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estudos bíblicos

A abrangência universal da salvação

Subsídio para a Escola Bíblica Dominical da Lição 6 do trimestre sobre “A obra da salvação”

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Homem com joelhos dobrados dentro de igreja. (Foto: Pexels / Pixabay)

3 – CRISTO OFERECE SALVAÇÃO A TODO O MUNDO

Cremos piamente na Expiação Ilimitada, ou seja, que Cristo morreu por todos os pecadores, sem exceção, mas que somente os que crerem livremente no Filho de Deus, consentindo com a ação da graça de Deus liberada sobre eles, é que serão salvos. Não cremos nem que Cristo tenha morrido exclusivamente por um grupo seleto de pecadores, carimbados para receberem irresistivelmente a graça de Deus e serem inexoravelmente salvos (como prega o Calvinismo), nem cremos que finalmente todos o pecadores serão salvos, já que Deus os ama de tal modo que não lhe entregaria a uma perdição eterna, antes providenciou em Cristo salvação eficaz para todas e cada uma de suas criaturas, mesmo que elas não venham a crer em Jesus (como prega o Universalismo). Cremos (Arminianismo) que há provisão real de salvação para todos, mas aplicação apenas sobre os que vierem a crer – e crer é um ato livre do homem assistido de modo preveniente pela graça de Deus (Is 5.1-7).

O teólogo Jacó Armínio traça uma boa distinção entre “redenção obtida” e “redenção aplicada”, que vale muito a pena professores e alunos da EBD lerem e dominarem:

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“é preciso fazer uma distinção entre a redenção obtida e a redenção aplicada, e declaro que ela foi obtida para o mundo inteiro, e para todos e cada um dos homens; mas ela foi aplicada apenas aos fiéis e aos eleitos. Em primeiro lugar, mostro que, se ela não foi obtida para todos, a fé em Cristo é, sem nenhum direito, exigida de todos, e se não foi obtida para todos, ninguém pode, com justiça, ser culpado por rejeitar a oferta de redenção, pois rejeita aquilo que não lhe pertence, e o faz com propriedade. Se Cristo não morreu por todos, então não pode ser o juiz de todos” (8).

A redenção que foi obtida por Cristo na cruz do Calvário é oferecida a todos os homens sem exceção (confira estes textos bíblicos: Is 45.22; At 17.30; Tt 2.11; 1Jo 2.1,2), mas só será aplicada, ou seja, só terá efeitos salvíficos sobre aqueles que aceitarem com fé os apelos da graça de Deus. Pois “sem fé, é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6). Infelizmente, muitos a exemplo dos judeus na época de Cristo recusaram os apelos amorosos do Senhor para salvação, como o jovem rico (Mc 10.21-22), os líderes judeus (Lc 7.30) e o povo de Israel (Jo 1.11; Mt 23.37-39).

O próprio Cristo declara que sua morte será em favor do mundo: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo” (Jo 6.51). Ele também disse a Nicodemus que “Deus amou o mundo” (Jo 3.16). Disse ainda: “…eu vim, não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo” (Jo 12.47). O apóstolo João não deixa brechas ao afirmar que reiteradas vezes que Jesus é um sacrifício de Deus pelo mundo inteiro (1Jo 2.1,2; 4.14). E mundo é a totalidade dos pecadores que estão sob o pecado, e que aborrecem a Deus (Jo 15.18). Os que interpretam “mundo” (gr. kosmos) como sendo uma referência a “apenas os eleitos/predestinados” cometem um atentado gramatical contra a exegese bíblica, já que nenhuma porção das Escrituras trata os eleitos como sinônimo de “mundo” ou vice-versa. Mundo é mundo, incluindo os que perseveram em sua incredulidade contra o terno chamado do Salvador! Aliás, já dizia o reformador Martinho Lutero:

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“Cristo não levou somente os pecados de alguns homens, mas seus [nossos] pecados e aqueles do mundo todo. A oferta foi pelos pecados do mundo todo, até mesmo embora o mundo todo não creia (9).

CONCLUSÃO

Ao concluir este estudo, penso que não seria mais pertinente a colocação do comentarista da Lição ao propor o último ponto: A responsabilidade do cristão. Sim, porque não adianta todo este estudo sobre o amor e a expiação universal de Cristo, e não darmos a estas convicções ortodoxas utilidades práticas! Devemos ser também ortopráticos. Portanto, como bem colocado nos comentários da Lição, cumpramos o Ide de Cristo, entremos em ruas, becos, morros e favelas, penitenciárias e hospitais, asilos, escolas e universidades, no rádio e na TV, na internet e em diálogos com amigos e parentes… aproveitemos as oportunidades para falarmos aos pecadores do nome bendito do Salvador Jesus! Sem fazer acepção de pessoas, nem fechando as portas para ninguém! Nunca julguemos pela aparência, nem pelo histórico de vida, para definir quem deve ou não ouvir a pregação do Evangelho. Não imitemos o espírito rancoroso e enciumado de Jonas, para quem os ninivitas deveriam perecer no pecado ao invés de receber a mensagem do Evangelho! O Deus que quis salvar os 120 mil moradores de Nínive é o mesmo Deus que continua não tendo prazer na morte do ímpio, e que deseja a salvação dos quase 8 bilhões de habitantes em nosso planeta hoje!

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Portanto, calcemos os sapatos da preparação do Evangelho da paz e anunciemos as boas novas da reconciliação do mundo com Deus, por meio da obra salvífica de nosso Senhor! Como dizia o pregador J. C. Ryle: “Nosso dever é convidar a todos, sem nenhuma exceção. Devemos dizer ‘Acorde, arrependa-se, acredite, e venha a Cristo, converta-se, clame a Deus, lute para entrar pela porta estreita, venha porque tudo já foi consumado e Deus o ama. Cristo morreu por você.

Deus abençoe a sua vida e uma ótima aula!

Confira ainda nosso subsídio sobre a DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO NA ASSEMBLEIA DE DEUS, que será de utilidade nesta Lição ou em outras eventuais aulas. Clique e leia na íntegra: http://estudosbiblicos.goodprime.co/assembleianos-creem-em-predestinacao/

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REFERÊNCIAS

(1) Myer Pearlman. Conhecendo as doutrinas da Bíblia, 3 ed., Vida, pp. 204-6

(2) D. L. Moody. Sermão O sangue, parte 2, final do século 19

(3) John Wesley. citado por Keneth Collins em Teologia de John Wesley, CPAD, p. 97

(4) Raimundo de Oliveira. As grandes doutrinas da Bíblia, CPAD, p. 215

(5) John Wesley. Op cit.

(6) Irineu. Contra as heresias, Paulus, p. 329

(7) Duffield & Cleave. Fundamentos da Teologia Pentecostal, vol.1, 2. ed., Editora Quadrangular. Eles dizem: “Esta é a razão para a encarnação da segunda pessoa da divindade; a fim de ser o mediador para Deus, Ele deve ser Deus; a fim de representar a humanidade, Ele deve ser homem”.

(8) Jacó Armínio. As Obras de Armínio, vol. 3, CPAD, p. 428

(9) Martinho Lutero. Lectures on Galatians – 1535, cap. 1-4.

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Casado, bacharel em teologia (Livre), evangelista da igreja Assembleia de Deus em Campina Grande-PB, administrador da página EBD Inteligente no Facebook e autor de quatro livros.

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