opinião
Ainda as lições do deserto
Em todas as coisas há um propósito de Deus para a nossa vida, mesmo quando não o conseguimos discernir.

Nos dois últimos artigos (aqui e aqui) dissemos que o deserto que o povo de Israel teve de atravessar, durante quarenta anos, é comparado por alguns a esta vida terrena de lutas e dificuldades constantes. Mas ainda assim, há grandes lições que podemos tirar da jornada do deserto.
Fechamos hoje o tema com algumas outras lições do deserto:
Preservação
Curiosamente, o Deus que veste os lírios do campo não permitiu que o vestuário e o calçado do povo se desgastassem nos dias do deserto. Diz em Neemias 9:21: “De tal modo os sustentaste quarenta anos no deserto; nada lhes faltou; as suas roupas não se envelheceram, e os seus pés não se incharam”.
O facto é que não se verificou apenas a preservação das roupas e calçado, mas sobretudo da saúde do povo da Aliança. Apesar do clima agreste e adverso das regiões desérticas, o facto é que o povo do Antigo Israel permaneceu sem doenças durante queles quarenta anos, cumprindo-se o que Iavé prometera: “E o Senhor de ti desviará toda a enfermidade; sobre ti não porá nenhuma das más doenças dos egípcios” (Deuteronómio 7:15).
Mesmo no deserto Deus cuida de todas as nossas necessidades.
Organização
É no deserto do Sinai que Deus confere ao seu povo, através de Moisés, uma legislação detalhada e diversificada, que incluí a lei cerimonial (instruções sobre a forma de cultuar), a lei civil (instruções sobre a relação sociais e entre indivíduos), a lei penal (instruções sobre matéria criminal) e a lei moral (aspectos éticos e valores morais).
Deus entendeu que era necessário não apenas revelar o seu carácter através desta legislação, no sentido de orientar um povo que até aí não tinha uma identidade definida por ter sido reduzido à condição de escravo, mas também e sobretudo para renovar a sua mente que havia sido formatada por séculos de vida sujeitos aos valores e práticas da sociedade egípcia.
Por vezes é no deserto que aprendemos o que Deus quer de nós e como espera que vivamos de modo a honrar o Seu nome.
Preparação
A experiência do deserto funciona sempre como treino para um tempo e um espaço melhor e de futuro, neste caso em Canaã, a terra do “leite e mel”. Faz parte da preparação mental e espiritual. Foi assim com Moisés, que precisava de ser preparado para levar a cabo a grande tarefa do êxodo dos hebreus, libertando-os da tirania egípcia. Foi também assim como o próprio Jesus, nos inícios do seu ministério público.
O deserto nunca é o destino, nunca é o fim da viagem mas apenas uma parte da estrada a percorrer. O deserto é uma escola, uma oficina, um ginásio, um campo de treinos.
Tal como sucedeu com Moisés ou Jesus, o deserto é sempre um tempo de preparação para algo mais importante e decisivo.
Destino
O deserto encerra em si mesmo um propósito profético. Em Romanos 8:28 diz: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. E em I Tessalonicenses 5:18 acrescenta: “Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”.
Portanto, devemos manter sempre uma atitude de gratidão a Deus, não pelas lutas, mas apesar delas. Não agradecemos pelo sofrimento mas apesar dele, pois sabemos que Deus o usa em nosso favor, isto é, para nos aperfeiçoar. Jesus disse um dia: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). Mas uma tradução mais precisa diria “no mundo passareis por aflições”. De facto elas não são nossas, não nos pertencem, apenas passamos por elas.
Em todas as coisas há um propósito de Deus para a nossa vida, mesmo quando não o conseguimos discernir.
O deserto também tem os seus segredos, a sua beleza específica, e ensina-nos grandes lições que são indispensáveis para a nossa vida espiritual. Não desprezemos o deserto. Quando passarmos por ele, tentemos entender qual é o propósito de Deus em levar-nos até lá durante um tempo.

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