estudos bíblicos
O que são evangelhos sinóticos?
No Novo Testamento temos quatro evangelhos, que trazem relatos da vida e obra de nosso Senhor Jesus.
Você certamente já leu algum comentário bíblico ou ouviu alguma pregação onde se falou a expressão “evangelhos sinóticos”, e deve ter ficado se perguntando: o que é isso? Vamos explicar objetivamente para você.
No Novo Testamento temos quatro evangelhos, que trazem relatos da vida e obra de nosso Senhor Jesus. São eles: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Todavia, dá-se o nome de “sinóticos” aos três primeiros evangelhos, e por uma razão: há uma semelhança muito grande na escolha dos relatos sobre Jesus, na ordem destes relatos, na estrutura e até nas palavras escolhidas para as narrativas em cada um desses livros.
Sinótico é uma palavra que se origina da junção de dois termos gregos (a língua em que o Novo Testamento foi escrito): syn (que significa junto, ao lado – daí vem palavras como sinergia (syn + ergon [trabalho, negócio], que é o trabalho conjunto ou em cooperação) e opsis (olhar, visão – daí vem palavras como óculos ou ótica).
Estudiosos sugerem que o Evangelho de Marcos seja o mais antigo deles e tenha servido de base para a redação de Mateus e de Lucas. Assim, evangelhos sinóticos trazem a ideia de livros escritos sob uma “mesma visão”, “mesma perspectiva” ou “de um mesmo ponto de vista”.
O Evangelho de João, que não se classifica como um sinótico, é escrito por uma perspectiva distinta, trazendo muitos fatos do ministério de Jesus na Judéia e em Jerusalém que não se acham nos três primeiros Evangelhos (por exemplo, o primeiro milagre de Jesus, a transformação da água em vinho), além de uma identificação ainda mais ampla e profunda da identidade de Jesus, onde Ele próprio se revela reiteradas vezes como o Eu Sou – título que Yavé toma para si mesmo no Antigo Testamento (Conf. Ex 3.14).
A divindade de Jesus é destacada nos escritos de João.
Uma visão sucinta dos evangelhos sinóticos:
Mateus – que foi um dos apóstolos de Cristo, ex-cobrador de impostos, escritor judeu e que escreveu seu Evangelho, o primeiro livro no Novo Testamento. Seu público alvo eram os judeus, e por isso Mateus tanto se esforça para mostrar Jesus como sendo o Cristo, aquele que fora tantas vezes prenunciado aos judeus no Antigo Testamento.
Marcos – não era um dos apóstolos, e muito provavelmente era o “João Marcos”, primo de Barnabé, de família rica. Seu público alvo eram os crentes romanos, a quem ele pretendia fazer ainda mais conhecido Jesus, cujo sofrimento e submissão à vontade do Pai deveria inspirar fé e perseverança no coração daqueles crentes perseguidos.
Lucas – ao que tudo indica o único escritor não-judeu de um livro bíblico. Estrangeiro, médico e historiador a seu modo, Lucas foi um exímio investigador, e trabalhando diretamente com Paulo e outros cristãos da primeira e segunda geração de crentes pode coletar muitas informações para seu Evangelho sobre o Deus-Homem dirigido aos gentios de fala grega, que dispunham de muitas informações transmitidas oralmente sobre Jesus, mas que careciam de algo bem documentado e fundamentado.
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