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arqueologia bíblica

Tanque de Siloé, onde Jesus curou cego, pode ter sido achado

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Tanque de Siloé, onde Jesus curou cego, pode ter sido achado
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Um grande muro descoberto na antiga Jerusalém foi identificado como parte da estrutura original do Tanque de Siloé, local mencionado no Evangelho de João como cenário da cura de um cego por Jesus. A revelação foi divulgada nesta semana por arqueólogos ligados à Autoridade de Antiguidades de Israel e descrita como uma rara conexão física com um lugar bíblico.

A parede, com 12 metros de altura, foi datada em aproximadamente 2.800 anos por meio de análises de radiocarbono em materiais orgânicos incrustados na argamassa, incluindo galhos e gravetos. Os resultados confirmaram sua construção durante o período do Primeiro Templo, no reinado dos reis Joás e Amazias. Segundo os arqueólogos, a estrutura fazia parte de um sistema hidráulico que canalizava a água da Fonte de Giom até a piscina.

O diretor da escavação, Itamar Berko, afirmou que se trata de uma “enorme barragem” que fornece “vestígios tangíveis de um local conhecido há muito tempo apenas por meio de referências bíblicas”.

Função da barragem

A construção mede mais de 8 metros de largura e 20 metros de comprimento. Foi projetada para captar águas pluviais e direcioná-las para uma bacia central, funcionando como reservatório em tempos de seca e como barreira contra enchentes repentinas no Vale do Tiropeão. Sem essa contenção, o fluxo seguiria descontrolado para o Vale do Cedron e, posteriormente, para o Mar Morto.

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Os especialistas explicaram que o período coincide com condições climáticas instáveis no Reino de Judá, caracterizadas por baixa pluviosidade alternada com tempestades intensas. A barragem, portanto, seria uma resposta estratégica a esses desafios ambientais.

Tanque de Siloé na Bíblia

O local está associado ao Tanque de Siloé, descrita em João 9:7, onde Jesus disse ao cego: “Vai, lava-te no tanque de Siloé”. O homem obedeceu e voltou enxergando. Até hoje, essa passagem é considerada uma das demonstrações do poder de Cristo sobre a enfermidade e da fé que gera obediência.

Embora a tradição sempre tenha identificado a piscina como um local sagrado, a origem física de sua estrutura permanecia incerta. A descoberta desse muro fortalece a ligação arqueológica com o relato bíblico.

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Repercussão oficial

O Ministro do Patrimônio de Israel, rabino Amichai Eliyahu, declarou que a descoberta “é uma evidência tangível da força do Reino de Judá e da criatividade de seus reis em lidar com os desafios naturais e ambientais”. Ele destacou a engenhosidade tecnológica aplicada já naquela época, de acordo com o The Telegraph.

As descobertas serão apresentadas oficialmente na 26ª Conferência de Estudos da Cidade de Davi, no próximo mês, sob o título “A Piscina Perdida – O Enigma de Siloé”.

Em dezembro de 2022, o prefeito de Jerusalém, Moshe Lion, já havia anunciado planos para abrir o local ao público: “A Piscina de Siloé, no Parque Nacional da Cidade de Davi, em Jerusalém, é um local de importância histórica, nacional e internacional. Após muitos anos de expectativa, em breve começaremos a descobrir este importante local e o tornaremos acessível aos milhões de visitantes e turistas que visitam Jerusalém todos os anos”.

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Outras descobertas arqueológicas

Em outro comunicado recente, a Autoridade de Antiguidades de Israel relatou achados em Yehud, onde foram encontrados alguns dos pavios de lâmpadas mais antigos do mundo, datados entre 2500 e 2000 a.C. Os fragmentos, preservados dentro de lâmpadas de barro em túmulos, revelam o uso do fogo em rituais funerários.

Os arqueólogos Gilad Itach, Yossi Elisha e Yaniv Agmon explicaram que a fuligem identificada nos pavios indica que eles foram acesos durante cerimônias. Para os estudiosos, a prática pode estar relacionada à expressão hebraica “Ner Neshama” (chama da alma), ainda usada na tradição judaica.

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