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Amamentação tem impactos em todas as áreas da vida, dizem especialistas

Amamentar é um dos primeiros gestos de entrega e cuidado que uma mãe oferece ao filho. Embora seja um ato cotidiano e muitas vezes silencioso, seu impacto atravessa toda a vida — física, emocional e espiritual. Especialistas apontam que a amamentação é mais do que nutrição: trata-se de um dos fundamentos do desenvolvimento humano, com repercussões na saúde, na formação de vínculos e na construção da identidade.
À luz da ciência, da psicologia e também da fé cristã, vozes da área médica e pastoral reforçam a necessidade de apoiar essa prática desde os primeiros dias. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a recomendação é clara: amamentação exclusiva até os seis meses de idade e, de forma complementar, até pelo menos os dois anos. A entidade afirma que esse cuidado reduz o risco de infecções, fortalece o sistema imunológico e contribui para um equilíbrio metabólico duradouro.
“O leite materno participa do processo de programação metabólica”, explica a SBP no Guia Prático de Amamentação. Isso significa que os nutrientes oferecidos nesse período ajudam a regular o apetite, o desenvolvimento das células de gordura e a prevenir doenças como obesidade e diabetes tipo 2.
A SBP também destaca que o leite materno é uma fonte natural de probióticos — como lactobacilos e bifidobactérias — que auxiliam na colonização intestinal do bebê e no fortalecimento das defesas imunológicas. No aspecto físico, o movimento de sucção colabora com o desenvolvimento muscular facial, a respiração nasal e a formação da arcada dentária.
Apesar de seus benefícios, a prática ainda enfrenta desafios no Brasil. Dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani-2019) indicam que apenas 45,7% das crianças brasileiras são amamentadas exclusivamente até os seis meses de vida, conforme a recomendação oficial.
O vínculo que sustenta
Além de nutrir o corpo, a amamentação é também um gesto de acolhimento e formação emocional. “A amamentação é um processo de nutrição emocional, não apenas física. É um tempo em que o bebê é sustentado pelo calor, pelo cheiro, pela voz e pela presença da mãe”, afirma a pastora Patrícia Andrade, da Comunidade Evangélica Projeto de Deus, no Rio de Janeiro.
Essa compreensão é sustentada também pela psicologia. A teoria do apego, formulada pelo psiquiatra britânico John Bowlby, afirma que os vínculos afetivos estabelecidos nos primeiros anos de vida são decisivos para a saúde emocional futura. O psicanalista Donald Winnicott reforçou esse entendimento ao descrever o conceito de holding, que trata do sustento físico e emocional oferecido pela mãe como base da segurança emocional da criança.
Pesquisas indicam que crianças amamentadas por pelo menos seis meses apresentam menor risco de depressão na adolescência, menos problemas de comportamento e mais facilidade de socialização. “A criança vai se desenvolvendo na confiança de que é amada, recebida e aceita”, reforça a pastora Patrícia. “Isso forma uma base emocional sólida.”
Quando a amamentação não é possível
Por razões médicas, emocionais ou sociais, nem todas as mães conseguem amamentar. Mesmo nesses casos, os vínculos emocionais podem ser mantidos e fortalecidos de outras formas. “O vínculo não depende exclusivamente do leite. O contato visual, o tom da voz, o toque, a presença carinhosa… tudo isso são instrumentos dados por Deus para alimentar emocionalmente nossos filhos”, destaca a pastora.
A SBP orienta que, diante da impossibilidade de amamentar, as famílias busquem orientação profissional para garantir uma alimentação segura e adequada ao bebê. Contudo, o aspecto relacional do momento de alimentar não deve ser negligenciado. Mesmo ao oferecer a mamadeira, é possível criar um espaço de conexão e afeto semelhante ao proporcionado pela amamentação natural.
Um gesto que revela o coração de Deus
Na tradição cristã, a amamentação é também usada como metáfora para o cuidado divino. A pastora Patrícia cita dois textos do profeta Isaías como exemplos dessa linguagem. Em Isaías 49:15, lemos: “Pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti”. E em Isaías 66:13, o Senhor declara: “Como alguém a quem sua mãe consola, assim eu os consolarei”.
Essas passagens mostram que o cuidado materno, expresso na amamentação, comunica algo do caráter do próprio Deus — amor constante, consolo presente e fidelidade inabalável. Para a fé cristã, cada gesto de cuidado é também uma expressão da graça de Deus derramada no cotidiano.
Uma semente para a vida inteira
Amamentar é um gesto breve, mas de efeitos duradouros. É uma semeadura no corpo e na alma, cujos frutos se revelam ao longo da vida. “É um tempo breve, mas com efeitos muito duradouros”, conclui a pastora, de acordo com a revista Comunhão. “A amamentação é uma semente lançada na vida inteira do bebê.”

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