opinião
3 razões para o socialismo ser anticristão
Um aponta para a eternidade o outro aponta para um futuro hipotético nessa Terra ignorando Deus
O Barna[1] Group conduziu uma pesquisa nos EUA, publicada em 2018 — Visões de mundo concorrentes influenciam os cristãos de hoje — na qual identificou que a maioria dos que opinaram, acredita que Jesus preferiria o socialismo (24%) ao invés do capitalismo (14%), o restante não soube responder.
A pesquisa também identificou a tendência da geração denominada Millenials (nascidos por volta de 1980 a 1995) em identificar-se mais com o socialismo do que com o capitalismo. Há outras pesquisas de outros institutos[2] que revelam que 53% dos americanos abaixo dos 30 anos veem o socialismo favoravelmente em relação aos com mais de 30 anos. O Gallup [3] escancara ainda mais a realidade e revela que 69% dessa geração (abaixo de 30 anos), deseja votar num candidato socialista à presidência.
Essa pesquisa reflete uma espécie de infidelidade da Geração Millenials em seguir Jesus e uma indisposição em defender, promover, ensinar e transmitir os princípios inegociáveis da fé cristã. Há uma espécie de acomodação de ideias contraditórias na mentalidade dos Millenials.
É quase espontâneo traçar um paralelo com a obra de ficção de George Orwell, “1984”, na qual ele descreve o esquema mental do “duplipensar” – uma habilidade que o indivíduo tem de acomodar na mente, simultaneamente, dois conceitos absolutamente contraditórios e aceitar, ambos, como verdadeiros.
É como se Deus fosse ofuscado por uma série de fenômenos e narrativas, provocando crescente indiferença dessa geração em relação aos pilares da fé e uma desvalorização gradual do transcendente em relação à vida humana.
A indiferença gera distanciamento da fé cristã e por fim acaba por criar um espaço propício à adoção de novos paradigmas éticos e morais nos quais se promove a reinterpretação dos princípios cristãos, através de uma hermenêutica ideologizada, e a remoção gradual de Nosso Senhor Jesus Cristo do centro da vida.
Não há nada de cristão no socialismo, são coisas incompatíveis.
A seguir apontamos três premissas importantes para entender esse paradoxo identificado a partir da resposta da Geração dos Millenials que contradiz a cosmovisão cristã. Elas nem de longe esvaziam essa complexa questão que dispõe de uma literatura que nem algumas vidas dedicadas à sua leitura seriam suficientes para assimilar.
Esse artigo foi construído em linguagem mais simples possível, direcionado unicamente ao cristão comum que tiver contato com o tema, procurando evitar detalhes técnicos da economia, filosofia, sociologia e outras ciências.
O socialismo é materialista
Para os socialistas o maior problema mundial é a desigualdade na distribuição de riquezas.
Bernie Sanders, o eterno candidato socialista à presidência dos EUA, declara em seu website que “a questão da desigualdade de riqueza e renda é a grande QUESTÃO MORAL do nosso tempo, é a grande QUESTÃO ECONÔMICA do nosso tempo e é a grande QUESTÃO POLÍTICA do nosso tempo”.
Para socialistas a única coisa que existe é o mundo material. Para Karl Marx, o pai do socialismo/comunismo o que importa é a matéria e seu valor intrínseco. Ele remove Deus como Criador Supremo que tem o controle sobre todas as coisas da vida do ser humano, negando a dicotomia corpo/espírito. Aliás, ele defende que a religião é o ópio do povo.
O sofrimento é causado pela má distribuição de bens, segundo os socialistas. Não precisamos de Deus, mas sim de coisas. Não se considera as questões espirituais, apenas defendem que supostamente, se todos receberem coisas igualitariamente e um Estado forte para controlar essa premissa, os problemas da sociedade se dissolverão.
Interessante que na sua evolução, o socialismo chegou mesmo ajustar a narrativa, conseguindo cooptar na América Latina a religiosidade indígena e de matriz africana. No Brasil geraram a malfadada Teologia da Libertação, unificando-os em torno do seu propósito de poder. Apesar dessas alianças o marxismo nunca abandonou sua visão materialista, pois mesmo através dessas religiões, ele continua negando o transcendente e buscando o paraíso utópico revolucionário aqui na Terra mesmo.
