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Cristão preso no Irã espancado por pedir atendimento médico

No início deste mês, um cristão convertido iraniano, Amir-Ali Minaei, foi agredido por um agente penitenciário identificado como Mehdi Salimi na Prisão de Evin, em Teerã. Minaei, de 31 anos, cumpre uma sentença de três anos e sete meses por “atividades de propaganda contra o regime por meio da criação de uma igreja doméstica”.
Segundo o grupo de defesa Artigo 18, Minaei havia solicitado repetidamente tratamento médico para um problema cardíaco, o qual teria se desenvolvido como consequência do estresse durante sua detenção anterior.
O grupo relatou que, após sua mais recente solicitação no início deste mês, Minaei foi espancado pelo guarda, que lhe deu um golpe direto no peito, agravando ainda mais sua condição de saúde. Apesar disso, ele não foi encaminhado a um cardiologista, e há temores de que sua saúde piore ainda mais com a aproximação do Ano Novo Persa, quando o acesso a tratamentos médicos se torna mais difícil.
Minaei, natural de Teerã, foi preso em dezembro de 2023 e inicialmente detido por mais de dois meses na Ala 209 da Prisão de Evin, sob a custódia do Ministério da Inteligência. Sua condição cardíaca foi diagnosticada após sua libertação sob fiança, de aproximadamente US$ 10 mil, em fevereiro de 2024, e entende-se que tenha sido causada pelo estresse vivido durante sua detenção e pelos interrogatórios intensivos.
Além da pena de prisão, Minaei também foi condenado a privação de direitos sociais, como a proibição de se associar a organizações. Em janeiro, ele solicitou liberdade condicional, mas o pedido foi negado por agentes do Ministério da Inteligência, que alegaram falta de “cooperação” da parte dele. A pressão sobre os detidos para que se tornem informantes ou “colaboradores” é uma prática comum, de acordo com Mansour Borji, diretor do Artigo 18.
Borji expressou crescente preocupação com a saúde de Minaei, pedindo sua libertação imediata e incondicional. Ele também fez um apelo para que as autoridades iranianas reconheçam as igrejas domésticas como locais legítimos de culto para os cristãos iranianos, uma vez que as igrejas destinadas a minorias armênia e assíria estão proibidas para falantes de persa.
O Irã ocupa o nono lugar no relatório Lista Mundial de Perseguição 2025, da Portas Abertas, que aponta o país como um dos 50 mais difíceis para ser cristão. O relatório também revelou um aumento significativo nas penas de prisão contra cristãos no Irã em 2024, com um total de 263 anos de prisão impostos a 96 cristãos. Além disso, o sistema judicial iraniano tem utilizado multas elevadas, que somam quase US$ 800.000, como forma de pressionar grupos religiosos dissidentes.
O grupo Artigo 18 observa que as violações da liberdade religiosa no Irã são mais graves do que as informações disponíveis publicamente, com autoridades justificando a repressão ao cristianismo como uma questão de “segurança nacional”, alegando apoio de “estados estrangeiros hostis”, incluindo “grupos sionistas”, a organizações cristãs dentro do Irã, segundo informações do portal The Christian Post.

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