Pesquisadores encontram vestígios do que pode ser a Arca de Noé

Um grupo internacional de cientistas afirmou estar cada vez mais próximo de confirmar a presença de vestígios que poderiam estar associados à Arca de Noé, conforme descrita no livro de Gênesis. A pesquisa se concentra no sítio arqueológico de Durupinar, localizado no leste da Turquia, próximo à fronteira com o Irã, uma região tradicionalmente vinculada ao relato bíblico do Dilúvio.

O local, com 156 metros de comprimento e formato semelhante ao de um navio, foi inicialmente identificado na década de 1950. Desde então, tem sido alvo de diversas investigações, embora até hoje não haja consenso científico sobre sua origem. Recentemente, a organização Noah’s Ark Scans, que conduz os estudos atuais, divulgou resultados que apontam a presença de níveis elevados de matéria orgânica e potássio no subsolo da formação, em contraste com áreas vizinhas.

Em comunicado oficial, a entidade afirmou:

“Essas descobertas sugerem a presença de madeira deteriorada ou outros materiais orgânicos, o que é consistente com uma estrutura grande e antiga preservada dentro do fluxo de lama.”

As amostras de solo foram coletadas em setembro do ano passado e analisadas ao longo do inverno. Segundo o pesquisador Andrew Jones, principal responsável pelas investigações arqueológicas, as análises indicam que o carbono presente dentro da formação é 2,72 vezes maior do que no solo ao redor, apontando para uma composição distinta.

“A composição do solo é marcadamente diferente do fluxo de lama natural, indicando algo extraordinário neste local”, disse Jones à Fox News Digital. “A madeira antiga em decomposição dentro da área em formato de barco provavelmente está criando um microambiente localizado no solo ao diminuir o pH, aumentar a matéria orgânica e elevar o potássio”.

A formação do húmus — resultante da decomposição da madeira — seria a responsável por esse aumento na concentração de carbono. O cientista do solo William Crabtree reforçou essa leitura:

“A composição do solo é muito diferente do fluxo de lama natural, indicando algo extraordinário neste local”, declarou.

Além dos aspectos científicos, os pesquisadores ressaltam que o formato da estrutura coincide com as dimensões da Arca de Noé conforme descritas na Bíblia:

“E desta maneira a farás: de trezentos côvados será o comprimento da arca, de cinquenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura” (Gênesis 6:15).

O projeto também relembra as varreduras de radar de penetração no solo realizadas em 2019, que detectaram anomalias a até seis metros de profundidade. Essas imagens em 3D indicam a existência de um corredor central com 71 metros de comprimento e estruturas angulares que se assemelham a salas ou corredores.

“Essas formações em ângulo reto, incomuns em processos geológicos naturais, sugerem um projeto intencional”, afirmou a organização.
“A reanálise confirma o que suspeitávamos: essas não são formas aleatórias no fluxo de lama”, concluiu Jones.

Embora nenhuma escavação física esteja programada para este ano, os cientistas planejam continuar a análise do solo por meio de métodos não destrutivos. Estão previstas pesquisas geofísicas adicionais e possível perfuração de núcleo para o próximo ano.

“Nosso plano é fazer um teste de solo muito maior e coletar amostras mais profundas”, declarou Jones.

O relato bíblico da Arca de Noé, registrado nos capítulos 6 a 9 de Gênesis, descreve como Deus ordenou a construção de um grande navio para preservar Noé, sua família e representantes de todas as espécies animais durante o Dilúvio que cobriu a terra. Segundo Gênesis 8:4, a arca repousou “sobre as montanhas de Ararate”, região próxima ao sítio de Durupinar, o que motiva a continuidade das pesquisas no local.