igreja perseguida
Líderes e membros de igreja doméstica são condenados na China

Três líderes da igreja Linfen Covenant Home, na província de Shanxi, China, foram condenados à prisão no dia 20 de junho, em um processo realizado a portas fechadas, sob acusação de fraude. Segundo a organização Christian Solidarity Worldwide (CSW), com sede no Reino Unido, o pastor Li Jie e o ancião Han Xiaodong receberam sentenças de três anos e oito meses cada. Já o ancião Wang Qiang foi condenado a um ano e 11 meses de prisão.
As detenções ocorreram em meio a um contexto de crescente repressão a igrejas não registradas no país. Li Jie e Han Xiaodong foram presos inicialmente em agosto de 2022, durante um retiro religioso. Wang Qiang foi detido três meses depois, em novembro de 2022. As primeiras acusações formais surgiram apenas em junho de 2023, quando os líderes foram acusados de formar uma “panelinha criminosa” e obter “renda ilegal”.
O julgamento teve início em 8 de maio de 2025, quase dois anos após as primeiras prisões. A CSW relatou forte presença de segurança no tribunal de Linfen Yaodu e restrições severas, como a proibição de entrada de familiares dos réus. A esposa, mãe e filhos de Li Jie foram impedidos de acessar a audiência e posteriormente retirados à força do local.
Segundo a entidade, os advogados foram informados por autoridades judiciais de que as penas não ultrapassariam três anos caso os acusados cooperassem com exigências de segurança, como entregar celulares e computadores. No entanto, as sentenças ultrapassaram as garantias.
Contestação da igreja
Wang Qiang foi libertado da chamada “Vigilância Residencial em Local Designado” em 30 de setembro de 2024, e recebeu liberdade condicional em março de 2025. Sua pena foi considerada cumprida, e ele não retornará à prisão.
A Igreja Linfen Covenant Home divulgou nota, traduzida pela organização China Aid, em que rejeita o veredito:
“Embora o julgamento do caso tenha sido anunciado, não aceitamos esta sentença injusta. Nossos irmãos não cometeram fraude, e as ofertas de nossa igreja não são fraude. Nossa igreja continua sendo uma igreja doméstica, aderindo a Cristo como o único chefe da igreja e ao princípio da separação entre igreja e estado”, afirmou a declaração.
“Reconhecemos que Li Jie, Han Xiaodong e Wang Qiang estão sofrendo por causa da justiça e estão dispostos a tomar a cruz com o Senhor. Recebemos o resultado do julgamento do Senhor com um coração de gratidão e obediência”.
Outras condenações
No mesmo dia em que foram anunciadas as sentenças da Linfen Covenant Home, dez membros da Golden Lampstand Church, também localizada na cidade de Linfen, foram condenados por acusações semelhantes de fraude. As penas variam de nove anos a nove anos e dois meses. As prisões começaram em agosto de 2021, e o julgamento foi concluído em abril deste ano.
Em dezembro de 2024, advogados e ativistas de direitos humanos assinaram uma declaração pública contra a criminalização dos dízimos recebidos por igrejas domésticas, prática comum entre comunidades cristãs não registradas.
Reações internacionais
O presidente da Christian Solidarity Worldwide, Mervyn Thomas, declarou que as condenações demonstram “a facilidade com que o complexo sistema e os processos judiciais da China podem ser manipulados”. Segundo ele, julgamentos a portas fechadas e o acesso restrito à defesa levantam “sérias questões sobre a integridade do processo judicial da China”.
A organização internacional Portas Abertas, que monitora a perseguição religiosa em mais de 60 países, afirmou que casos como esse fazem parte da estratégia oficial de repressão à atividade cristã fora do sistema religioso estatal. A entidade aponta o uso de monitoramento digital e vigilância intensificada sobre igrejas domésticas.
Restrições a estrangeiros
Em 1º de maio de 2025, entraram em vigor novas restrições do Partido Comunista Chinês a atividades religiosas de estrangeiros. As normas proíbem cidadãos não chineses de pregar, formar instituições religiosas ou recrutar seguidores locais sem autorização estatal.
As regras também impedem a produção de materiais religiosos, arrecadação de doações e educação religiosa informal. Conforme reportado pela Mission News Network, sermões de estrangeiros devem ser previamente autorizados, e só podem ocorrer mediante convite de instituições oficialmente reconhecidas.
Fé sob controle estatal
A Constituição da China reconhece a liberdade de crença religiosa, mas limita sua prática às chamadas “atividades religiosas normais”, conceito que não é definido juridicamente. O Estado reconhece oficialmente apenas cinco religiões: Budismo, Taoísmo, Islamismo, Protestantismo e Catolicismo, todas organizadas em associações controladas por órgãos do governo.
Nesse cenário, igrejas domésticas como a Linfen Covenant Home, que optam por manter sua autonomia, frequentemente enfrentam restrições legais, prisões e vigilância. A Christian Solidarity Worldwide e outras entidades continuam pedindo a revogação das sentenças e a garantia de julgamentos justos e transparentes, em conformidade com os compromissos internacionais assumidos pela China em matéria de direitos humanos, conforme informado pelo The Christian Post.

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