Siga-nos!

igreja perseguida

Cristãos suspendem cultos após nova onda de violência na Síria

em

Cristãos suspendem cultos após nova onda de violência na Síria

Cultos foram cancelados e cristãos pensam em deixar o país após nova onda de violência eclodir e deixar mais de mil mortos em quatro dias na Síria. No último domingo, 09 de março, diversas igrejas cancelaram cultos em meio ao clima de insegurança.

ANÚNCIO

Muitos cristãos cogitam deixar o país, diante da escalada do conflito. A Síria ocupa a 18ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2025, que monitora a situação dos cristãos em países onde há perseguição religiosa.

Nos últimos quatro dias, mais de mil pessoas, em sua maioria civis, foram mortas na área costeira da Síria. Até o momento, foram confirmadas as mortes de três cristãos: um pai e um filho na quinta-feira (7) e, na sexta-feira (8), outro cristão atingido por uma bala durante os combates entre as forças de segurança do novo governo e apoiadores do regime deposto.

Líderes cristãos se pronunciam

Diante do agravamento da situação, os três principais líderes das igrejas da Síria emitiram uma declaração conjunta no sábado (8), condenando a violência e pedindo paz.

ANÚNCIO

“Nos últimos dias, a Síria testemunhou uma perigosa escalada de violência, brutalidade e assassinatos, resultando em ataques a civis inocentes, incluindo mulheres e crianças. Lares foram violados, sua santidade desrespeitada e propriedades saqueadas, cenas que refletem claramente o imenso sofrimento suportado pelo povo sírio”, afirmaram os líderes cristãos.

A nota reforça a condenação dos massacres contra civis e o apelo pelo fim imediato dos atos de violência.

“As igrejas cristãs condenam fortemente qualquer ato que ameace a paz civil, denunciam e condenam os massacres que visam civis inocentes e pedem o fim imediato desses atos horríveis, que estão em total oposição a todos os valores humanos e morais”, concluíram.

Nas cidades de Latakia e Tartous, a tensão é evidente: lojas e restaurantes permanecem fechados, e moradores relatam medo. “Temo que um período de vingança e terror possa começar”, disse uma cristã local.

ANÚNCIO

Toque de recolher

Os combates tiveram início na quinta-feira (6) em áreas de maioria alauíta, grupo étnico muçulmano ao qual pertencia o ex-presidente Bashar al-Assad. Apoiadores do antigo regime pegaram em armas e atacaram as forças de segurança do novo governo. Em resposta, Ahmed al-Sharaa, novo líder do país, enviou reforços para conter os confrontos.

Diante do avanço dos combates, um toque de recolher foi imposto em Homs, Tartous e Latakia. Segundo informações do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, divulgadas pela BBC, 830 civis alauítas teriam sido mortos pelas forças de segurança do novo governo. Além disso, pelo menos 231 membros das forças de segurança e 250 combatentes pró-Assad também perderam a vida.

ANÚNCIO

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, manifestou preocupação com os relatos de violência contra civis:

“Os assassinatos de civis nas áreas costeiras no Noroeste da Síria devem cessar imediatamente. Estamos recebendo relatos extremamente perturbadores de famílias inteiras, incluindo mulheres e crianças, sendo mortas. Há relatos de execuções sumárias com base sectária por perpetradores não identificados, por membros das forças de segurança das autoridades interinas, bem como por elementos associados ao antigo governo”, declarou em comunicado.

Pedido de oração

A organização Portas Abertas, que monitora a perseguição aos cristãos em diversas partes do mundo, também se manifestou sobre a crise na Síria. Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas Brasil, fez um apelo pela unidade da Igreja em oração:

ANÚNCIO

“Mais do que nunca a unidade do corpo de Cristo em todo o mundo é necessária em intercessão por nossos irmãos na fé sírios.”

A crise na Síria, que já dura mais de uma década, continua a impactar severamente as comunidades cristãs no país. Com a nova escalada da violência, a incerteza sobre o futuro desses irmãos e irmãs na fé se intensifica, reforçando a necessidade de oração e apoio global.

Trending