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Contrariando pesquisas, AGU nega resistência dos evangélicos a Lula

Jorge Messias, que se diz evangélico, tentou minimizar repulsa dos evangélicos ao petista.

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Lula em ritual de umbanda (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, minimizou a rejeição dos evangélicos ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme registrada pelos principais institutos de pesquisa do país em levantamentos realizados no mês de março.

Durante a Brazil Conference, na Universidade Harvard, Messias afirmou: “Eu não acho que o segmento evangélico tenha resistência como se coloca ao presidente”.

Pesquisas encomendadas pelo Palácio do Planalto corroboraram os indícios de queda na popularidade de Lula, especialmente no segmento evangélico, que representa 30% do eleitorado. Nos bastidores, o diagnóstico é que o governo tem perdido a batalha da comunicação para aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em resposta, o Planalto lançou a campanha publicitária intitulada “Fé no Brasil”. A ação se baseia na exibição de peças com indicadores positivos do governo durante as visitas de Lula e dos ministros aos estados. Questionado sobre sua participação na concepção do projeto, Messias afirmou que o slogan é resultado do “trabalho que vem desde a campanha e da nossa (governo) aproximação com o segmento”.

“Nosso trabalho com o segmento evangélico é uma relação respeitosa, mas com o foco na construção de políticas para toda a população, que é o papel do Estado. Precisamos lembrar que o Estado é laico”, prosseguiu o ministro em um discurso contraditório.

Segundo Messias, Lula “tem cumprido absolutamente tudo aquilo que ele se comprometeu com o povo evangélico” durante a campanha ao apresentar uma carta de intenções, embora não tenha mencionado nenhum dos tópicos específicos. No entanto, os dados da pesquisa Atlas/Intel divulgada em 10 de março mostram que 41% dos evangélicos consideram a gestão petista ruim ou péssima. Entre a população em geral, a avaliação negativa é de 32%.

Messias enfatizou que todos os ministros têm a obrigação de dialogar com os diferentes setores sociais, mas ele desempenha um papel de destaque na aproximação com os evangélicos por ser seguidor da religião.

“Como tenho 40 anos de evangélico na igreja Batista, tenho uma interlocução mais próxima com o segmento evangélico, mas dialogo com todos os segmentos religiosos”, afirmou o ministro.

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