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opinião

Efeito The Send

Reconheça que foi lindo, colha os aprendizados e aplique em seu contexto.

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Rodolfo Abrantes no The Send Brasil. (Foto: The Send Brasil)

Entre críticos e apaixonados, eu prefiro analisar o The Send Brasil sob o olhar da comunicação. Não vou entrar nas rusgas teológicas, doutrinárias ou “partidárias” porque esse canal não é para isso. Falamos aqui sobre comunicação a serviço da missão de Jesus e, neste aspecto, é inegável que a turma da organização e da comunicação ganhou de 7 x 1 (uma boa imagem de um resultado acachapante que veio a cabeça).

Mobilizaram três estádios e mais uns 100 outros, no mínimo, nas redes sociais. Lovers e raters se dedicaram a olhar o evento com olhos fitos em cada cena, em cada pregação, em cada louvor ou manifestação. A live estava tão bem produzida quanto o que vi dos estádios. Tudo impecável, com excelência (aquela palavra que, quem me segue, sabe que tenho problemas e não gosto).

É nesse cenário que paro meu olhar para falar sobre comunicação e só sobre isso, pois a turma da Dunamis seguiu o “livro de receitas” da estratégia e da criatividade ao pé da letra e as igrejas, aquelas do dia-a-dia e do bairro, precisam aprender com isso. Não há espaço para olhar para esse impacto todo e ficar de mimimi.

Reconheça que foi lindo, colha os aprendizados e aplique em seu contexto. Para isso, vou colocar aqui quatro highlights importantes sobre a comunicação do The Send Brasil que você pode refletir e utilizar.

Coerência da linguagem/mensagem

Uma das coisas que mais gosto de observar no movimento Dunamis é na linguagem. Tudo o que se vê deste movimento é coerente com seu posicionamento e com seu propósito.

É um movimento para-eclesiástico que mobiliza e toca jovens ao redor do mundo oferecendo-lhes a oportunidade de fazer parte de uma comunidade que se prepara para ser capaz de transformar o mundo a partir da mensagem de Jesus.

Falam, vestem e criam experiências que se conectam com seu público, que busca incessantemente o novo, experiências impactantes e uma causa. O The Send Brasil entregou a causa com todo esse contexto que falo acima. E olha. Esta causa é dada em Mateus 28. Nada novo, mas tudo muito bem planejado e bem feito.

FoMO

Você já ouviu falar do FoMO (fear of missing out)? Essa é a nova síndrome que tem acometido a nova geração, viciada em redes sociais e que precisa estar conectada em tudo e a todo momento.

“O FoMO foi citado pela primeira vez em 2000 por Dan Herman e definido anos depois por Andrew Przybylski e Patrick McGinnis como o medo de que outras pessoas tenham boas experiências que você não tem”, segundo matéria do canal TechTudo de 2017.

Pois é. O marketing sabe disso e utiliza dessa ferramenta para ativar suas campanhas. “Você não pode ficar de fora deste movimento que abalará as bases do Brasil” ou, algo assim, nada mais é do que trazer as pessoas para esse lugar de necessidade de fazer parte de algo grandioso ou, nessa lógica, de não ficar de fora deste tempo. E isso dá resultados.

Co-criação

Outra coisa importante é que o The Send Brasil convidou sua comunidade a co-criar o evento, mesmo sabendo que esse seria um risco estético ou de construção de marca.

Voluntários e participantes do movimento criaram conteúdos desde o lançamento do evento formando a expectativa, contando histórias, engajando pessoas e reportando tudo o que havia dentro e no entorno dos estádios.

A geração de hoje não engole a seco uma mensagem. Ela quer participar do processo e criar com você.

Continuidade

E, por último e muito importante, é que o The Send Brasil não acabou. Pelo contrário. Ele apenas começou ali nos estádios. A comunicação de picos e vales não existe mais e não é mais capaz de engajar pessoas.

É preciso criar relacionamentos e continuidade de sua mensagem para que as pessoas experimentem-na ao longo de uma jornada.

Não é mais um call to action que vai fazer as pessoas saírem de casa para algo e, sim, um chamado para fazer parte de algo maior, de longo prazo e com propósito.

O brief para a continuidade do The Send Brasil foi dado na sequencia do evento e tenho certeza que, sim, Jesus usará essa galera para abalar o inferno.

Nasceu em São Paulo, casado com a Viviana e pai da Maria Luiza. Jornalista e publicitário com passagens por algumas das principais empresas do mercado editorial, de comunicação e multinacionais de publicidade no Brasil. É fundador da consultoria de comunicação para igrejas ChurchCOM e é autor do livro Marketing Cristão

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