vida cristã
Boulos repassou mais R$ 270 mil para produtora de evento com Hino Nacional neutro
Boulos alegou que não tinha conhecimento prévio da modificação do Hino
A produtora Zion Produções Ltda., que foi responsável pela organização do comício de Guilherme Boulos (PSOL) em 24 de agosto, onde o Hino Nacional foi cantado em linguagem neutra, recebeu mais um repasse significativo da campanha do candidato à Prefeitura de São Paulo. O novo pagamento, no valor de R$ 270 mil, ocorreu três dias antes do evento no Campo Limpo, Zona Sul da capital paulista. Com isso, os repasses à produtora já somam R$ 720 mil, sendo que o primeiro, de R$ 450 mil, foi realizado no dia 23 de agosto.
Segundo os dados do DivulgaCand, sistema que registra os gastos de campanha dos candidatos, o pagamento mais recente à Zion foi para cobrir “produção de comício e dois eventos de campanha”. O valor anterior teria sido para “serviços de produção, planejamento, direção e acompanhamento de eventos”.
A principal controvérsia em torno desse comício ocorreu quando a cantora Yurungai entoou o Hino Nacional em linguagem neutra, alterando trechos da letra para substituir termos como “filho” e “filhos” por “filhe” e “filhes”. Em vez de “verás que um filho teu não foge à luta”, foi cantado “verás que filhe teu não foge à luta”, e “des filhes deste solo” substituiu “dos filhos deste solo”.
Esse episódio gerou grande repercussão nas redes sociais e críticas intensas de figuras políticas, como os deputados federais Zucco (PL-RS) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Zucco ironizou a situação, chamando de “bando de retardados” a quem permitiu a alteração, e Nikolas Ferreira questionou se a modificação era uma forma de “tirar sarro”.
Além da polêmica cultural e política, a situação envolve também questões legais. De acordo com a Lei 5.700/1971, que rege o uso dos símbolos nacionais, o Hino Nacional deve ser executado integralmente, conforme o parágrafo 5º do artigo 25, e qualquer modificação ou violação da norma pode ser punida com multa, conforme o artigo 35.
Diante da controvérsia, Guilherme Boulos alegou que não tinha conhecimento prévio da modificação do Hino. Ele responsabilizou a produtora Zion Produções pela programação do comício, afirmando que toda a organização do evento, incluindo a escolha da forma de execução do Hino, foi feita pela empresa. Em resposta ao incidente, Boulos afirmou que não usaria mais os serviços da produtora em sua campanha.
O episódio levantou questionamentos sobre a coordenação da campanha e a supervisão de eventos envolvendo símbolos nacionais, ressaltando o impacto de escolhas que envolvem símbolos culturais e tradições públicas.
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