opinião
Tirando selfie com a serpente
No mundo espiritual jamais há espaço para subestimar o poder do nosso inimigo.
Ao ler dia desses uma reportagem sobre um guarda florestal na Índia que quase foi estrangulado por uma cobra recém capturada que rapidamente se enrolava diretamente em seu pescoço, me despertou para uma lição que o caso oferece sobre selfies. O sortudo agente da lei, foi salvo por um assistente atento que rapidamente manuseou a serpente liberando o pescoço do homem diante dos olhares atônitos de uma platéia espantada.
O que se passou na cena foi uma confusão anunciada. Há um protocolo para o manuseio desses animais e o correto seria o agente colocar a serpente nos sacos adequados para o transporte e soltá-la imediatamente em local seguro, longe de pessoas e de residências.
Ocorre que, Sanjay Dutta – é esse o nome do guarda florestal – quis faturar em cima do evento e tirar uma selfie comemorativa diante da platéia eufórica, armada de seus celulares, pronta para registrar o episódio inusitado do agente exibindo o seu troféu.
O protocolo para o manuseio da serpente foi totalmente negligenciado. Diante da cena que tinha tudo para ser corriqueira, aconteceu o previsível! A cobra, indiferente à platéia, fez o que se espera de um animal de sua espécie, enrolou-se rapidamente ao pescoço do vaidoso agente. Só não terminou em tragédia por causa do atento assistente que interviu, liberando o pescoço do guarda visivelmente embaraçado.
A própria reportagem avisa que Índia e Rússia têm alta incidência de mortes envolvidas com pessoas tentando tirar selfies. São situações em que os indivíduos ignoram completamente o perigo envolvido em determinadas situações em busca da selfie perfeita.
Se trouxermos esse episódio para a vida cristã, podemos abstrair uma importante lição para nossos dias. Como todos sabemos, o significado simbólico da serpente para o cristão é a do inimigo de nossas almas.
Há um protocolo para agirmos em situações que aparentemente estão completamente sob controle. Embora supostamente subjugada, a serpente continua sendo uma serpente e sempre vai agir de acordo com sua natureza quando tiver uma oportunidade e a prudência é a maior aliada nessas ocasiões.
No mundo espiritual jamais há espaço para subestimar o poder do nosso inimigo. Essa é uma questão central que pode levar ao fracasso, justamente por ter baixado a guarda e cantado vitória em situações ainda indefinidas. O inimigo não brinca de ser inimigo e leva sua tarefa muito a sério.
As selfies representam um comportamento recente – com o advento da massificação dos smartphones – que tem ocorrido com frequência cada vez maior nas igrejas. Há uma linha tênue, até nebulosa, onde situa-se o marketing pessoal, em alguns casos o exibicionismo gratuito e o evangelismo que pode ser feito através de uma postagem e seu alcance e efetividade para o Reino.
Já vi, perplexo, evangelistas e pastores postando fotos de visitas, exibindo suas bocas cheias de dentes, em hospitais ou em lares, ao lado de irmãos moribundos, sem qualquer senso ético, violando a privacidade da família e expondo o doente ao público, apenas para divulgar sua agenda e gerar curtidas e comentários da platéia, ávida por espetáculos, bizarros até, se for o caso.
Sem contar as situações em que líderes expõem sua intimidade, muitas vezes em trajes de dormir ou em poses injustificáveis para uma pessoa casada, dando recados inócuos sem se dar conta da consequência que isso representa aos seus ministérios.
Selfies durante os cultos provocam, no mínimo, grande distração no momento da exposição da palavra ou de adoração seja da parte de quem está próximo, seja de quem está tirando a selfie. O fenômeno é muito mais frequente em igrejas que o grande guarda chuva das denominadas neo-pentecostais abarca e muito menos tolerado em igrejas históricas e tradicionais, um tanto avessas ainda ao marketing e à exposição intensivas.
Não creio que esse artigo seja o veículo certo para ditar regras, pois as igrejas têm pastores e é deles a responsabilidade de zelar por suas ovelhas, mas é preciso falar e chamar a atenção para esse fenômeno das selfies na hora do culto e em ocasiões das mais despropositadas.
Fico imaginando o episódio de Davi (1 Samuel:17), após derrubar o gigante Golias com seu arremesso certeiro da pedra. Como seria a história hoje, se ele tivesse sacado um celular para promover o evento ao invés de silenciosamente e tão rápido quando pode, não tivesse liquidado com o inimigo que ainda estava caído ao chão?
Verdade é que há líderes e pastores proeminentes que promovem com equilíbrio seu ministério e conseguem levar adiante o Evangelho através de um cuidado especial quanto ao momento mais adequado de fazer selfies.
Preciso comentar que há também igrejas que tomam medidas mais extremas e proíbem a entrada de pessoas com celulares para os cultos. É feita revista na entrada e se quiser entrar é preciso deixar o celular do lado de fora.
Estar diante do Mestre, entregue à sua presença, é algo que nos arrebata e nos desconecta por completo da mazelas e mesquinharias desse mundo. Melhor do que selfies comemorativas é gravar na memória e no coração o momento vivido.
Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus. (1 Coríntios 10:31)
Link da matéria sobre o guarda florestal e a serpente: https://wapo.st/2tAgBQz

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