Ação no Irã é cumprimento de profecias? Pastor responde

Os ataques aéreos contínuos de Israel contra instalações nucleares do Irã, como parte da chamada “Operação Leão Ascendente”, estão reacendendo discussões sobre profecias bíblicas do fim dos tempos entre pastores evangélicos, estudiosos das Escrituras e líderes cristãos ao redor do mundo.

O evangelista Greg Laurie, pastor da Harvest Christian Fellowship, alertou que os cristãos devem observar com seriedade os eventos recentes e buscar discernimento espiritual por meio da oração. “Este é um assunto muito sério, e os estudantes da Bíblia devem prestar muita atenção. O regime iraniano há muito apoia o terrorismo em todo o mundo — especialmente contra Israel”, afirmou. “Eles vêm desenvolvendo armas nucleares há algum tempo, e seus líderes têm repetidamente ameaçado usá-las para ‘varrer Israel da face da Terra’.”

Laurie enfatizou que é tempo de compromisso espiritual: “Devemos estar em oração e caminhar em estreita colaboração com o Senhor. Estes são tempos perigosos, e precisamos de discernimento espiritual, coragem e fé mais do que nunca”, declarou.

Em publicação recente em seu blog, Laurie explicou que o atual conflito, embora não constitua o cumprimento direto de uma profecia bíblica, pode ser compreendido como um prenúncio. “A Bíblia predisse claramente que Israel seria disperso e reunido — o que se cumpriu em 14 de maio de 1948. E pode-se dizer que foi então que o relógio profético começou a funcionar. Aquilo não foi apenas um sinal, foi um supersinal”, escreveu.

Ele também mencionou Ezequiel 38 e 39, onde as Escrituras apontam para uma coalizão liderada pela “terra do norte” e incluindo a Pérsia — atual Irã — que se levantará contra Israel nos últimos dias. “Embora o que estamos vendo hoje não seja o cumprimento pleno dessa profecia, certamente é um prenúncio”, destacou. Laurie concluiu sua reflexão encorajando os fiéis a orarem pela proteção de Israel e a se prepararem espiritualmente: “Vamos todos nos certificar de que estamos prontos para encontrar o Senhor — porque, bem, Ele pode voltar a qualquer momento”.

O apresentador Steve Myers, do programa Beyond Today, também afirmou que os desdobramentos entre Israel e Irã guardam paralelos com as profecias do livro de Apocalipse. “As Escrituras ensinam que haverá uma aliança de nações que se voltará contra Israel nos últimos dias. O Irã está ligado ao rei do sul, uma aliança de nações que enfrentará Israel e se oporá a uma aliança do norte”, afirmou. Ele citou Apocalipse 16, que descreve um confronto global culminando no Armagedom, como evidência da relevância profética dos acontecimentos atuais.

Myers fez um apelo à reflexão espiritual: “Estas não são apenas palavras antigas. São avisos e sinais de alerta. Agora é a hora de se aproximar de Deus com sinceridade para buscar a Sua verdade e obedecer aos Seus mandamentos”, afirmou. “Abra a sua Bíblia, busque os verdadeiros ensinamentos de Deus e alinhe-se com a Sua vontade enquanto ainda há tempo”.

O pastor John Hagee, fundador da organização Cristãos Unidos por Israel (CUFI), defendeu as ações militares de Israel e argumentou que o país agiu por necessidade diante da ameaça nuclear iraniana. “O que Israel está fazendo, assim como quando destruiu os reatores nucleares do Iraque e da Síria, é proteger não apenas o estado judeu, mas todo o mundo livre”, declarou, de acordo com a CBN News.

Hagee afirmou que Israel está cumprindo um papel crucial em defesa da liberdade e da segurança. “Devemos honrar nossos princípios de fé e o legado de enfrentar o mal e apoiar a liberdade. Não devemos ser influenciados pelos covardes, pelos isolacionistas ou pelos intolerantes que nos cercam. Devemos estar ao lado de Israel hoje e todos os dias”, afirmou.

Segundo ele, os ataques podem representar um ponto de inflexão. “O futuro do Irã como uma força maligna no Oriente Médio está agora em questão. Somente o povo do Irã pode retomar o país, mas Israel abriu as portas para eles e deu ao mundo espaço para respirar”, completou.

Nos círculos evangélicos, a possibilidade de que eventos atuais estejam conectados à escatologia bíblica gera crescente mobilização para oração e estudo das Escrituras. Entre as passagens mais mencionadas por líderes cristãos neste contexto estão Ezequiel 38–39, que falam da guerra de Gogue e Magogue, e Apocalipse 16, que descreve a preparação das nações para a batalha final. O contexto de Israel como nação reunificada desde 1948 é frequentemente citado como marco inicial do “relógio profético” mencionado por muitos intérpretes.

Apesar das divergências quanto ao cumprimento exato das profecias, há consenso entre os pastores citados de que os tempos exigem vigilância, fé e comunhão com Deus.