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Ex-missionários acusam JOCUM de praticar abusos

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Ex-missionários acusam JOCUM de praticar abusos

A organização missionária Jovens Com Uma Missão (JOCUM), conhecida internacionalmente como Youth With A Mission (YWAM), publicou um pedido de perdão após a divulgação de denúncias feitas por ex-missionários sobre abuso espiritual e práticas coercitivas envolvendo centros de treinamento da instituição em diferentes partes do mundo.

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A reportagem, assinada pelo jornal britânico The Observer e publicada no domingo, 6 de abril de 2025, reuniu depoimentos de 21 ex-membros e missionários atuais.

Os relatos se referem a experiências acumuladas ao longo de duas décadas, em 18 países, e apontam episódios recorrentes de pressão psicológica, controle comportamental e rituais coletivos de confissão.

Entre os testemunhos, está o de uma ex-integrante que descreveu o treinamento de liderança pelo qual passou como “bastante controlador”. Ela relatou que foi desestimulada a comparecer ao funeral de sua avó porque a cerimônia coincidia com um culto religioso.

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Outros participantes disseram ter sido levados a sessões públicas de arrependimento, onde eram incentivados a confessar pecados ou pensamentos considerados moralmente inaceitáveis, como atividade sexual fora do casamento ou atração por pessoas do mesmo sexo.

Nós ‘expulsamos’ todos os demônios e pecados e pedimos a Deus que os perdoasse e os curasse novamente”, declarou um ex-missionário, ao descrever práticas adotadas durante os encontros conhecidos como “noites do testemunho”. Algumas dessas sessões foram vistas como experiências catárticas, enquanto outros relataram sentimentos de constrangimento e exposição pública.

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Também houve menções a episódios de vergonha induzida, principalmente relacionados ao uso de aplicativos cristãos de namoro e ao vestuário feminino. De acordo com os entrevistados, esses comportamentos eram frequentemente repreendidos por lideranças locais, o que resultava em sentimentos de culpa, isolamento e inadequação espiritual.

Em nota oficial, a JOCUM afirmou:

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“Lamentamos profundamente qualquer um que tenha sofrido danos enquanto fazia parte da YWAM. Ninguém deve sofrer abuso espiritual, coerção ou sofrimento psicológico em uma comunidade baseada na fé”.

A organização repudiou expressamente o uso de práticas humilhantes, como as sessões de confissão pública. Ainda segundo o comunicado:

“Embora a confissão pessoal seja parte da prática cristã, ela deve ser sempre voluntária e respeitosa. Qualquer prática que pressione indivíduos a revelar traumas ou envergonhá-los publicamente é errada”.

Segundo o portal The Christian Post, a entidade acrescentou que não tolera rituais de cura que estigmatizem ou causem dano emocional, afirmando que tais práticas “não têm lugar na atuação da JOCUM Inglaterra”.

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A organização declarou também:

“Estamos tristes com os relatos de indivíduos que sentiram que sua identidade foi tratada como pecaminosa ou demoníaca, e estamos revisando como nossos ensinamentos são expressos para garantir que reflitam compaixão, verdade e amor”.

Fundada em 1960, por Loren Cunningham, a JOCUM é uma das maiores organizações missionárias evangélicas do mundo, com atuação em mais de 180 países. Seu foco inclui o treinamento de jovens, evangelismo e ações humanitárias.

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Em sua doutrina, a JOCUM defende os valores da pureza, disciplina espiritual e obediência à Palavra, princípios que, segundo relatos, têm sido interpretados e aplicados de forma rigorosa em algumas bases missionárias.

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