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Teólogo fala sobre “três reis magos” que levaram presentes a Cristo

Você se surpreenderia se soubesse que não eram três, nem reis e nem magos?

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Yago Martins do canal Dois Dedos de Teologia faz um convite para uma reflexão sobre o assunto que está no livro de Mateus. “Depois que Jesus nasceu em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do Oriente chegaram a Jerusalém e perguntaram: onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.” (Mateus 2.1-2)

De acordo com o “mito”, os três reis tinham até nomes: Melchior, Gaspar e Baltazar. Mas o pastor observa que a única indicação numérica do texto é o fato de que Jesus recebeu 3 presentes: ouro, incenso e mirra. “Mas isso não significa que havia exatamente três pessoas do Oriente indo visitar Jesus”, disse.

Segundo ele, duas pessoas poderiam entregar três presentes. “Quem sabe uma quantidade maior de pessoas? Cinco, seis, dez… Vinte poderiam ter entregado aqueles três presentes ao Cristo”, continua. Depois faz uma observação: “Na tradição siríaca os magos geralmente são contados como sendo doze”.

Outro detalhe é que os tipos de presentes que Jesus recebeu eram excessivamente caros para a sociedade daquela época, logo, faz sentido que um grupo de pessoas se empenhasse em adquiri-los para presentear o Salvador.

Reis

Normalmente, durante a leitura bíblica, as pessoas associam a riqueza à monarquia. Não é porque os presentes eram caros que os presenteadores deveriam ser reis. Yago alerta ainda para outro fato.

“Visitando o rei Herodes, seria comum que os reis fossem conhecidos dele, mas tudo indica que não eram. Eles deveriam ser apresentados de forma ‘pomposa’, mas eles aparecem de forma muito humilde no Evangelho”, conta.

Magos

O texto bíblico diz que “magos” foram visitar Jesus. “O problema é o significado que nós damos modernamente ao que é um mago”, ressalta. Mago para a sociedade atual é alguém que faz magia ou ainda que se envolve com “forças das trevas”.

Yago explica que a palavra grega usada para descrever os magos “não se refere ao mago no sentido estrito dos tempos atuais, mas se refere, provavelmente, a sacerdotes do zoroastrismo antigo, religião muito atenta à astrologia”, esclarece.

A definição mais correta, portanto, é que não eram magos e sim astrólogos do Oriente, ou seja, pessoas envolvidas com astronomia e astrologia, ciência unificada nos tempos antigos. “É por isso que Deus se revela a eles através de uma estrela”, completou.

“Nem três, nem reis e nem estritamente magos no sentido moderno. Esse é só mais um mito que se espalha nos tempos de Natal”, deixou como alerta a todos os que acreditam que a tradicional composição do presépio descreve de fato a cena do nascimento de Jesus.

Assista!

Jornalista e pesquisadora apaixonada pela Bíblia. Desenvolveu um trabalho de "Jornalismo Investigativo Bíblico", é autora dos livros Derrubando Mitos e Apocalipse Investigado. Seus temas envolvem missões transculturais, Igreja Perseguida, teorias científicas, escatologia e análises de textos bíblicos.

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