Na medida em que nega a existência do mundo espiritual o socialismo contradiz o cristianismo.
Para o cristão o problema da humanidade não está na posse ou não de coisas, mas sim no pecado. Pecado é um conceito absolutamente espiritual com implicações no mundo natural, da qual é impossível se ter algum entendimento negando esse aspecto que transcende o mundo material. “Porque, que aproveita ao homem granjear o mundo todo, perdendo-se ou prejudicando-se a si mesmo?” Lucas 9:25
A Bíblia ensina que a causa do sofrimento é o pecado e a salvação vem pela cruz de Cristo e o novo nascimento. As desigualdades são justamente as consequências do pecado. Enquanto houver pecado, haverá desigualdades na distribuição de bens.
Comparativamente a resposta da cosmovisão cristã para a humanidade é países mais desenvolvidos, com mais oportunidades, mais respeito aos direitos individuais, inclusive respeitando aqueles que pensam diferente. A moral, a ética e o respeito ao indivíduo seguramente figuram entre as maiores contribuições cristãs. São realizações que o socialismo jamais conseguiu nem de perto se aproximar.
Já o legado de Karl Marx foi milhões de mortes (Revolução Russa, Revolução Chinesa, Guerra do Vietnã), aniquilamento completo de culturas, submissão para a implantação do regime socialista (China, Coréia do Norte, Alemanha Oriental, Somália, Etiópia, Vietnã, Laos, Cuba etc) e a deterioração da educação onde foi implantado (vide universidades brasileiras e resultados em ranking mundias de educação).
Ainda que todos os bens fossem distribuídos igualmente entre a população dos países, ainda assim ficaria pendente resolver a questão do pecado e a vida no porvir.
Socialismo ignora a virtude e a liberdade do indivíduo
Na ânsia em cumprir seu propósito de distribuição de bens, o socialismo ignora a virtude humana. Aquele aspecto da personalidade inerente ao indivíduo – relativo a um atributo positivo seu – que a Bíblia trata como a liberdade individual. Cada um deve decidir por si e não o Estado por todos. “(…), escolhei hoje a quem sirvais;” Josué 24:15 – “(…) Não podeis servir a Deus e a Mamom.” Mateus 6:24.
Karl Marx afirmava: “tirar de cada um de acordo com sua capacidade, para dar a cada um de acordo com suas necessidades“.
Quando uma instituição governamental assume o papel de igualar artificialmente as condições e posses de bens, pondo bons e maus todos dentro de um mesmo pacote, ela infringe um princípio bíblico que é o da liberdade e responsabilidade individual e as consequências projetadas por Deus. Os diligentes são punidos em favor dos indolentes por esse critério. O diligente assume riscos e arca com eles, mas o indolente é favorecido com o sucesso do diligente. É como colher onde não plantou e morar onde não construiu. Isso é o socialismo.
A biografia de Marx denuncia que ele viveu dessa forma e isso pode ter deturpado sua cosmovisão. Neglicenciou a família, quatro de seus sete filhos morrerem ainda bebês. Dos que sobreviveram, dois cometeram suicídio. Viveu financeiramente às custas da mulher por 16 anos enquanto escrevia “O Capital”. Contudo, isso ainda não o impediu de traí-la sexualmente (“Amor & Capital” – Zahar, Mary Gabriel).
Segundo o princípio bíblico, o indivíduo não tem como eximir-se da sua responsabilidade em lutar por sustento próprio e da sua família. Vale citar aqui esse trecho esclarecedor das Escrituras:
Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós.
Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.
Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.
Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs.
A esses tais, porém, mandamos, e exortamos por nosso Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando com sossego, comam o seu próprio pão.
2 Tessalonicenses 3:8-12
Devemos exercitar o amor, em todo tempo, mas sem ferir algum outro princípio por conta de falsa santidade ou submissão a teorias de homens, por mais cheirosa que possa parecer. Quando analisamos os fatos, verificamos que nenhuma outra instituição retirou tanta gente da pobreza e da miséria de forma orgânica, dando-lhes vida digna, quanto a Igreja de Cristo através das suas obras sociais.
O Estado Socialista pretende o monopólio da virtude distribuindo bens alheios, mas as Escrituras ensinam que isso deve ocorrer individualmente, por meio de cada cidadão e sua consciência. Essa é a essência da liberdade.
