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Cristãos enfrentam onda de violência na Índia
Os cristãos enfrentam não apenas a destruição física, mas também a separação familiar e a opressão espiritual.
Nos últimos anos, a Índia tem enfrentado repetidas ondas de violência, com os cristãos sendo frequentemente os mais atingidos. Entre as regiões mais afetadas estão Manipur, Chhattisgarh e Odisha, onde episódios de hostilidade contra os seguidores de Cristo deixaram marcas profundas nas comunidades locais.
O mais recente surto de violência eclodiu em Manipur, em maio de 2023. O conflito entre os grupos étnicos meitei e kuki resultou na destruição de centenas de igrejas e propriedades cristãs. Estima-se que mais de 100 cristãos perderam suas vidas e milhares de famílias foram deslocadas. A violência foi desencadeada quando a Suprema Corte concedeu aos meitei o status de “tribo registrada”, decisão que foi vista pela tribo kuki como uma ameaça a seus direitos de minoria.
Apesar das alegações do primeiro-ministro indiano sobre a melhora na situação devido à intervenção do governo, moradores e líderes religiosos locais relatam que os confrontos continuam, alimentados pela violência entre extremistas de ambos os grupos. Até agora, muitas famílias permanecem em campos de deslocados ou abrigadas em estados vizinhos, incapazes de retornar às suas casas.
Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2023, no estado de Chhattisgarh, protestos em massa eclodiram contra a comunidade cristã, acusada de realizar conversões forçadas de hindus. Os protestos duraram meses e foram acompanhados de ataques violentos contra cristãos e suas igrejas. Esse tipo de violência tem sido recorrente, como visto em setembro de 2020, quando 15 famílias cristãs foram expulsas de suas casas por milhares de aldeões na vila de Singanpur.
No estado de Punjab, um líder sikh foi acusado de conversões forçadas ao cristianismo, desencadeando uma série de ataques contra igrejas e cristãos. Em diversas vilas, multidões se organizam contra os cristãos, gerando um ambiente de medo e tensão constantes.
Os cristãos enfrentam não apenas a destruição física, mas também a separação familiar e a opressão espiritual. Em Manipur, pastores como Kiran*, da etnia meitei, relatam que são forçados a realizar encontros secretos devido às ameaças. Minthang*, um pastor kuki, compartilha a dor de ver sua igreja e casa incendiadas, enquanto famílias intercomunitárias vivem separadas, incapazes de se reunir devido à violência.
No entanto, em meio à adversidade, há sinais de esperança. Cristãos deslocados começaram novos ministérios e projetos de geração de renda nas regiões em que se estabeleceram. Essa resiliência tem fortalecido a comunidade cristã, mesmo em meio à dor e à perda.
Priya Sharma, parceira da organização Portas Abertas, relata que mais de 200 cristãos já foram mortos, 700 igrejas destruídas e 70 mil famílias deslocadas. Mesmo diante dessa destruição, o trabalho de reconstrução espiritual continua, com cristãos ajudando uns aos outros em novos ambientes.
*Nomes alterados por segurança.*
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