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Sul-coreanos planejam reconstrução de igrejas na Coreia do Norte

Em 17 de julho, lideranças evangélicas, professores e representantes de instituições missionárias reuniram-se no 7º Fórum de Plantio de Igrejas da Coreia do Norte, realizado no Cappella Hall da Universidade Chongshin, em Seul. O encontro marcou os 80 anos da libertação da Coreia do domínio japonês (15 de agosto de 1945) e teve como tema central o “Diagnóstico e Visão para a Plantação de Igrejas na Coreia do Norte”.
O evento foi promovido por iniciativa do Instituto para a Unidade e Desenvolvimento da Missão da Igreja Presbiteriana na Coreia (Hapdong), em parceria com o Comitê da Missão Norte-Coreana da Região Noroeste da Rede Presbiteriana de Hapdong e a Sociedade Missionária Esperança da Unificação. Outras dez entidades ligadas à missão de unificação e à evangelização da Coreia do Norte também participaram da organização.
Visão para a reconstrução
A primeira sessão contou com um culto moderado pelo pastor Cho Young-gi. Após leitura bíblica feita pelo Rev. Hong Seung-young, o pastor Kim Chang-gon, diretor do instituto anfitrião, ministrou a mensagem baseada em Marcos 6:7-9, sob o título “Dois Princípios”. Ele afirmou: “A unificação é o desejo de todos, e reconstruir a igreja norte-coreana é a nossa visão compartilhada”. O pastor defendeu dois princípios fundamentais: “missão em equipe” e “missão de fé”.
Segundo Kim, a ação conjunta e a dependência de Deus, em vez de recursos materiais, são indispensáveis: “Devemos buscar firmemente a Deus e nos apegar à fé”. Ele orou para que a igreja coreana “apresente um modelo unificado de missão de unificação”.
Após o encerramento da sessão por Yoon Young-min, presidente do Comitê da Missão Norte-Coreana, houve pronunciamentos de Jung Young-gi, presidente do Conselho do Presbitério do Noroeste, e do professor Ha Chung-yeop, presidente da Sociedade Missionária Esperança da Unificação.
Jung destacou o significado espiritual do local da antiga Igreja de Jangdaehyeon, onde Kim Il-sung mandou erguer uma estátua: “Devemos orar para que a estátua caia e o Espírito Santo volte a arder ali”.
Martírio da igreja norte-coreana
Em sua fala, o Prof. Ha Chung-yeop lembrou que, após a libertação em 1945, a Coreia do Norte aprovou em 9 de setembro de 1958 uma lei que aboliu todas as religiões e fechou mais de 3 mil igrejas. Segundo ele, milhares de líderes cristãos foram executados ou deportados para regiões remotas nas províncias de Yanggang e Hamgyong do Norte.
Para o professor, o fórum representa uma “reviravolta histórica” ao reunir estratégias teológicas e missionárias para a restauração da igreja norte-coreana. Ha expressou esperança de que “o período de Cristo chegue à Coreia do Norte”, com igrejas sendo reabertas em áreas urbanas, rurais e insulares.
Desafios históricos
Na segunda sessão, o professor de história Hong Moon-gi, da Universidade Chongshin, apresentou a palestra “80 Anos da Libertação: Diagnóstico da Implantação de Igrejas na Coreia do Norte”. Ele propôs um olhar histórico e teológico renovado para a missão norte-coreana, observando que o contexto atual demanda “discernimento da vontade de Deus”, e não apenas entusiasmo nacionalista.
Entre os temas abordados, Hong destacou:
- A necessidade de uma missão interculturalista com os desertores norte-coreanos, respeitando suas identidades;
- A geração Jangmadang, que emergiu após a crise dos anos 1990, como oportunidade para o evangelho;
- A importância de não instrumentalizar os direitos humanos como ferramenta ideológica, mas como expressão da justiça de Deus.
Ele concluiu: “A igreja norte-coreana pertence aos residentes norte-coreanos, e suas confissões de fé devem advir de seus próprios encontros com Deus”.
Autocrítica e propostas
No momento de debate, o Rev. Yoo Gwan-ji, do Instituto de Pesquisa da Igreja Norte-Coreana, afirmou que o evento proporcionou um novo olhar sobre a missão, indo “além da visão interna da igreja”.
Em seguida, o Rev. Lee Soo-bong, também do Instituto de Unidade Missionária, apresentou a reflexão “Transformação do Papel da Igreja Coreana na Reconstrução da Igreja Norte-Coreana”. Ele identificou práticas problemáticas e defendeu uma reavaliação crítica da abordagem missionária.
Entre os pontos levantados, Lee apontou:
- A influência excessiva do anticomunismo como motivação;
- A ausência de avaliação teológica sobre o colapso das igrejas;
- A imposição de cotas denominacionais para reconstrução;
- A falta de centralidade dos fiéis norte-coreanos nos projetos missionários;
- A visão reducionista de reconstrução limitada a edifícios físicos.
Ele propôs uma redefinição missiológica para a reconstrução da igreja, enfatizando a necessidade de:
- Registrar fatos históricos com verdade e cura;
- Valorizar a fé local e os agentes norte-coreanos;
- Planejar estratégias pós-unificação, considerando o papel das igrejas, ONGs, governos e outras religiões;
- Coordenação orgânica entre denominações, especialistas e fiéis;
- Coragem para abandonar métodos inerciais e implementar novas estratégias baseadas na luz do evangelho.
Considerações finais
O fórum evidenciou o desejo profundo de restaurar a presença cristã na Coreia do Norte, com base na obediência à vontade de Deus e na fidelidade ao Evangelho. A partir de uma análise crítica e fundamentada, as lideranças presentes apontaram para um caminho que exige oração, arrependimento, planejamento e unidade.
Como expressou o Prof. Hong, “devemos olhar para a Coreia do Norte com o coração de Deus, e não com sentimento político; com a luz do evangelho, não com conflitos ideológicos”. O texto bíblico de 2 Coríntios 5:18 orienta esse chamado: “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação”.

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