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Pesquisa: 80% dos brasileiros rejeitam homens em banheiros femininos

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80% dos brasileiros rejeitam homens em banheiros femininos

Uma pesquisa realizada pela IRG Pesquisa, a pedido da Associação Mátria, revelou dados importantes sobre a percepção dos brasileiros em relação a questões de identidade de gênero e suas implicações sociais, como presença de homens biológicos em ambientes femininos.

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O estudo, que entrevistou 1.100 pessoas acima de 16 anos por telefone, revelou que mais de 80% dos eleitores se opõem ao uso da autodeclaração de gênero por homens que se identificam como mulheres para acessar banheiros, presídios, vestiários e participar de esportes femininos. A sondagem também indicou que quase 90% da população rejeita o uso de linguagem neutra em documentos e políticas públicas.

O levantamento foi realizado com amostragem probabilística e estratificada por cotas, tendo margem de erro de três pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Os dados mais expressivos apontam que 81,4% dos entrevistados são contra a autodeclaração para acesso a banheiros femininos, 81% rejeitam a presença de homens em presídios femininos, e 78,5% se opõem à participação de homens em esportes femininos.

Em relação à linguagem neutra, 89,8% discordam da substituição de termos como “mãe” por “pessoa que gesta” e de “mulher” por “pessoa que menstrua”, práticas já implementadas pelo Ministério da Saúde.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) já discutiu questões relacionadas à identidade de gênero, incluindo a inclusão do termo “parturiente” junto ao termo “mãe” em documentos oficiais, como a Declaração de Nascido Vivo. Isso ocorreu após uma solicitação do Partido dos Trabalhadores em 2024. A pesquisa também revelou confusão generalizada sobre os critérios de acesso a espaços femininos, com muitos entrevistados ainda acreditando que laudos médicos ou cirurgias são necessários, ignorando a decisão do STF de 2018, que tornou a autodeclaração suficiente para a mudança de gênero nos registros civis.

Além disso, 61% dos entrevistados não souberam definir corretamente o que é uma “mulher trans”, confundindo com mulheres lésbicas ou pessoas com comportamentos masculinos. A pesquisa também abordou a questão de benefícios sociais, revelando que 52,6% se opõem à licença-maternidade para homens que se identificam como mulheres, e 50,2% discordam de cotas para pessoas trans em concursos públicos e universidades.

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O estudo também mostrou que a maioria dos brasileiros (75,3%) não considera preconceituosas as mulheres que criticam as políticas de identidade de gênero, contrariando algumas decisões judiciais recentes contra tais críticas. Um exemplo citado no levantamento foi o de uma servente de limpeza que enfrenta processo judicial por se opor à presença de um homem em banheiro feminino.

A pesquisa revelou também correlações entre a rejeição às políticas de identidade de gênero e fatores como voto, sexo e condição parental. Entre os eleitores de Jair Bolsonaro, 95,6% são contrários à autodeclaração para acesso a espaços femininos, enquanto 67,8% dos eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva compartilham da mesma posição. A oposição é maior entre os homens (85,5%) em comparação com as mulheres (77,4%), e entre aqueles que têm filhos (83,9%) em relação aos que não têm (74,8%).

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Celina Lazzari, diretora da Associação Mátria, explicou que o objetivo da pesquisa foi fornecer dados que possam qualificar o debate sobre sexo e identidade de gênero no Brasil e oferecer subsídios para decisões públicas e privadas: “Queríamos dados reais sobre a percepção da sociedade”, afirmou. O estudo será apresentado no XI Congresso da WAPOR Latinoamérica, segundo O Antagonista.

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