O socialismo nega a virtude do indivíduo e quer suplantar princípios bíblicos em favor de seu projeto de poder. Na prática onde essa ideia foi implantada o que aconteceu foi igualarem a sociedade pela miséria (Ex.: Cuba e Coréia do Norte)
O socialismo estimula a rancor e a divisão entre as pessoas
Os ricos são os inimigos a serem combatidos pelos socialistas. Eles são a causa dos problemas sociais. Socialistas acreditam que os bilionários e líderes de grandes empresas são gananciosos e impedem o projeto de distribuição de bens. Eles são maus e o socialismo é bom.
O socialismo joga uns contra os outros numa guerra de classes, burgueses contra trabalhadores; ricos contra pobres, na qual é dever dos segundos tomar o poder e a qualquer custo destruir os primeiros.
Essa visão totalitária e distorcida da realidade só se sustenta tal como um parasita que só sobrevive grudado ao seu hospedeiro: a cosmovisão cristã; sugando tanto recursos quanto o capitalismo puder lhes oferecer, já que é estéril e não tem capacidade de gerar nada.
A Bíblia adverte os poderosos que oprimem os pobres em Provérbios 14:31, onde diz: “Quem oprime o pobre mostra desprezo pelo seu criador.”
Quando olhamos para a realidade, vemos que são os empresários que empregam populações inteiras através das suas iniciativas, promovendo progresso e dando dignidade aos seus trabalhadores.
Quando socialistas destacam algum mal exemplo de empresário criam a falácia de igualar todos pela atitude de un poucos.
A livre iniciativa cria produtos, bens e serviços que geram empregos e melhoram a qualidade de vida democraticamente.
A verdade é que ainda que algum empresário esteja agindo por cobiça, ganância ignorando o amor ao próximo esse tal é condenado pela Bíblia.
Exemplo da liberdade de mercado – ambiente favorável à geração de riquezas e ricos – é a quantidade de tecnologias que temos disponíveis hoje acessíveis a quase todos. Esses bens foram gerados e vieram por iniciativas individuais através dos países capitalistas e com grande quantidade de ricos e fartura distribuída muito mais democraticamente do que em países socialistas.
Luz elétrica, carros, celulares, aparelhos eletrônicos em geral, medicamentos, internet, lazer etc são exemplo disso. Desconhece-se as contribuições da China, Coréia do Norte, Rússia ou Cuba, exceto suas narrativas, corrupção da educação e divisão de classes.
O respeito ao próximo, às autoridades e apoio aos mais fracos são premissas dadas por Jesus nos Evangelhos.
O único inimigo do cristão é o pecado e satanás com suas artimanhas.
Homens ricos, tementes a Deus podem colaborar muito mais com o bem estar social e distribuição de riquezas promovendo a dignidade humana através do trabalho do que um Estado formado por uma casta de socialistas cujo único propósito e perpetuar-se no poder.
Conclusão
Não há nada de cristão no socialismo, são coisas incompatíveis. Um aponta para a eternidade o outro aponta para um futuro hipotético nessa Terra ignorando Deus.
Deus é espírito (João 4:24), portanto não podemos compactuar com o materialismo.
Por trás da ideia romântica de um mundo melhor, mais livre e justo, estranhamente, há um grupo que apoia apaixonadamente as ideias dos maiores déspotas e regimes totalitários surgidos no século passado: Stalin, Mao Tsé-tung, Fidel Castro, Ho Chi Minh, Pol Pot e seus respectivos regimes, cortejados como redentores e instauradores de uma nova ordem de justiça e liberdade.
A única coisa que pode separar o cristão de seu semelhante é o pecado. A Bíblia não compactua com divisão e luta de classes. A única guerra que o cristão está envolvido é contra o inimigo de nossas almas. “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Efésios 6:12
Referência
https://www.christianpost.com/news/5-reasons-socialism-is-not-christian-opinion-166199
[1] https://www.barna.com/research/competing-worldviews-influence-todays-christians/
[2] http://reason.com/poll/2015/02/12/poll-americans-like-free-markets-more-th
[3] http://www.gallup.com/poll/183713/socialist-presidential-candidates-least-appealing.aspx
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