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opinião

O problema da internet

O algoritmo nos deixa vaidosos e nos empodera de nossos próprios gostos.

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Você (Foto: Cortesia/PictoBíblia)

 

Independente da rede social que você usa, seja Youtube, Facebook, Instagram, Twitter, Pinterest etc, o algoritmo vai estar lá.

Fiz este esquema para lhe ajudar a entender como as coisas funcionam por aqui, vamos lá!

Existem os acontecimentos na vida real (1), chamo de vida real, simplesmente porque não é virtual, mas todos estes acontecimentos se refletem na internet (2).

Nela tentamos estabelecer as conexões que temos na vida real, amigos, interesses, gostos e até mesmo nossa história está registrada por aqui.

Praticamente todos os passos que damos na companhia do nosso celular, está registrada na internet (veja seu histórico no google maps) e faça prova.

Quando registramos nossa vida, seja ela através das conexões ou não, estamos alimentando o algoritmo (3) que está na base de tudo.

Vamos tentar entender o algoritmo: Pense em quantos conteúdos são compartilhados a todo momento na internet. Como a ferramenta decide quais deles irão aparecer no seu feed de notícias? Existem algoritmos que determinam o que você vê, com base naquilo que deve ser mais relevante para você. O critério de relevância leva em conta suas interações e preferências para decidir o que pode despertar seu interesse, e desta forma você tem um feed infinito contendo o que você gosta ou exatamente o que você menos gosta para assim forçar sua interação (seja ela qual for).

Os algoritmos analisam todos os tipos de conteúdo postados na rede, como links, textos, fotos, vídeos e transmissões ao vivo. Qualquer ação que você faça, tem reflexo no algoritmo que está lá para tornar a internet muito mais interessante e viciante para você.

O problema da bolha (4) é que justamente por estarmos sendo nutridos com aquilo que nos interessa, temos nossos gostos e convicção acentuados, o que faz com que nossa percepção da realidade seja afetada pela segmentação que a internet nos encaixa.

Pense em uma pessoa que ama um determinado time de futebol, ela segue os jogadores, torcidas organizadas, o clube, patrocinadores etc, esta pessoa provavelmente tem a sua percepção afetada, pois o algoritmo a alimenta e sustenta seu gosto, fazendo com que ela tenha convicção de que tudo gira em torno daquele determinado clube e provavelmente que ele seja bem maior do que realmente é.

O ponto de intersecção (5) são os gostos, interesses, amigos e história que temos em comum uns com os outros na internet, eles podem ser livros que lemos, filmes, séries, amigos etc.

[OPINIÃO]

O maior problema da internet é o algoritmo, justamente pela possível condução ao equívoco, afetando de alguma forma nossa percepção da realidade, e fazendo com que os mais descuidados não consigam vislumbrar com a mesma significância, determinados assuntos como se consegue na internet através de um “ambiente seguro”.

Peça para um amigo(a) o celular dele(a) e navegue por alguns minutos no seu feed, repare como ele difere do seu, por mais que estejamos navegando no mesmo lugar em simultâneo.

O algoritmo nos deixa vaidosos e nos empodera de nossos próprios gostos e nos faz pensar muitas vezes que o mundo gira em torno de nosso próprio umbigo.

Contudo, nos temos que entender que o poder da internet hoje, está em justamente conseguir segmentar e ter uma maior assertividade no alcance das pessoas que temos interesse de comunicar, podendo desta forma, atingir um determinado público para compra e venda de algum produto ou serviço, seja ele qual for.

Desta forma foram construídas verdadeiras potências como Google e Facebook, por exemplo.

A pluralidade e diversidade da internet está totalmente deixada de lado e afetada em função da segmentação deixando-a muito mais desinteressante, atributo este que não pertence a ela.

Para concluir, vale lembrar que o discurso das referidas empresas, defende justamente a pluralidade e diversidade, muito bonito, se o afã de ganhar milhões em Adds não falasse mais alto.

Augusto Marques

Marido, formado em Produção Multimídia, desenvolvedor UI/UX, Desenhista criador da PictoBíblia e membro na Igreja Evangélica Assembleia de Deus, congregação Jardim Botânico em Porto Alegre-RS.

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