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Deputado próximo a Alexandre de Moraes ataca Malafaia

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Deputado próximo a Alexandre de Moraes ataca Malafaia

O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) foi à tribuna da Câmara dos Deputados na terça-feira, 15 de abril, para justificar seu posicionamento contrário à anistia ampla aos presos dos atos de 8 de janeiro, proposta defendida por parte expressiva de sua legenda.

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O parlamentar, único dissidente do Partido Liberal quanto ao tema, também respondeu diretamente às críticas feitas pelo pastor Silas Malafaia, presidente da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (Advec).

Rodrigues, que já foi ministro dos Transportes no governo Dilma Rousseff, afirmou que sua decisão busca preservar o equilíbrio entre os Poderes e que o Parlamento não deve assumir funções de julgamento, atribuição do Judiciário.

“Tenho seis mandatos e não me guio por pressões, circunstâncias ou apelos de ocasião, que são irrestritos e acelerados pelo Legislativo, sem diálogo efetivo com o Judiciário. Isso compromete o equilíbrio entre os Poderes”, declarou o deputado.

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Ao se referir a Malafaia, o congressista elevou o tom e sugeriu que o pastor deveria concorrer a um cargo político, caso desejasse intervir diretamente nos debates parlamentares:

“Caso deseje participar ativamente do debate político e confrontar parlamentares, sugiro que fale dentro das regras democráticas, colocando seu nome à disposição da população por meio de processo eleitoral, pleiteando assim uma cadeira. Não elegeu nem o teu vereador na capital”, afirmou Rodrigues.

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Silas Malafaia responde

Na noite de quarta-feira (16), o pastor Silas Malafaia publicou um vídeo nas redes sociais em que rebateu as declarações de Antonio Carlos Rodrigues. Em tom contundente, Malafaia referiu-se ao deputado como “milionário do PL de São Paulo” e o acusou de proximidade com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

“Ele é amissíssimo do ditador da toga, Alexandre de Moraes. Está entendendo?”, iniciou o pastor. Em seguida, sugeriu que o parlamentar teria absorvido uma “narrativa mentirosa” por sua convivência com o Partido dos Trabalhadores: “A narrativa que ele usa, de tanto conviver com o PT — porque ele foi ministro de Dilma — é porque aprendeu a construir narrativa mentirosa”.

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Malafaia também afirmou que Rodrigues deveria sair da legenda: “Você tinha que ser expulso do PL, cara”, declarou.

Candidatura?

Ao responder à sugestão de Rodrigues sobre se candidatar, Malafaia invocou o direito de todo cidadão ao debate político. “Onde é que está na Constituição que só deputado pode participar de debate político? Qualquer cidadão pode participar do debate político e questionar Legislativo, Judiciário e Executivo”, disse, acusando o parlamentar de preconceito e reiterando seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro: “Você envergonha seu partido, Bolsonaro”.

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Sobre a crítica a seu desempenho nas eleições municipais, Malafaia apresentou números de sua atuação como apoiador de campanhas. “Eu participei do programa eleitoral de 11 candidatos a vereador na última eleição. Oito venceram, três foram derrotados”, explicou. “É verdade, eu perdi aqui no Rio. Sabe por quê? Me dediquei tanto a desmascarar a farsa de Pablo Marçal que esqueci aqui do Rio de Janeiro”.

O pastor ainda citou sua influência em campanhas para prefeituras: “Entrei no programa eleitoral de 21 candidatos a prefeito, 17 venceram e quatro perderam”. Por fim, lembrou sua atuação na trajetória do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da bancada evangélica e defensor da anistia aos manifestantes. “Era meu funcionário, um ilustríssimo desconhecido, que eu vi nele a vocação e ajudei a elegê-lo deputado”.

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Malafaia encerrou o vídeo com uma frase indireta: “Vai passear no seu avião com seu amiguinho, o ditador da toga, Alexandre de Moraes”.

Contexto

O debate sobre a anistia aos manifestantes envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 tem provocado divisões no meio político e religioso.

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O projeto que tramita na Câmara busca conceder perdão judicial a centenas de presos, mas encontra resistência entre parlamentares aliados ao governo Lula (PT). Por outro lado, lideranças evangélicas e conservadoras têm pressionado a favor da anistia, alegando perseguição política e violações de direitos.

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