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Na noite de sábado, 5 de abril de 2025, dois homens não identificados tentaram incendiar uma igreja pentecostal localizada em Phoolnagar, no distrito de Kasur, província de Punjab, no Paquistão. A ação foi impedida pela intervenção imediata do pastor da congregação, que dormia nos aposentos residenciais do templo. O pastor Tanveer Boota, líder da Igreja Pentecostal Bethaniya, relatou que por volta da meia-noite ouviu barulhos vindos do salão principal da igreja, situada na área de Gulshan Basti, Colônia Musharraf. Ao verificar o local, avistou dois homens com os rostos cobertos e notou que um deles estava ateando fogo a uma cortina. “Vi dois homens com o rosto coberto, e um deles estava ateando fogo na cortina da janela”, declarou o pastor. “Gritei com eles e corri para detê-los, mas eles escaparam pela entrada principal.” Seu irmão, Usman Boota, que também estava na propriedade, ajudou a conter o fogo enquanto a polícia era acionada. A equipe policial chegou pouco depois, acompanhada de peritos, que encontraram no local uma garrafa com querosene e um pedaço de pau com um pano amarrado, instrumento comumente usado para iniciar incêndios. A igreja Bethaniya foi fundada há dois anos e é frequentada por cerca de 16 famílias cristãs. Segundo o pastor, ele atua no ministério há oito anos e construiu o templo em terreno próprio. Ele também afirmou que não havia recebido ameaças recentes e que a convivência com os vizinhos muçulmanos sempre foi pacífica. “Nunca enfrentamos qualquer hostilidade de nossos vizinhos muçulmanos”, afirmou Boota. “Ainda não consigo entender por que alguém iria querer incendiar nossa pequena igreja”. A cidade de Phoolnagar abriga aproximadamente 500 famílias cristãs, além de quatro outras igrejas pentecostais e uma igreja católica. Não há histórico recente de conflitos religiosos na localidade. Durante o registro do Primeiro Relatório de Informações (FIR), documento que inicia formalmente a investigação policial no Paquistão, foi incluída uma hipótese de tentativa de roubo. No entanto, o pastor contesta essa versão: “Foi a polícia que espalhou os livros e papéis no carpete para dar a impressão de que o incidente foi uma tentativa frustrada de roubo”, afirmou. Boota também informou que se reuniu com o chefe de polícia do distrito e outros oficiais, os quais garantiram que haverá uma investigação minuciosa. As impressões digitais coletadas no local estão sendo analisadas, segundo as autoridades locais. “Somos extremamente gratos a Deus por ter salvado nossa igreja e residência do incêndio”, declarou o pastor. “Confiamos que as autoridades garantirão que quem estiver por trás deste ato criminoso seja levado à justiça, para que nenhum outro criminoso tente perturbar a harmonia religiosa em nossa região.” Contexto regional O episódio ocorre menos de seis meses após um incidente semelhante na cidade de Lahore, também na província de Punjab. Em novembro de 2023, parte de uma Igreja Presbiteriana foi destruída por um incêndio que consumiu o altar, dois aparelhos de ar-condicionado, móveis e um armário com Bíblias e livros cristãos. Na ocasião, levantou-se a suspeita de que o ataque teria motivação religiosa. Entretanto, a investigação concluiu que o autor era um membro da própria congregação, que ocupava o cargo de tesoureiro e buscava remover o pastor de sua função. Segundo a polícia, o homem chegou a escrever uma carta de ameaça em nome de um grupo islâmico, mas diante do insucesso de seu plano, ateou fogo ao templo na tentativa de atribuir o ato a extremistas. O Paquistão, país onde mais de 96% da população é muçulmana, ocupa atualmente a 8ª posição na Lista Mundial de Perseguição 2025, divulgada pela Missão Portas Abertas. A classificação identifica os países com maior grau de hostilidade e perseguição aos cristãos, sobretudo por meio de atos de violência, discriminação e limitações à liberdade religiosa. O caso segue sob investigação. Até o momento, nenhuma prisão foi efetuada, conforme o portal The Christian Post.

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