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Aiatolá convoca muçulmanos para matarem Trump e Netanyahu

O aiatolá Naser Makarem Shirazi, uma das mais altas autoridades religiosas do islamismo xiita no Irã, declarou em 29 de junho que qualquer pessoa ou governo que ameace o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, deve ser considerado “inimigo de Alá”.
A declaração foi feita por meio de uma Fatwa — parecer religioso islâmico — divulgada pela mídia estatal iraniana. A afirmação ocorre em meio ao agravamento das tensões internacionais após uma série de episódios envolvendo os Estados Unidos, Israel e o Irã.
Segundo Shirazi, “qualquer pessoa ou regime que ameace o Líder ou Marja (que Alá nos livre) é considerado inimigo de Alá”. Ele também afirmou que tal atitude constitui uma das mais graves ofensas religiosas e requer uma resposta obrigatória dos muçulmanos. “É necessário que todos os muçulmanos ao redor do mundo façam com que esses inimigos se arrependam de suas palavras e erros”, concluiu.
Alvo da Fatwa: Trump e Netanyahu
A Fatwa foi emitida em resposta a uma consulta formal conhecida como Estefta, conforme informado pelo analista Khosro K. Isfahani, da União Nacional para a Democracia no Irã. Em publicação feita na plataforma X, Isfahani afirmou: “Um segundo grande aiatolá … acabou de emitir um assassinato Fatwa contra POTUS Trump”. Ele se referia ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e acrescentou que a decisão também menciona líderes israelenses, como o atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Isfahani observou ainda que a nova Fatwa se distingue por seu caráter explícito e oficial, e a comparou com o decreto emitido contra o escritor britânico-indiano Salman Rushdie nos anos 1980, por ocasião da publicação do livro Os Versos Satânicos. Na época, o aiatolá Ruhollah Khomeini determinou sua execução, o que gerou uma série de atentados e ameaças por parte de simpatizantes do regime.
A declaração de Shirazi também adverte que é “haram” — termo árabe que designa algo proibido pela lei islâmica — oferecer qualquer tipo de apoio a indivíduos ou estados que ameacem figuras como Khamenei ou outros Marjas, título dado aos mais altos líderes espirituais do islamismo xiita.
Influência religiosa
Embora uma Fatwa não tenha força legal automática, sua influência pode ser significativa em contextos onde a Sharia — lei islâmica — integra o sistema jurídico oficial, como é o caso do Irã. Tais pareceres podem orientar decisões judiciais, ações militares ou até mobilizações populares, dependendo da autoridade de quem os emite.
De acordo com o pesquisador iraniano Hamidreza Azizi, ligado ao Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança, a emissão da Fatwa ocorre em um “momento altamente precário para a República Islâmica”. A declaração foi dada à revista Newsweek, após uma guerra de 12 dias entre o Irã e forças regionais, que aprofundou a crise de legitimidade do governo em Teerã.
“O regime perseguirá o terror, o caos e os assassinatos enquanto estiver no poder. O único caminho para a paz e a estabilidade é ajudar os iranianos a recuperar seu país”, declarou a União Nacional para a Democracia no Irã, organização opositora ao atual governo.
Tensão e desdobramentos
A recente intensificação das ameaças verbais contra autoridades iranianas ocorre em meio a tensões diplomáticas com os Estados Unidos e Israel, especialmente após o assassinato do general Qassem Soleimani em 2020, atribuído a uma operação autorizada por Donald Trump. Desde então, o governo iraniano tem prometido retaliações, enquanto amplia sua influência regional e mantém seu programa nuclear ativo, o que gera reações internacionais.
Ainda não está claro como o aiatolá Ali Khamenei irá responder à deterioração da credibilidade de seu regime. No entanto, analistas sugerem que o governo pode intensificar a repressão contra opositores, tanto dentro quanto fora do país, em uma tentativa de conter o avanço de críticas e manifestações contrárias à sua autoridade.
Em termos práticos, a Fatwa emitida por Shirazi é um exemplo claro de como líderes religiosos podem influenciar não apenas o comportamento de seus seguidores, mas também os rumos de políticas externas e internas, sobretudo em regimes onde o poder espiritual está entrelaçado com o poder estatal.
A Fatwa do aiatolá Naser Makarem Shirazi insere-se em um cenário de crescente instabilidade no Oriente Médio e reafirma o papel do clero xiita como agente de influência política no Irã. A menção direta a figuras como Donald Trump e Benjamin Netanyahu amplia o alcance diplomático do decreto e levanta preocupações sobre sua possível repercussão entre grupos radicais. Em meio a essas tensões, permanece o desafio de buscar caminhos de paz e reconciliação, especialmente entre nações marcadas por conflitos históricos e disputas ideológicas.
IRAN: Grand Ayatollah tells “Muslims of world” to kill POTUS Trump.
Makarem Shirazi: “Anyone threatening or acting against Supreme Leader is Mohareb (enemy of Allah, designated for killing)… If harm comes to you in this mission, you will be recognized as (warriors) of Allah.” pic.twitter.com/nwofafw7Zp
— Khosro K Isfahani (@KhosroIsfahani) June 29, 2025

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