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opinião

Devemos orar pela morte de Putin?

Artigo no Christianity Today incentiva oração contra ditador.

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Vladimir Putin
Vladimir Putin (Foto: Alexei Druzhinin/AP Photo)

Em dias em que o mundo assiste atônito o massacre russo de crianças inocentes na Ucrânia, alguns cristãos se perguntam: “Devemos orar pela morte de Putin?”

Alguns, ainda mais ousados, já estão orando por isso e conclamando outros a fazer o mesmo. Como é o caso de uma das revistas cristãs mais famosas do mundo, a “Christianity Today” (Cristianismo Hoje). O título da matéria publicada em 8 de março de 2022 dizia: “Go Ahead. Pray for Putin’s Demise” (vá em frente. Ore pela morte de Putin).

E então, devemos orar pela morte de Putin ou a de quem quer que seja? Devemos orar por vingança, ou orar por justiça divina? Qual o correto? É a mesma coisa?

Você já parou parou para pensar nestas perguntas?

A verdade é que é totalmente bíblico pedir por justiça. “Bem aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça, pois serão saciados.” Disse o Mestre da Justiça. Contudo, a justiça a qual Jesus se refere é justiça divina contra o império do mal, da injustiça social, contra o comportamento impiedoso. É importante não confundir justiça de Deus contra a iniquidade, com sede de vingança humana.

Nos chamados “Salmos imprecatórios”, o rei Davi costumava orar rogando a Deus justiça contra os inimigos do Senhor, como defesa da reputação divina que estava em jogo. A exemplo do quinto capítulo de Salmos, verso 10: “Declara-os culpados, ó Deus; caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se rebelaram contra ti.”

Portanto, seria errado orar a Deus contra um inimigo exclusivamente nosso ou de outros, por motivações de sede de vingança pessoal ou coletiva; uma vez que Jesus manda pagar o mal com o bem. O alvo do cristão a ser destruído não é humano, “mas o reino nefasto das trevas”, como nos lembra o apóstolo Paulo (2 Cor 10:3). Minha esposa, Shirley Costa, bacharelanda em teologia, em comentário sobre como orar pelos nossos inimigos, acredita que as nossas orações devem incluir: 1. Orar para que Deus exerça a justiça sobre o inimigo. 2. Orar para que Deus alcance o inimigo com a graça divina que não vê o alvo, mas o produto da graça que atinge o alvo. 3. Orar para que Deus faça o que planejou sobre a vida do inimigo.

É correto, bíblico e benéfico orar pelo extermínio do mal, seja ele qualquer, mas nunca contra nomes em particular. Sem contar que é um raciocínio ingênuo e reducionista achar que quando um líder vai a guerra contra inocentes ele não recebe apoio nenhum de ninguém. Pois é. O que fazer dos inimigos que nem conhecemos? Os inimigos anônimos que estão nos bastidores? Por esses, não seria possível orar mencionando os seus nomes nem que quiséssemos.

A fato irretorquível é que, os inimigos de Deus, quando são veículos do mal que serve aos propósitos divinos soberanos e inescrutáveis, não morrerão nem mesmo um segundo antes de cumprirem a sua parte no plano de Deus no grande drama da história, quer nós oremos ou não. História esta que se aproxima cada dia mais do seu clímax. Naquele dia, Jesus, o Capitão da nossa salvação, matará tanto o mal quanto o perverso, de uma vez por todas, com o sopro da sua boca. Aleluia!

“Então, será plenamente revelado o perverso, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e destruirá pela gloriosa manifestação da sua vinda” (2Ts 2:8).

Bacharel em teologia pela Faculdade Teológica e Apologética Dr. Walter Martin e mestrando em teologia ministerial pela Carolina University - Winston-Salem/NC/EUA. Pastor sênior da Igreja Batista Candelária em Candeias, PE, desde 2016. Escritor - autor do livro: Endireita-te com Deus - 7 Passos para uma Vida Emocional e Espiritual Plena. Casado com Shirley Costa, e pai do João Gabriel.

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