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Batistas reiteram rejeição a uniões LGBT e pílulas abortivas
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Durante sua Reunião Anual realizada em Dallas, Texas, na terça-feira, 10 de junho, a Convenção Batista do Sul (SBC, na sigla em inglês) aprovou por ampla maioria três resoluções com posicionamentos firmes sobre temas morais contemporâneos: a união entre pessoas do mesmo sexo, a pornografia e o uso da pílula abortiva.
As resoluções foram aprovadas por votação oral pelos mensageiros — nome dado aos delegados das igrejas batistas filiadas — e refletem a posição doutrinária da denominação sobre ética sexual, valores familiares e santidade da vida. Fundada em 1845, a SBC é a maior convenção protestante dos Estados Unidos e mantém um histórico de declarações públicas sobre temas de interesse moral e social, especialmente a partir do final do século XX.
União LGBT
Uma das resoluções, intitulada “Sobre a restauração da clareza moral por meio do design de Deus para gênero, casamento e família”, propõe a reversão da decisão da Suprema Corte dos EUA no caso Obergefell v. Hodges, de 2015, que considerou inconstitucionais as proibições estaduais ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A resolução afirma a compreensão bíblica de que o casamento é “entre um homem e uma mulher” e pede a implementação de “leis que afirmem o casamento tradicional, reconheçam a realidade biológica do masculino e do feminino, protejam as crianças contra abusos sexuais, reforcem os direitos dos pais e garantam justiça em competições esportivas”.
No entendimento da SBC, a decisão de Obergefell violou os preceitos bíblicos e minou o papel das famílias no ordenamento social. Os mensageiros também expressaram preocupação com o impacto cultural da redefinição legal do casamento.
Condenação à pornografia
Outra resolução aprovada pela convenção foi a “Sobre a proibição da pornografia”, na qual a SBC conclama os legisladores dos Estados Unidos a aprovarem leis que proíbam a produção, hospedagem e distribuição de conteúdo pornográfico, com o objetivo de “erradicar a pornografia em todo o país”.
O texto também elogia o Congresso e o presidente Donald Trump pela sanção do Take It Down Act, que estabelece sanções mais rigorosas contra a divulgação de imagens íntimas não consensuais, incluindo deepfakes. A resolução defende a criação de mecanismos eficazes de verificação de idade e responsabilização civil.
Segundo os proponentes, o acesso facilitado à pornografia tem efeitos nocivos sobre a saúde espiritual e emocional de indivíduos, em especial jovens, e compromete os lares cristãos.
Críticas à pílula abortiva
A terceira resolução, intitulada “Sobre a resistência aos males morais e perigos médicos das pílulas químicas do aborto”, manifesta pesar diante da continuidade dos abortos induzidos por medicamentos e condena a prática como exploração da mulher e atentado contra vidas pré-natais.
Os mensageiros pedem que a Food and Drug Administration (FDA) revogue a aprovação da mifepristona, medicamento utilizado em regimes de aborto químico, e restaure antigos protocolos de segurança que foram flexibilizados nos últimos anos.
A resolução ainda propõe que o Congresso dos EUA e os parlamentos estaduais aprovem leis que proíbam a produção, venda e envio de medicamentos abortivos, responsabilizando juridicamente empresas farmacêuticas e profissionais da saúde que participem de tais procedimentos.
Contexto
Antes de 2015, mais de 30 estados americanos haviam incluído emendas em suas constituições estaduais para definir o casamento como a união entre um homem e uma mulher. Com a decisão de Obergefell v. Hodges, essas disposições perderam validade legal, mas várias delas permanecem registradas formalmente, apesar de não serem aplicadas.
Nos últimos meses, legisladores republicanos em estados como Idaho, Michigan, Montana, Dakota do Norte e Dakota do Sul apresentaram propostas para solicitar que a Suprema Corte reavalie sua decisão de 2015. Em janeiro, por exemplo, o parlamento de Idaho aprovou uma resolução com esse pedido. Para que o tribunal reconsidere o caso, é necessário que uma nova contestação legal chegue à Suprema Corte.
Doutrina
As resoluções da SBC refletem sua interpretação da Bíblia como autoridade final em questões de fé e prática. Textos como Gênesis 2:24, Romanos 1:26-27 e 1 Coríntios 6:9-10 são frequentemente citados por pastores e teólogos da denominação para fundamentar sua oposição à união LGBT e à prática do aborto.
A SBC também tem enfatizado o papel da igreja local como agente de proclamação do Evangelho, incluindo o chamado ao arrependimento e à restauração pessoal. As resoluções aprovadas em Dallas reforçam a postura pública da Convenção Batista do Sul diante de temas que considera centrais para o testemunho cristão contemporâneo. Embora as resoluções não tenham força legal, elas orientam as igrejas filiadas e refletem o entendimento teológico da denominação em relação à moralidade, sexualidade e santidade da vida.
A Reunião Anual da SBC continua nesta quarta-feira, 12 de junho, com novos painéis e votações previstos na programação.

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