Fulani (FEM) agrava a situação, tornando a violência praticamente incontrolável, com ataques frequentes e impunes.

Este cenário coloca a Nigéria em uma posição de alerta global. A perseguição religiosa no país, especialmente contra cristãos, tornou-se uma das mais intensas do mundo. Não por acaso, a Nigéria ocupa a 6ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024 da Missão Portas Abertas.

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