vida cristã
“Um público que tem muitas dúvidas”, diz missionário do Tiktok
Dárcio Ramalho tem usado as redes sociais para evangelizar adolescentes.
Usando o pseudônimo “O Missionário Tá On”, o presbítero e missionário da Assembleia de Deus, Dárcio José de Sousa Ramalho, 41 anos, natural do Pará, tornou-se uma poderosa voz para evangelizar jovens e adolescentes.
Ele tem usado o TikTok para compartilhar temas relacionados a fé de uma forma estratégica, alcançando milhões de adolescentes que navegam na rede social. Casado com Leidiane Guedes Ramalho, o casal tem quatro filhos: Rayssa Nathalia Guedes Ramalho, 21 anos, Tarsia Sanaeles Guedes Ramalho, 18 anos, Dárcio Josué Guedes Ramalho, 15 anos e Debora Larissa Guedes Ramalho, 13 anos.
Ramalho tem 14 anos de ministério e diz que ganhou credibilidade na internet por ter dado uma resposta bíblica a uma profecia. O vídeo tornou-se viral na rede social, alcançando quase 700 mil pessoas.
Ao Gospel Prime, o missionário falou sobre sua influência nas redes sociais e importância da atuação nas redes sociais.
Leia a entrevista na íntegra:
Por que produzir conteúdo para os jovens e adolescentes?
Este é um público que tem muitas dúvidas, geralmente eles não têm um contato tão próximo com alguém que venha dar a devida atenção para eles, por isso escolhi um público que é muito carente do conhecimento das coisas de Deus. É um publico muito inteligente e curioso, é um público que gosta de respostas rápidas e satisfatórias. Pretendo investir mais neste público.
Como tem buscado fazer desta influência algo positivo para o avanço do Reino de Deus?
Nas redes sociais, viver uma vida de aparências é muito comum. Quando vive uma “segunda vida”, o cristão mancha seu testemunho diante dos homens e, principalmente, diante de Deus.
Provérbios 15:3 nos diz que “os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons”.
Ser transparente e verdadeiro é uma influencia muito positiva nessa geração.
Esses jovens levam a sério suas respostas? Algum testemunho de conversão?
Sim, eles levam muito a sério, eu passei a ser o tio que tira a dúvidas deles, isso me deu credibilidade com eles pelo fato de eu comprovar biblicamente que a dúvida que eles têm a respeito do; é pecado isso? Pode fazer isso? Cristão pode isso? Mostro claramente o que a Bíblia condena e o que ela não condena, eu uso exemplos do cotidiano nas respostas e eles passam a acreditar e levam muito a sério. Sim, já houve muitas conversões, estou até registrando os nomes e o endereço para encaminhá-los há uma igreja local. Já houve muitos testemunhos de cura e milagres e isso me deixa muito feliz.
Qual a maior necessidade dos jovens em relação à espiritualidade?
Conhecendo os preceitos de Deus através da sua Palavra. Os jovens são muito inteligentes e eles tem uma facilidade muito grande com a tecnologia, acredito que a igreja deveria investir melhor nesta área para trazer estes jovens ao conhecimento mais aprofundado da palavra de Deus e assim tendo uma vida espiritual mais edificada em Cristo.
Como o cristão pode influenciar de maneira positiva esses jovens e adolescentes?
Sabemos que por trás das câmeras e das redes sociais existe muito teatro em nosso meio, sou pai, convivo com adolescentes e jovens e sempre procuro dar o melhor exemplo para os meus filhos dentro da nossa casa, não é diferente com meus mais de 250 mil seguidores que tenho hoje nas redes sociais, eu procuro ser autêntico e verdadeiro, buscando dar o testemunho que venha gerar uma confiança em cada um. Através das curas e conversões isso se intensifica mais ainda, pois eu vejo que o trabalho está dando frutos.
Como é fazer missão no Brasil? Quais são os desafios?
