opinião
Bússola, antena e radar
Voltemos às Escrituras como referência máxima.

No seu filme, Medeia, Pasolini coloca em cena toda a paixão da clássica tragédia grega de Eurípedes. Num dado momento do filme, um grupo em viagem decide acampar em pleno deserto.
Maria Callas – que interpreta Medeia – imensa e divina exclama: Aqui não! “A terra aqui não tem sustentação” – continua desesperada – “procurem uma árvore, uma pedra”.
E de seguida atira uma pedra para o deserto: “acampamos ali” – afirma ela. É um deserto! Nada existe. Apenas aridez e espaço inóspito. Todavia, o lugar da pedra é um começo. Uma referência.
A bússola indica o Norte
Vivemos, presentemente, nos escombros da esperança. Na ressaca dos sentidos. Sedentos de referências que deem significado à nossa realidade. Sempre foi assim. O cardeal Tolentino recentemente afirmou que o “itinerário histórico faz-se aos solavancos”. Pleno de fragilidades.
Houve um momento histórico em que nos orientávamos com uma bússola no bolso. Ela indicava o Norte. Nesse tempo todos os tráficos de afetos e de sentido, exerciam um magnetismo inequívoco sobre a agulha da bússola.
Influências religiosas, filosóficas e artísticas, desaguavam em respostas naturais. Sentíamo-nos em casa. Era a tranquilidade.
O radar gera a morte
No século XX, aconteceram rupturas e mudanças culturais. Fenômenos como o feminismo, o ativismo pelos direitos humanos, a importância do bem-estar pessoal acima de tudo o mais (hedonismo), e duas guerras mundiais, rasgaram o tecido social de tal forma que um ambiente de morte foi gerado. Até a morte de Deus foi decretada! E, deu-se uma reorientação na viagem. Lançamos mão do radar. O Norte deixou de ser a fiel referência.
A humanidade partiu à busca de novos rumos, novas aventuras, novos caminhos. Novos desertos onde assentar pedras. Só que o radar, pela sua natureza, potencia a busca. Multiplica as escolhas. Desmultiplica os sentidos e amplifica os afetos.
Infinitos microcosmos se desnudaram à nossa frente. Todavia, nas múltiplas possibilidades habitava a inércia da morte. Restou, o bip-bip-bip do radar, nas retinas dos nossos dias e noites.
A antena da sorte
Hoje vivemos um eclodir de repentinas mudanças. Não caminhamos com o Norte como guia. O radar deixou de ser útil porque apenas registra os imensos caminhos a peregrinar. A antena passou a ser o instrumento de navegação existencial. Com um detalhe essencial: basta ir ao sabor das ondas. Porque, com a antena não fazemos buscas de sentido. Tudo chega até nós! Todos os caminhos estão abertos e o tráfego tem sempre sinal verde.
Chega-nos tudo por todos os meios, e ao mesmo tempo. No Facebook, no correio eletrônico, no WhatsApp, no Insta, pela rádio (lembram-se!?), na TV, nos jornais… Enfim!
De forma automática as mensagens invadem o nosso itinerário e vão-se posicionando. O nosso dilema é descodificar. E as nossas habilidades de interpretação são curtas. Falta-nos o golpe de asa para distinguir, destrinçar, diferenciar. Não temos a sustentação para despoletar o saber. Não temos raízes para aprofundar o florescimento da árvore existencial. Vivemos a crise da interpretação.
Sugiro, por isso mesmo, retomarmos urgentemente, os itinerários trilhados pelos primeiros cristãos. Voltemos ao deserto para habitarmos no silêncio. Para lançar pedras de referência. Para ganharmos sustentação anímica. Voltemos às Escrituras como referência máxima.
Hebreus diz-nos que Deus nas diferentes épocas tem falado de muitas formas (Hb. 1:1-2). Todavia, hoje continua falando por Cristo, Seu Filho. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Ele é referência sempre atual.
Paulo escrevendo a Timóteo declara que toda a Escritura é útil para ensinar, corrigir e instruir (2 Tim 3:16). Pedro lembra-nos que temos a Palavra de Deus confirmada nas nossas vidas, e que fazemos bem em lhe dar atenção porque ela é uma luz que brilha nos lugares escuros (olha que descrição perfeita do nosso mundo), até aquele momento em que a estrela da Alva voltar (2 Pe 2:19).
Eis as nossas referências. Eis a nossa pedra (verdades sobre as quais o edifício da Igreja se fundamenta). Eis a nossa sustentação. Temos um NORTE. Sabemos o caminho! E mais… Não somos órfãos! Temos o Espírito de Verdade que em nós habita. O Consolador (João 14:15-18).

-
igreja3 dias atrás
Após acusações, pastor se afastou e pediu aposentadoria milionária
-
igreja3 dias atrás
Casal completa 74 anos de casado e morre no mesmo dia
-
brasil7 horas atrás
Bonecas reborn: padre se recusa batizar e deixa aviso às ‘mães’
-
internet4 dias atrás
Tentação com mulher é sinal de saúde, diz Claudio Duarte a homens
-
internet4 dias atrás
Homem se filma queimando Bíblia e dias depois é achado morto
-
brasil4 dias atrás
Falso profeta que vendia revelações por pix é preso por sequestro
-
música4 dias atrás
Show gospel na Disney vira culto: ‘Espírito Santo se manifestou com poder’; Veja
-
testemunhos3 dias atrás
Testemunho: jovem sobrevive a tiro de fuzil na cabeça e se rende a Jesus
-
igreja perseguida4 dias atrás
Índia: cristãos atacados só podem voltar para casa se acatarem condição
-
sociedade8 horas atrás
Bebê reborn: terapeuta cristã faz alerta sobre fenômeno
-
missões3 dias atrás
Morreu o pastor Rinaldo de Mattos, missionário entre indígenas
-
evangelismo3 dias atrás
Idosa usa astúcia para levar muçulmanos à leitura da Bíblia