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opinião

Ambientalistas e a aversão intuitiva e visceral ao capitalismo

“Não devemos aceitar sem qualificação o princípio de tolerar os intolerantes senão corremos o risco de destruição de nós próprios e da própria atitude de tolerância.” –  Karl Popper

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Ativista do Extinction Rebellion no Mc'Donalds. (Foto: Reprodução)

O problema hoje nas discussões ambientais é que o apelo às emoções costuma ser mais sedutor que o apelo à razão.

O que se verifica é uma intolerância sem limites com aqueles que divergem até mesmo das soluções.

Não demorou muito tempo até que as primeiras bandeiras de foice e martelo fossem identificadas nos ataques à mudança climática.

Semelhante aos socialistas, a maioria dos ambientalistas começa no mesmo lugar: uma aversão intuitiva e visceral ao capitalismo.

Isso deu origem à ideia moderna de que a mudança climática é um problema especificamente capitalista, mais famoso por Naomi Klein em seu livro This Changes Everything.

Já a economista Grace Blakeley afirmou:

“A única maneira de interromper a mudança climática é desafiar a lógica do próprio capitalismo.”

Isto explica a reação explosiva nas redes sociais contra uma ativista do Extinction Rebellion, que depois dos protestos em Londres contra as mudanças climáticas, teve a infeliz ideia de acalmar seu estômago em um McDonald’s.

De fato, em vez de ser um vilão do clima, o mercado é provavelmente um dos melhores lugares para os manifestantes saciarem a sua fome.

Em primeiro lugar, Tom Forth, do Open Data Institute, afirma que um lanche, batatas fritas e café com leite do McDonald’s é provavelmente uma das refeições quentes mais eficientes em termos energéticos e de baixa emissão de carbono que você pode comprar.

A pressão para obter lucro em itens de baixa margem, como hambúrgueres, em 37.000 restaurantes em mais de cem países, significa que o desperdício de recursos deve ser mantido no mínimo absoluto, sejam ingredientes, embalagens ou energia.

Resumindo, o gerenciamento inteligente de entregas significa menos milhas percorridas. Os mesmos caminhões que entregam seus alimentos e embalagens retiram os resíduos de óleo, papelão e alimentos usados na cozinha.

Além disso, em vez de enviar resíduos gerais para aterros, quase todo ele é destinado a incineradores de resíduos em energia, o que reduz a necessidade de combustíveis fósseis.

Para se ter uma ideia, no Reino Unido, onde se deu o protesto, quase todas as instalações do McDonald’s são alimentadas inteiramente por energia renovável, graças a acordos de compra de energia com parques eólicos e solares.

Também implementou iluminação LED, equipamentos de cozinha com eficiência energética e treinamento especializado da equipe, reduzindo o consumo de energia desnecessário, o que ajuda a aumentar a margem de lucro.

Entre 2014 e 2017, o McDonald’s reduziu em 50% o consumo de energia em restaurantes de propriedade da empresa em todo o mundo, de 2.983 gigawatt-hora para 1.420.

A verdade é que todos querem “mais ação” sobre as mudanças climáticas, mas não queremos que isso nos custe nada.

Ao invés de serem intolerantes e advertirem as pessoas por irem se alimentarem no sistema de livre trocas, como o McDonald’s, estes ativistas deveriam comemorar o mercado como uma parte fundamental para eliminar a fome e para a solução dos problemas climáticos.

Ex-ministro da Agricultura, veterinário e empresário.

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