Eu tenho 8 anos como missionário, trabalhei no Pará e Piauí, em povoados quilombolas e na zona rural, os desafios são enormes, principalmente no investimento financeiro, hoje precisamos treinar os nossos missionários a lidar com as mídias sociais e no uso das ferramentas tecnológicas para a propagação do evangelho, principalmente nas redes sociais. Existe uma carência muito grande no público infantojuvenil concernente a trabalhos manuais, tecnologia e material lúdico para um resultado melhor, eu costumo dizer que por anos estamos perdendo para a tv, internet, jogos de videogames e etc… Precisamos avançar nessa área com rapidez!
Eu amo fazer missões, minha família sempre foi muito empenhada no desenvolvimento da obra de Deus, mas nós mesmos pudemos constatar na prática as dificuldades financeiras no que tange o desenvolvimento na obra missionária. A igreja que nos enviou sempre nos proporcionou os recursos dentro da sua realidade, somos muito gratos a Deus pela nossa igreja, mas sempre estávamos precisando de mais, por isso muitos projetos não puderam ser realizados por conta da limitação dos recursos financeiros.
Como aconteceu o chamado para missão?
Eu sou crente em Jesus desde quando nasci na cidade de Belém do Pará, terra do berço missionário pentecostal no Brasil, desde então, faço parte da mesma igreja até hoje, a Assembleia de Deus sempre me fascinou pela sua história missionária, isso foi um ponto muito importante para o meu chamado, mas depois de casado e morando em outra cidade por nome Benevides no estado do Pará, tive o privilégio de conhecer um pastor que é um visionário no trabalho missionário, pastor Samuel Pinto que é o meu pastor há 15 anos, implantou o curso de missões na igreja, a partir daí o desejo missionário foi crescendo cada vez mais em minha vida, antes da conclusão do curso eu fui selecionado para fazer um estágio missionário em uma Tribo Quilombola no Pará chamada: Petimandeua na cidade de Inhangapi, mas preciso frisar que o Senhor confirmou o meu chamado através da cantora Célia Sakamoto, ele veio numa quarta feira sem convite especial para um culto, a mesma estava de passagem na região e foi até a nossa cidade e participou de um culto com poucos irmãos, Jesus a usou e confirmou a nossa viagem até a tribo que o senhor estava nos designando para trabalhar. Hoje cada vez mais tenho convicção que Deus separou a minha família para ganharmos vidas para o seu reino.
De que forma a igreja poderia ser mais assertiva no trabalho missionário?
Muito tem sido feito, não podemos negar. Não gosto da expressão: “acorda igreja”, parece que não estamos fazendo nada, e isso não é verdade, a igreja ora, envia missionários para os povoados, cidades e países. A igreja tem sustentado famílias missionárias dentro de suas possiblidades no campo. A igreja do Senhor tem feito a sua parte, mesmo com suas limitações, mas é claro que precisamos melhorar, é claro que precisamos investir mais, mas isso não depende só do pastor, do secretário de missões, ou do missionário, isso tem que ser uma asserção do corpo de Cristo inteiro, o Espírito Santo é o nosso direcionador, as ferramentas quem tem somos nós, para usarmos estas ferramentas, é necessário um investimento financeiro eficaz, e para obra missionária todo investimento é pouco, como diz um hino antigo: “Irmão você sabe o valor que tem uma alma?”
Continuemos fazendo a obra missionária com muito investimento e amor até o dia que o dono da obra vier buscar a sua igreja. Maranata!
Qual o seu objetivo nas redes sociais a longo prazo?
Quero me tornar um grande, um mega influenciador digital, não para ganhos pessoais, isso são consequências do trabalho, meu alvo é continuar fazendo a obra missionária através das redes sociais, pois acredito que os campos brancos podem ser alcançados através das mídias. Ah, não, não é pecado ter Tiktok, Facebook, Instagram ou qualquer outra rede social, pecado é negligência a mordomia cristã, pecado é deixar de transmitir o poder de Deus através de qualquer meio que possa chegar aos confins da terra. Ganhemos vidas para o Reino.
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